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Forrageiras para caprinos e ovinos. Confira a opinião dos produtores

postado em 03/11/2010

9 comentários
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Os sistemas de produção animal baseados em pastagens têm merecido destaque devido ao baixo custo que geralmente proporcionam, porém, o sucesso desta atividade deve começar com o conhecimento das características da forrageira a ser utilizada na pastagem e do comportamento da espécie animal envolvida.

Cabe salientar que é em vão procurar por capins "milagrosos" (mais produtivos, baixa exigência em fertilidade, tolerantes a seca, resistentes a pragas e que não possuam estacionalidade de produção). Com certeza absoluta estes capins não existem. Toda planta forrageira apresenta determinadas vantagens e limitações.

Morand-Fehr e Sauvant (1984) definiram os caprinos como consumidores adaptativos com seletividade média a alta. A seletividade está relacionada às partes anatômicas de sua boca que permitem ampla mobilidade dos lábios, e pela forma de apreensão do alimento com o uso de lábios, dentes e língua que permitem que estes animais apresentem alta capacidade de seleção. A diversidade de plantas que o caprino consome como forragem é bem mais ampla que a aceita por ovinos e bovinos. Outro ponto importante é que o caprino, por natureza, não gosta de se alimentar exclusivamente com única forrageira, notadamente se a mesma for gramínea, preferindo alternar a alimentação entre diferentes tipos de vegetais, selecionando intensivamente as partes mais nutritivas das plantas em quaisquer deles (Gall, 1981; De Simiane et al., 1984).

Para ovinos, certas características inerentes a espécie, como o comportamento alelomimético (ação idêntica entre os membros de um grupo no mesmo momento e atuando uns sobre os outros), é de grande importância. De maneira geral, os ovinos pastejam em grupos, sendo difícil observar um animal isolado do restante do rebanho. Assim, é importante que a forrageira escolhida seja de porte baixo (<80 cm de altura) para que haja a possibilidade de visão e percepção entre os animais do grupo de pastejo. Outra característica dos ovinos é o pastejo seletivo, possuindo a habilidade na apreensão de partes selecionadas das forrageiras.

Segundo MEIRELLES et al. (2008) as espécies mais indicadas para pastagens de ovinos devem ter porte baixo, com hábito de crescimento rasteiro, prostrado, que proporcionam boa cobertura do solo e que tolerem manejo baixo (saída dos animais da pastagem com uma altura menor). (Artigo "Pastagem para ovinos - uma realidade a ser cumprida", publicado no FarmPoint em janeiro de 2010).

No dia 14/10, o FarmPoint lançou uma enquete para conhecer quais são as forrageiras utilizadas pelos produtores de ovinos e caprinos. Produtores de 10 estados participaram (BA,GO, MS, PA, PE, PR, SP, RS, SC e SE).

Destaques e comentários dos leitores

Produtores de caprinos de corte

Wallace Newton Junior, produtor de caprinos de corte de Piedade/SP e proprietário da Granja Suassumé, comentou que utiliza pasto nativo, onde predomina o capim gordura, capim estrela, um tanto de napiê roxo e apenas três piquetes de Brachiaria. "Fazemos pastejo rotacionado por 3 dias em cada piquete".

Isaias José Coelho, produtor de caprinos de corte de Dormentes/PE, utilizada várias espécies de forrageiras: capim Búffel em larga escala e sorgo forrageiro para silagem. "Possuo também um campo experimental de pornunça e maniçoba para banco proteico. Nós explorávamos também a palma forrageira em larga escala, porém a choconilia do carmim atrapalhou".

Produtores de ovinos

Região Sul

Maurício Prestes Bragagnollo, produtor de ovinos de Dom Pedrito/RS, utiliza o campo nativo melhorado o ano todo com ajuste de carga nas diferentes épocas do ano. "No inverno aproveitamos a sobressemeadura sobre o campo nativo de azevém, trevo vermelho e cornichão. Também possuímos pastagens cultivadas de inverno e verão, como por exemplo, consorciação de aveia preta e azevém no inverno e capim Sudão no verão. É importante salientar que as pastagens cultivadas de inverno e verão são utilizadas pelo rebanho somente com pastejo horário em diferentes categorias".

Nei Antônio Kukla, técnico em agropecuária, administrador de empresas e especialista em agronegócios de Porto União/SC, também faz sobressemeadura. "Utilizo pastagem naturalizada com sobressemeadura no inverno de azevém e trevo. Também iniciamos o plantio da espécie Missioneira Gigante (Axonopus jesuiticus). Na mesma linha, Thabata Stasio, estudante de Campo Largo/PR, citou que utiliza consórcio de aveia, azevém e ervilhaça e Ivo Arnt Filho, produtor de ovinos de Tibagi/PR, possui piquetes com Tifton e Aruana e nos invernos os animais são suplementados com pastejo de azevém com trevo. "Desta maneira obtemos uma lotação de 35 animais/ha durante todo o ano com sobra de pastos".

Laercio Ferreira de Macedo, produtor de ovinos de Anchieta/SC, usa Estrela africana como base para o verão e azevém como base para o inverno. "Complemento com feno de amoreira e com folhas de feijão andu".

Região Centro-Oeste

Airton Rui Cicerelli Fernandes, produtor de ovinos de Pedro Gomes/MS, utiliza pastejo extensivo em pastagem de Brachiaria decumbens e Brachiaria brizhanta. "Consigo um resultado satisfatório na criação de ovinos, que faço há mais de 30 anos".

Rafael Mora Campos, zootecnista e produtor de ovinos de Jandaia/GO, utilizada o capim Massai. "É um capim de boa palatabilidade e na seca surpreende".

