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Ovinocultura de Elite X Ovinocultura de Genética

Por Walter Celani Junior
postado em 10/03/2009

22 comentários
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Quando iniciei meus trabalhos na ovinocultura, pensei imediatamente na distância cósmica que existe entre os animais ditos de elite e os animais utilizados na área comercial ou seja, animais para abate.

Após algum tempo militando em ambas as áreas, seja com assistência técnica, seja com programas de televisão, consegui perceber várias diferenças que não são percebidas por aquele produtor que luta para melhorar seu rebanho comercial.

Vejamos : A ovinocultura de elite, que foi amplamente difundida e pegou inclusive alguns desavisados com investimentos bestiais em busca de retorno financeiro farto e rápido.

Essa atividade, tem, aos poucos, caído na realidade já que os desavisados que entraram no navio para sua primeira viagem, já não entram mais e impedem que outros o façam. Animais a preços exorbitantes e que, muitas vezes, não tinham a pureza racial propalada levaram alguns desavisados, senão à bancarrota, pelo menos próximo a ela.

Quando de minhas viagens pelo Brasil, pude ver que existem profissionais da atividade que trabalham sim a genética da ovinocultura, tive um outro ânimo com a atividade.

Trabalhar com genética, significa pegar o que há de melhor em um rebanho "puro" e realizar os procedimentos técnicos como, inseminação, coleta, transferência, etc. Todo esse processo, envolve uma série de custos e o retorno de animais viáveis para venda, é muito pequeno em relação ao universo de animais envolvidos.

Isso, por si só, justifica o preço mais elevado de um animal geneticamente produzido para compor um rebanho comercial.

Certa vez, em uma exposição de gado zebu em Uberaba, perguntaram ao presidente da república, qual animal ele achava melhor, o que tinha a orelha grande ou a orelha pequena. Ele respondeu, muito sabiamente, o melhor é aquele mais pesado e que transmite essas características.

Claro que, para obtermos sucesso em rebanho comercial, necessitamos de animais que transmitam características próprias para a atividade, ou seja carne.

Quando você, produtor, for buscar um reprodutor para o seu rebanho, fique atento, busque orientação técnica capacitada e que não tenha intenção de beneficiar esse ou aquele. Importante é beneficiar a atividade. Busque empresários que trabalhem genética e não aventureiros que querem aparecer com os animais de elite.

O bom produtor vende várias vezes para o mesmo comprador. O mal intencionado o fará apenas uma vez.

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Comentários

Samuel Pinheiro Ferreira

Belo Horizonte - Minas Gerais - Estudante
postado em 10/03/2009

Excelente artigo Walter Celani, você disse tudo.
De repente seria uma alternativa para as associações que julgam animais de elite premiar animais de produção.

Apenas uma idéia.

Parabens pelo artigo.

Tiago Schultz

Mafra - Santa Catarina - Produção de ovinos
postado em 12/03/2009

Ola.

Pois é, isso é uma duvida que me afronta;
estou começando uma criação agora e comprei animais P.O e animais mestiços.

Na minha opnião animal para abate, não poderá ser animal P.O por ter um custo maior, consequentemente ser uma carne mais cara, que o frigorifico e nem os consumidores não pagariam.

Então eu tenho em mente dividir as matrizes em 30% P.O destinados a produção de elite e 70% matrizes para produção de cordeiros destinado ao abate.

Estou certo?

Ewerson Cristiano Breda

Curitiba - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 13/03/2009

Avalizo sua colocação, reforçando que os aproveitadores de plantão repensassem suas atitudes quanto a este modelo de prática infelizmente difundida em nosso país, mesmo porque a semente plantada, nesse caso, irá gerar um fruto do qual, pelo menos experiente e "novo tripulante" desse barco maluco (mercado), que é o novo investidor ou produtor não buscará novamente animais oriundos daquela criação ou da mesma linha genética, pelos péssimos resultados colhidos.

A orientação nas aquisições deve existir, tendo critérios e bom senso na hora da escolha do animal(produto) a ser adquirido. Senão, talvez esse "investidor de milhão vire um criador de Tostão"!

