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Manejo nutricional de fêmeas para reposição

postado em 29/06/2010

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Em um sistema de produção de ovinos, o manejo nutricional adequado de fêmeas para reposição é um fator muito importante a ser considerado, pois este influencia diretamente a idade à puberdade e à primeira cobrição. Além disso, o desempenho de suas crias dependerá, principalmente, da sua produção de leite e, para que esta seja satisfatória, é fundamental atender as exigências nutricionais nas fases de crescimento e reprodução das fêmeas.

Segundo Susin (1996), o potencial reprodutivo da ovelha é influenciado pelo padrão de alimentação do nascimento ao primeiro parto. O conhecimento das exigências do animal em cada etapa do seu desenvolvimento evita a subnutrição ou ganhos de peso excessivos, que ocasionam maior deposição de gordura na glândula mamária, redução na síntese de tecido secretor e na futura produção de leite, consequentemente (Umberger et al., 1985). Cordeiras desmamadas com 20 kg e com crescimento acelerado (200 g/dia) da desmama à primeira cobrição aumentaram a porcentagem de cordeiros por borrega, mas reduziram a produção de leite quando comparado àquelas que tiveram um ganho de peso inferior (100 g/dia) na mesma fase (Umberger et al., 1985).

Allen & Lamming (1961) constataram que o desenvolvimento da atividade sexual é primariamente função da idade do animal, mas pode ser alterado pelo plano nutricional durante a fase de crescimento. Os mesmos autores verificaram que borregas alimentadas em pastagens de boa qualidade e com suplementação, alcançaram a puberdade mais cedo e com maior peso do que as submetidas em pastagens de qualidade inferior sem suplementação (48 vs. 39 kg, respectivamente), indicando que a nutrição exerce influência na taxa de crescimento e de desenvolvimento fisiológico de borregas e, consequentemente, na idade à puberdade.

Rhind (1992) considerou que a restrição nutricional durante a fase de crescimento de borregas pode resultar no atraso do início da puberdade e, consequentemente, da primeira cobrição. Hafez (1952) verificou que a taxa de ovulação é o determinante mais importante do desempenho reprodutivo de fêmeas e é severamente suprimida em condições restritas de nutrição.

Outros fatores, como a estação do ano, a raça, a idade à desmama e as condições gerais de manejo (fornecimento constante de sal mineral e água, nutrição, conforto ambiental e sanidade) também determinam o potencial produtivo e reprodutivo do animal (Chappell, 1993). A característica genética também influencia na taxa reprodutiva em ovinos; porém, quando a nutrição é o primeiro fator limitante da reprodução, apenas o melhoramento genético não é suficiente para promover aumento na produtividade animal (Doney et al.,1982).

O peso à primeira concepção tem sido utilizado como recomendação prática para introduzir as borregas na reprodução. Segundo Chappell (1993), as borregas devem atingir dois terços do seu peso adulto para entrarem na vida reprodutiva. Considerando um peso de nascimento de 5 kg para cordeiras, idade à primeira cobrição de 223 dias e idade à primeira parição ao redor de 12 a 13 meses, Chappell (1993) propôs um ganho de peso médio diário de 201 g para fêmeas de raças lanadas. O ganho de peso e as exigências nutricionais para cada etapa do crescimento de borregas, do nascimento à primeira cobrição, encontram-se na Tabela 1.

De acordo com Eloy et al. (1990), fêmeas deslanadas criadas em pastagens alcançaram a puberdade em torno de 12 meses de idade com peso vivo de 18 a 28 kg. Em sistemas onde o manejo nutricional é mais intensivo, a puberdade pode ser alcançada aos 3,5 meses com o mesmo peso obtido em pastagens (Foote, citado por Eloy et al., 1990).

Tabela 1 - Taxa de crescimento sugerida, peso desejado e exigências nutricionais para borregas do nascimento à primeira parição, em torno de um ano de idade



A EMBRAPA (1983) considerou que borregas deslanadas alcançam 60% do seu peso adulto na primeira concepção, sendo possível obter fertilidade e prolificidade satisfatórias aos 15-17 meses de idade. No entanto, Silva et al. (1984) observaram que o peso médio à puberdade das raças Morada Nova, Somalis e Santa Inês representou cerca de 72% do peso adulto. Esses autores também verificaram uma correlação negativa entre idade e peso à puberdade, podendo inferir que o nível de nutrição influencia a puberdade, ou seja, borregas mais pesadas chegam à idade reprodutiva mais cedo.

Simplício et al. (1989) avaliaram o peso e a idade à puberdade de borregas da raça Morada Nova, Somalis Brasileira e Santa Inês em pastagem nativa e não encontraram diferenças na idade à puberdade entre as raças, mas a raça Santa Inês apresentou maior peso (24 kg) do que a Morada Nova (21 kg) e a Somalis Brasileira (20 kg). Os autores verificaram que as borregas alcançaram a puberdade em torno de 10 meses. Entretanto, é possível atingir a idade reprodutiva ao redor de sete meses, considerando a aplicação de um bom plano nutricional, com adequado manejo reprodutivo e sanitário.

Esse e outros temas relacionados aos princípios da nutrição em ovinos e caprinos de corte serão abordados no Curso Online Princípios da Nutrição em Ovinos e Caprinos de Corte que terá início no dia 29 de julho.

O grande desafio dos ovinocultores é gerenciar a alimentação do rebanho de forma correta, para que este não seja um fator limitante de produção. Por isso, o objetivo deste treinamento é apresentar os conceitos nutricionais essenciais que devem ser utilizados na alimentação de ovinos e caprinos de corte.

Empregar as técnicas corretas no manejo nutricional e na formulação de rações é uma medida importante para atender as necessidades específicas de cada categoria animal e utilizar ingredientes que reduzam os custos com alimentação, sem afetar o desempenho e a eficiência produtiva do sistema.

Destinado a profissionais que estão iniciando uma produção de ovinos e caprinos de corte, ou que já têm vivência com a atividade, aprenda neste treinamento como balancear corretamente a alimentação do rebanho, conhecendo as alternativas de volumosos para o período seco do ano, o manejo nutricional ideal para as diferentes categorias animais e os ingredientes que devem ser usados na composição da dieta dos ruminantes.

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