Região Sudeste

Jaime de Oliveira Filho, proprietário da CSO Consultoria e Serviços, de Itapetininga/SP, destacou que a questão de pastagem sempre será um dilema para novos e velhos criadores. "Estou reformando as pastagens e introduzindo Tifton 85 e Vaquero, já que essa propriedade está no sul do Estado de São Paulo e possui características de clima temperado. Não podemos esquecer que para termos produção que comporte um bom nº de animais/ano, precisamos ter solo corrigido e adubado com NPK e distribuir o nitrogênio a cada pastejo. A irrigação também proporciona produção o ano todo e se o produtor está na região sudeste e sul, poderá fazer a sobressemeadura de aveia e azevém e ter forragem de qualidade no inverno sem precisar suplementar seus animais com ração e outros".

Reinaldo Micai, proprietário da Ovinovip (assistência especializada em ovinos) de Itu/SP, destacou que um detalhe importante quando se fala de produção de forrageiras é a localização geográfica e obviamente climática. "Estou na região Leste do Estado de São Paulo, terras de média fertilidade com inverno e verão bem definidos. Tenho utilizado para pastejo direto o Tanzânia, Coast-cros e Estrela africana. São piquetes individuais com cada espécie, que me permitem fazer rodízios durante o ano em função da maior produtividade de cada uma. Essas variedades tem me permitido fazer controle estratégico contra a verminose, com o uso do Tanzania, no inverno, quando outros capins estão mais rasteiros para o pastejo e este permite pastar nas touceiras mais distantes do solo, portanto menor incidência de vermes".

Região Nordeste

João José de Santana, produtor de ovinos de Barreiras/BA, utiliza pastejo rotativo com 80% de capim Massai e 20% Tifton, pastos exclusivos para cada variedade. "O Massai tem tido um desempenho excelente na região do cerrado apenas com correção de acidez".

Luiz Carlos Nunes dos Santos, produtor de ovinos de Salvador/BA, possui pastagem formada na maioria por Tifton 85, além de outras variedades. "Como suplementação, uso a palma e a mandioca com sucesso".

Região Norte

Joel Bitar, produtor de ovinos e proprietário da Cabanha Árabe, de Belém/PA, utiliza Brachiaria humidicola e capim Massai. "Estamos tendo muitos problemas com fotossensibilidade e estamos mudando os pastos".

Equipe FarmPoint

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Comentários

Helen Renner

Santa Cruz de Monte Castelo - Paraná - Estudante
postado em 05/11/2010

Parabéns pela pesquisa!

Estéfano da Mota Pereira

Curaçá - Bahia - Técnico
postado em 05/11/2010

Estéfano da Mota Pereira ASSISTEC (Assistência Técnica Agropecuária Especializada de Curaçá - BA), posso dizer que em cada propriedade existe as suas particularidades aonde procuramos implantar as forrageiras de acordo com o seu uso (se para pastejo direto ou para produção de feno), utilizo o capim buffel, a palma forrageira melancia de cavalo, sorgo, milho (produção de silagem) e recentemente implantei em duas propriedades o massai.

ARNALDO VALENTIM

Lima Duarte - Minas Gerais - Indústria de laticínios
postado em 08/11/2010

Recentemente iniciamos a atividade voltada à ovinocultura. Os pastos são divididos em piquetes de braquiaria decumens e brizanta usados de forma rotativa e não tem havido problema relacionado com fotosintese.

Denis

Pinhão - Sergipe - Produção de ovinos
postado em 10/11/2010

Gostaria de parabenizá-los por este iniciativa, Algumas características realmente são marcantes por regiões.

Tobias Marino

Porto Rico - Paraná - Produção de caprinos de leite
postado em 16/11/2010

Ola. Achei bem legal essa pesquisa. Deu para ver o que alguns produtores de outras regiões estão fazendo.

Edna Mendes Pereira de Oliveira

Ibipitanga - Bahia - Produção de ovinos
postado em 19/10/2011

Crio ovinos  e caprinos,no sistema intensivo.Uso o capim buffel,urocoa,palma forrageira,milho etc.

Estéfano da Mota Pereira

Curaçá - Bahia - Técnico
postado em 20/10/2011

Estamos implantando um centro de terminação para cordeiros e cabritos precoce, utilizaremos como volumoso o Tifton 85, além de ter a nossa disposição uma parte de capim Buffel e capim Angola, no banco de proteinas vamos utilizar Leucena e Cunhã e como fonte de energia o milho, em breve estatemos implantando uma área de Palma Forrageira irrigada.

sergio saretto

Sobradinho - Distrito Federal - Produção de caprinos de corte
postado em 24/09/2012

Vou plantar 5 hec de capim para ovinos e equinos, para posteriormente dividir em piquetes, pretendo espalhar 2 ton por hec de calcario e estava pensando em plantar o Massai. Gostaria da opinião dos amigos sobre esta estratégia!! Tambem pretendo formar ainda um banco de proteina ( leucena, gliricidia ?) e uma parte de cana. E em outro piquete de 3 hec formar com tifton. Minha méta é trabalhar com 100 matrizes.

Alguem pode me aconselhar sobre esta estratégia? Estou proximo a Brasilia e aqui a seca aperta no inverno. Obrigado.

Estéfano da Mota Pereira

Curaçá - Bahia - Técnico
postado em 25/09/2012

Uma das observações que deve ser levada em consideração é baixa resistencia do massai a longo periodo de estiagem. Mais em relação a propagação e questão de massa foliar é bem melhor que o tifton. Sergio acho interessante fazer uma analise pedologica do seu solo para depois ver a correção que será nescessaria ser feita. deixo o meu número para qualquer duvida. 74 - 9980-7324 (vivo)

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