Antonio De Carli

Naviraí - Mato Grosso do Sul - Produção de leite
postado em 13/03/2009

Olá! Realmente quando a gente vai em uma exposição só se vê bobagem: de
um lado malandro tentando vender animais que nem sempre tem valor
genético, de outro lado alguém totalmente desinformado buscando diversificar sua propriedade e acaba comprando idéias furadas.

Ninguém se torna produtor de um dia para outro isso demanda muito tempo e o pior disso tudo é que não se aprende em banco de escola é só na pratica mesmo não tem jeito.

Quer criar qualquer tipo de animal comercial, não importa se é galinha
ou gado: comece com pé duro e vai conhecendo a espécie e colocando um pouco de genética por vez. A partir dai direcione para o seu alvo e não desista só assim se colhe fruto na atividade agropecuária.

Daniel Valerio

Sanntiago de los Caballeros - Santiago - República Dominicana - Pesquisa/ensino
postado em 13/03/2009

Distinguido Sr. Celani:

En primer lugar permitame felicitarle por sus acertados e interesantes planteamientos.

En segundo lugar, aunque no soy un gran experto en la meteria, desde mi punto de vista quiero destacar que una gran limitante de estas empresas que se dedican a la producción de animales de alta genética en el sector de ovinos al igual que el caprino, es la falta de alternativas complementarias a la actividad principal (la producción de genetica) que permitan garantizar la sostenibilidad de dichas empresa ganaderas.

Esta falta de diversificación de la actividad productiva, conlleva muchas veces, según la experiencia (República Dominicana), a problemas de rentabiliad en la empresa, por efecto de una disminución de los ingresos, a causa de la venta escasa o poco dinaminca de este tipo de animal en la actualidad, que tal como usted afirma, se venden a un precio superior al de los animales comerciales.

Esta situación se ha visto aun más acentuada por la escasa rentabilidad que presentan gran parte de las explotaciones ovinas, debido a un incremento en sus costos de producción y unos precios de la carne en finca invariables para el productor.

Esto ha repercutido directamente de forma negativa sobre la demanda de animales de genética mejorada, debido a la falta de dinero liquido, bien sea de origen propio o financiado, ya que el acceso al crédito es muy limitado para un productor de ovinos en las condiciones del trópico.

Le reitero mis felicitaciones y le exhorto a continuar exponiendo temas de esta magnitud.

GRANJA SUASSUMÉ

Piedade - São Paulo - Produção de caprinos de corte
postado em 16/03/2009

Parabens pela concisão e clareza.

Ao mesmo tempo que o mundo dos leilõe$ alardeia a caprinovinocultura aos quatro cantos, na mesma linha, mas com menos cu$to, segue o mundo das pistas.

São importantes divulgadores da existencia da atividade, mas ao mesmo tempo criam esse perigo do mundo irreal, verdadeiro jogo do mico, muito caro e intangivel para a maioria.

A genética de elite deve, sempre, ser trazida para os rebanhos comerciais, para termos reprodutores que verdadeiramente sejam de elite, e não apenas "bonitinhos".

Os preços mais baixos já estão sendo praticados, e permitem que criadores sérios, mas sem capital para INVESTIR no mundo do espetaculo, consigam vender seus reprodutores e matrizes por preços reais e verdadeiros.

Preços verdadeiros, que paguem seus custos e que tragam algum lucro ao criador vão permitir que se acabe também com o animal "sem registro", como se ser registrado fosse sinônimo de caro.

O animal bom deve ser registrado, por ser de boa genética (eu não disse caro), e o animal "sem registro" deve ir pro açougue.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 17/03/2009

Caro Wallace,

Grato pela observação a cerca do artigo.

Entendo que, nós, técnicos da área, temos como responsabilidade o crescimento qualitativo do setor para com voces produtores.

Essa responsabilidade deve ser entendida pelos técnicos, como condição para sucesso na atividade.
No mais, corroboro com vossas observações.

Um abraço
Walter Celani

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 17/03/2009

Caro Tiago Schultz,

Existem várias opções a serem avaliadas e tudo depende de uma série de fatores.

O que posso te dizer, sem estar em sua região para avaliar, seria que o cruzamento industrial, sempre é a melhor opção.

