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Como conquistar o futuro?Reflexões sobre a Sucessão Familiar

Por Francisco Vila
postado em 07/04/2014

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Com o recente avanço da computação quântica o mundo entrou num novo patamar de tecnologia. Ao longo da próxima década assistiremos aos efeitos sistêmicos da interação dos principais impulsionadores da vida moderna que são: inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia. Trabalharemos com novos defensivos, drogas e variedades genéticas. É a combinação dessas megatendências que, juntamente com as incertezas dos impactos do crescimento populacional e das mudanças climáticas, formarão o quadro de referência para o planejamento e a gestão na empresa rural.

Sabemos que a produção de grãos, carnes e, nomeadamente, do leite representam os sistemas produtivos mais complexos da economia brasileira. Além de fatores externos como a influência de clima, as especificidades de sistemas vivos (como plantas e animais), é o fato de o produtor ser tomador de preços antes e depois da porteira que torna cada vez mais complexa a gestão do negócio.

Se nós, agora, juntarmos a complexidade da atividade rural com a dinâmica do avanço tecnológico, fica evidente a necessidade de repensar a maneira como organizamos nossa produção na fazenda. ‘Como’ e ‘quem’ vai nos ajudar a continuamente modernizar o nosso sistema produtivo e capacitar a nossa equipe?

O desafio: Avanço tecnológico multiplicado pela crescente complexidade da produção rural

Existem duas fases para um projeto de reestruturação. Na primeira, o produtor avalia seu modelo de negócio com consultores, extensionistas e técnicos altamente especializados das empresas de insumos. Nessas conversas, ele formará uma idéia sobre quais as principais mudanças já em curso no setor e como elas impactam umas nas outras. Pois não deve ser esquecido que cada solução tecnológica isolada tem efeitos sistêmicos que influenciam o sistema produtivo como um todo. Programas de fidelidade ajudarão a formalizar esse fluxo de informação contínuo.

O próximo passo é avaliar como e por quem essa oferta de soluções inovadoras pode ser incorporada nas características específicas da nossa propriedade. Aqui a dimensão, o nível de tecnificação, a localização geográfica e os relacionamentos comerciais com fornecedores e as indústrias de transformação do nosso produto são relevantes. Como em qualquer outra atividade, aqui também, são as pessoas que fazem a diferença e que se tornarão o fator decisivo na estratégia de modernização.

As pessoas, ou seja, a nossa equipe, é composta por indivíduos, cada um com sua visão da vida, seu conhecimento técnico, seu potencial de motivação e sua lealdade. No entanto, a modernização sistêmica exige que todos evoluam o tempo todo. Precisamos, assim, encontrar linguagens e incentivos para assegurar que isso aconteça de uma forma orgânica dentro do programa de reestruturação contínua que traçamos com os consultores durante a primeira etapa.

Sucessão – A fórmula para o Sucesso e a Sustentabilidade

Naturalmente, depende do nosso perfil de proprietário a maneira como o processo será conduzido. Considerando que a idade média dos produtores rurais no Brasil oscila entre 50 e 55 anos podemos assumir que a maioria deles tem filhos na idade de definir seu rumo na vida. E podemos admitir que, em princípio, o filho ou a filha é a melhor aposta para conduzir a modernização contínua a quatro mãos.

Com essa constatação chegamos ao desafio da ‘sucessão familiar’. Erroneamente, esse assunto sempre é associado ao falecimento do pai. Na verdade não se trata disso. A herança, sim, foca na divisão da propriedade. Mas a sucessão está orientada para a evolução do negócio, a melhoria dos indicadores de produtividade e rentabilidade e para a preservação do valor patrimonial. A sucessão define o processo de integração suave da próxima geração que traz novos conhecimentos para a gestão do pai, que continua contribuir com sua valiosa experiência na motivação de pessoas e com seu relacionamento comercial.

Olhando para os desafios da competitividade alavancados pela aceleração tecnológica, a geração dos atuais donos da fazenda precisa ativamente buscar o interesse dos filhos - ou de profissionais - na manutenção e evolução do negócio. Recente pesquisa no Sul do País revela que um terço dos produtores rurais tem certeza que não terão sucessor para sua atividade. Isto significa que ao longo dos próximos 10 a 15 anos haverá uma tendência de concentração no campo. Como resultado, é de esperar que aumentará a competitividade, com produtos cada vez mais certificados e rastreados. Ou seja, não existe mais a opção de modernizar ou ficar no sistema tradicional. A tecnificação de todos os componentes do sistema produtivo tornou-se uma imposição. Além disso, a mão de obra do campo fica cada vez mais cara e o êxodo rural continua drenando o mercado de trabalho tanto para o plantio como para o manejo dos animais. Nesse contexto, a integração da próxima geração deve ser uma das principais preocupações do produtor rural.

O panorama geral para a produção agropecuária é o melhor possível. Um número cada vez mais expressivo, de jovens começa a descobrir atrativos novos da realização profissional e pessoal da vida no campo. Trata-se do recente fenômeno da ‘urbanização rural’. Ou seja, o futuro é promissor para aquelas propriedades que consigam combinar a tradição com a modernidade, a sabedoria e paciência da geração dos pais com a dinâmica e versatilidade da geração Y. A sinergia entre as gerações assegurará competitividade, sucesso profissional e empresarial e o sustento dos pioneiros que transformaram ao longo das últimas décadas a pecuária tradicional numa fonte de riqueza nacional.


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