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Aquecimento global não reduzirá produção agropecuária, diz CNA

postado em 07/11/2013

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A produção do setor agropecuário brasileiro vai continuar subindo, independentemente de a temperatura global aumentar ou diminuir. Essa previsão foi apresentada pelo assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, em audiência promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (5).

Segundo o relatório, a temperatura média subirá entre 3 e 6 graus centígrados até o ano de 2100. Esse aumento terá impacto no regime de chuvas no Brasil: na Região Sul e na Mata Atlântica do Sudeste, pode haver aumento de até 30% nas precipitações; enquanto em parte da Amazônia e na Caatinga o cenário deve ser de seca, com redução de até 40% das chuvas.

Divergência - Na audiência, o professor do Centro de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, criticou o relatório elaborado pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e se contrapôs à conclusão da maioria dos cientistas. Molion afirmou que, nos próximos 20 anos, a temperatura vai diminuir no mundo.

Segundo ele, o nível de atividade do Sol é cíclico, e o astro estaria entrando em sua fase de menor atividade, emitindo menos calor. Além disso, de acordo com o professor, a temperatura dos oceanos, principalmente o Pacífico, vem diminuindo, o que também teria uma influência na redução da temperatura mundial.

Adaptação - A divergência não afetou a posição apresentada pelo assessor da CNA Nelson Ananias Filho sobre as mudanças climáticas. "Nós trouxemos a visão da agricultura de que nós podemos, em qualquer uma dessas possibilidades, nos adaptar e produzir cada vez mais", afirmou.

O pesquisador Eduardo Assad, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), participou da elaboração do 1º Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas. Ele reafirmou que as previsões apontam que, em todo o Brasil, deve haver aumento de temperatura.

Assad citou outro efeito das mudanças climáticas no País: o aumento na frequência dos chamados "fenômenos extremos".

"Fenômenos que, anteriormente, o pessoal dizia que era normal, continuam acontecendo, mas com muito mais frequência: vários dias do ano com temperaturas muito elevadas, vários dias do ano com chuvas muito intensas, vários dias do ano com temperaturas muito baixas. Essas coisas vão provocando impactos muito fortes, principalmente na agricultura brasileira e nas populações mais pobres", disse.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, em um primeiro momento, seria prejudicada a produção de soja, milho, café e trigo. Por outro lado, o aumento da temperatura beneficiaria as pastagens e a produção de cana-de-açúcar.

Eduardo Assad destacou que uma das formas de minimizar os impactos das mudanças climáticas na agricultura é, por exemplo, usar plantas adaptadas. Ele disse que alguns tipos de milho usados no Nordeste, que suportam altas temperaturas e incertezas hídricas, poderiam ser testados no Sul do País.

Segundo ele, esses milhos adaptados para o Nordeste não produzem tanto quanto as espécies do Sul, mas poderiam ser uma alternativa para os agricultores da região.

O pesquisador também afirmou que a chuvas tendem a ficar mais intensas. Isso exigirá que os agricultores voltem a plantar em terraços, sistema que utiliza o declive do terreno para formar plataformas de vários níveis numa lavoura, diminuindo o impacto das enxurradas.

O deputado Bohn Gass (PT-RS), que pediu a realização do debate, manifestou preocupação com as consequências do aquecimento global na agricultura. Ele destacou que é necessário levar a todos os produtores as tecnologias que permitam a adaptação da produção às mudanças climáticas.

As informações são do Jornal da Câmara.


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