Quando se adquire animais SRD ou animais que não tenham uma pureza racial acentuada, faz-se esse tipo de cruzamento, sempre lembrando que a valorizaçao do rebanho será o grande diferencial.

Os produtos oriundos desse trabalho, poderão ser usado em tricross e abatidos macho e fêmeas.
Mas lembre-se, o que estou te dizendo, é meramente um exemplo, uma vez que, me faltam dados que seriam colhidos a campo e dariam mais sustentabilidade no desenvolvimento do seu negócio.
Abraços
Walter Celani

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 17/03/2009

Caro Colega Ewerson Cristiano Breda,

Grato pela observação.

O que posso acrescentar, é que, muitas vezes é interessante adquirir um animal por um preço maior, de um REAL produtor de Genética e valorizar as futuras matrizes que serão melhores mães e poderão produzir animais adequados ao mercado consumidor. Isso gerará lucros ao criador comercial.
Um abraço
Walter Celani

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 17/03/2009

Caro Samuel Pinheiro Ferreira,

Muito obrigado pelo elogio.

Sua idéia é excelente, já que avaliamos progenie em animais de elite, poderiamos avaliar progenie em animais comerciais.

Cabe aí, às Associações encontrarem a melhor maneira de fazê-la.
Grande abraço
Walter Celani

adauto silva gouveia filho

Matrinchã - Goiás - Produção de ovinos
postado em 18/03/2009

Caros NAVEGADORES, Bom Dia a todos.
Sou um leitor assiduo dessa coluna e, embora não tenha exposto aqui todos os meus problemas (com a ovinocultura), acho eu, que dentre todos os fatos que são comentados aqui, são de grande valia.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 19/03/2009

Caro Daniel Valerio,
Te pido perdon por non contestar sus comentários en espanhol.

Mas digo que são por demais acertados.
O crédito de fato é limitado não só aí, como aqui também.

Voce se referiu a uma coisa muita importante, e que, sempre falo com os produtores aos quais assisto, que devem diversificar as atividades na propriedade rural, para não depender de uma somente. Não se deve colocar todos os ovos em uma só cesta.

É imperativo que os produtores, sejam pequenos ou médios, façam reuniões constantes e quando forem adquirir reprodutores, fazê-lo em grupo.

Isso fará com que o preço caia. Melhor ainda se comprarem de duas linhagens diferentes, porque assim podem fazer a troca de reprodutores para evitar consanguinidade.

Isso é apenas um exemplo para driblarmos as dificuldades.

Um grande abraço e grato pelos comentários.

Isso me estimula cada vez mais, a trazer informaçoes e orientações a todos os produtores.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 19/03/2009

Caro Antonio De Carli,

Entendo perfeitamente o que quer dizer.
Porém, te faço uma sugestão.

É possível começar já com animais de melhor genética, sem necessariamente sofrer com um processo doloroso de experimentos e decepções.
Para isso, procurar produtores que já estão trabalhando genetica realmente e fazer a compra com eles. Assim voce adianta bastante o processo.

Fique à vontade para me procurar caso veja necessidade.
Um grande abraço

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 19/03/2009

Caro Adauto,
Embora não tem dito os problemas que tem com a atividade, me coloco à vossa disposição para tentar colaborar no saneamento de suas duvidas ou problemas.
A minha intenção, junto com os profissionais que trabalham comigo, é ver a atividade crescer em quantidade e qualidade.
Um grande abraço

Gilmar Ricardo Bender

Quatro Barras - Paraná - Produção de ovinos
postado em 19/03/2009

É impressionante como em nosso pais surgem aproveitadores em todas as areas.Principalmente os oportunistas especialistas em lesar pessoas bem intencionadas.

O mundo da elite e "das elites" tem distancia astronomica em relação a nossa realidade!
Muito oportuna a observação do criador Antonio de Carli do MS. A receita caseira e que geralmente dá certo é começar com os pés no chão e com alguns "Pé duro", em um numero razoável, sempre de acordo com a disponibilidade de comida na propriedade, ir selecionando, levando em conta principalmente ganho de peso, resisitencia à verminoses, problemas de casco, e etc....

Num Brasil em que deu certo: Agricultura, suinocultura, bovinocultura de leite e avicultura, com todos os prós e contras, vamos desmistificar a caprinovinocultura com os´pés no chão, e viva os sérios e honestos criadores!!!

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 20/03/2009

Caro Gilmar Bender,

Suas observações são importantes.

Há que se considerar, que as outras atividades que deram certo em nosso país, estabeleceram uma cultura de consumo, que, infelizmente não temos na ovinocaprinocultura.

Digo isso, de uma forma geral, ciente de que existem regiões do pais, que tem essa cultura. Porém, vivemos em um lugar de dimensões continentais e que, portanto, necessita de muito mais do que temos atualmente.

Sendo assim, o que nos falta, e que, em breve estará solucionado (assim esperamos) é indústria que possa comprar a produção. Após essa compra, a mesma poderá exportar o produto e direcionar parte dele para o mercado interno, até que a cultura de consumo se estabeleça e facilite toda a cadeia e a vida dos produtores.

Espero ter contribuído para desanuviar um pouco suas ideias.

Um grande abraço e obrigado

Maria Regina Ferretto Flores

Bento Gonçalves - Rio Grande do Sul - Indústria de insumos para a produção
postado em 23/03/2009

Excelente a matéria. É mais do que hora de alertar os pequenos produtores e os iniciantes. Aconteceu o mesmo com o boer; quando o boer começou a cair, os mesmos que introduziram a raça começaram a propaganda maciça em Santa Ines e Dorper. E sempre os mesmos ganham fortunas e os desavisados(cheguei a pagar R$15.000,00 por um bode Boer) pagam a conta.

Reprodutor bom é aquele que bota boas filhas.
Quando me pdem se eu quero foto de um bode, respondo que só quero foto do balde das filhas dele, já que produzo leite de cabra.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 23/03/2009

Cara Maria Regina,
É com satisfação que recebo seus comentários sobre meu artigo.
Principalmente por ter oportunidade de conhecê-la pessoalmente, quando fui gravar materias em sua propriedade em Bento Gonçalves.
Pude atetar pessoalmente a qualidade de seus animais e do manejo feito em seu rebanho leiteiro.
E só posso repetir que fico muito satisfeito em receber um comentário seu.
Um grande abraço,

Silvio Iran da Costa Melo

Nova Alvorada do Sul - Mato Grosso do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 09/05/2009

Muito elucidativo o seu comentário. Aproveitando o enseno indago: Na sua opinião, quais seriam os pontos básicos para eu objetivar a genética na criação de ovinos para abate em segundo plano?

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 11/05/2009

Caro Silvio Iran,

São dois caminhos distintos a seguir. Trabalhar genética requer uma dedicação e um investimento diferentes dos animais de corte.

Precisaria de mais detalhes para opinar sobre esse assunto.
Fique à vontade para me contactar
Grato
Um abraço,
Walter Celani

Geraldo Pinho Andrade

São Paulo - São Paulo - Produtor Rural
postado em 09/06/2011

Até que em fim alquem se manifesta com coerência e conhecimento,o que vemos por aí em matéria de genetica animal é um monte de aproveitadores que se une nas esposições e leilões só pensando em ganhar muito, esse pessoal não ajudam em nada, o pequeno produtor não pode passar nem perto,as vezes asisto o canal Rural e fico idignado com o que vejo é um verdadeiro absurdo,acho muito válido o programa de melhoramento genético só que teria que haver outra conotação se o pequeno não tem acesso a isso a coisa cada vez fica pior, em vez de melhorar para quem necessita que é o pequeno criador, piora cada dia que passa desvalorizando os seus animais.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 09/06/2011

Caro Geraldo Pinho,

Escrevi esse artigo já faz algum tempo e fiquei gratamente surpreso com sua observação.
Mas, felizmente, posso te dizer que muita água passou por baixo da ponte desde então.
Hoje temos vários produtores de elite que entenderam e ainda estão entendendo, que se eles não se aproximarem dos produtores menores, seus esforços terão sido em vão e seus investimentos não terão retorno.
Por favor, procure, porque voce vai se surpreender de maneira grata com relação aos animais que hoje voce pode adquirir por um preço bastante razoável e que viabiliza perfeitamente o criatório.
Estou à vossa disposição,
Um grande abraço,
Walter Celani
celanijr@gmail.com

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