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Embrapa: instalações adequadas para caprinos e ovinos

postado em 05/03/2010

1 comentário
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Construir instalações para caprinos e ovinos que evitem a proliferação de doenças, permitam uma boa produção de leite ou carne e sejam seguras contra roubos e ataques de animais é algo possível para os agricultores familiares do sertão nordestino.

Pesquisas realizadas pela Embrapa Caprinos e Ovinos indicam que detalhes das construções podem fazer a diferença em termos de conforto para os animais, controle de verminoses e até mesmo ganhos para a produção.

Segundo o médico veterinário Fernando Henrique Albuquerque, do setor de Campos Experimentais da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), em regiões de clima quente e seco, como o semiárido nordestino, é importante observar aspectos como a incidência solar e ventilação para evitar o desconforto dos animais. "É ideal que o chamado pé direito, a parte mais baixa do telhado, não seja menor que 2,20 metros, para evitar fatores como a retenção de calor. No Nordeste, também não é recomendável o uso de telhado com materiais como zinco, amianto ou cimento, sendo recomendado o barro ou a palha", ressaltou ele.

Fernando afirmou que já foram verificados casos em que animais submetidos à mesma dieta mostravam ganho de peso de 200 gramas diárias, quando confinados em locais confortáveis, e a metade disso quando ficavam em instalações onde a temperatura era mais alta. Ele enfatizou também a necessidade de se observar o sentido da localização da instalação, para melhor aproveitamento dos raios solares, de acordo com a finalidade da produção.

"No caso de animais em confinamento, a melhor localização do seu comprimento é no sentido leste-oeste, para que o sol incida por cima da cumeeira. Se não for feito assim, animais localizados no lado oeste (poente) à tarde serão prejudicados. É um fator que interfere no consumo de ração e no surgimento de doenças", disse ele. Já no caso da pecuária semi-intensiva, em que caprinos e ovinos passam parte do tempo livres em campo, o sentido adequado é o norte-sul. "É importante observar que os raios solares têm um efeito desinfetante para exterminar bactérias e parasitas, além de evitarem que instalações de chão batido permaneçam com pisos molhados em época de chuva, fator que pode provocar doenças no casco", explicou ele.

Questões sanitárias também devem ser observadas, especialmente na posição de comedouros e bebedouros. Doenças intestinais como a eimeriose podem ser evitadas quando cochos são posicionadas em local e altura corretos. Comedouros e bebedouros devem ficar fora da instalação e deve ser usado o canzil, para que só a cabeça do animal possa alcançar o cocho, como medida para evitar, inclusive, que os animais urinem e defequem nos cochos, problema ainda comum em pequenas propriedades. Também se sugere que a altura do cocho fique a 20 centímetros do chão para animais adultos, altura que pode se reduzir no caso de animais jovens. A área de cocho para cada animal deve ser de 30 centímetros para adultos e 20 centímetros para jovens.
A contaminação devido à alimentação em cochos inadequados pode causar perdas aos produtores, que nem sempre são visíveis, daí a ocorrência, em muitos casos, de desinteresse na observação dos critérios. "O produtor não vê recompensa para questões como esta na hora de comercializar os animais, Porém, observa-se, por exemplo, que em rebanhos com presença da eimeriose o desenvolvimento do animal pode ficar atrasado. Animais saudáveis que ganhariam 150 gramas por dia, com a doença ficam em somente 50 a 80 gramas. Há prejuízo também na conversão alimentar: em rebanhos saudáveis, um produtor utiliza quatro quilos de ração para um ganho de um quilo de peso, em rebanhos atingidos pela doença, é necessário o uso de dez ou mais quilos de ração", ressalta Fernando Henrique.

Outras questões relacionadas à sanidade animal devem ser observadas quanto à extensão de área coberta, declive e drenagem do local. A área deve se basear numa relação categoria de animal - piso utilizado - fornecimento de ração. No caso de animais adultos, por exemplo, a área deve ser de um metro quadrado para cada animal em piso ripado, 1,20 metro quadrado se o piso for de cimento, 1,5 metro para piso de chão batido. O espaço maior em chão batido se explica pela maior facilidade de encharcar em período chuvoso. Pelo mesmo motivo, deve haver preocupação com o declive do terreno (o recomendável é 3%) e as condições de drenagem do terreno, sendo os de textura consistente (duros, pedregosos ou de afloramento calcário) os mais recomendados.

A construção de instalações para caprinos e ovinos traz, ainda, recomendações quanto à segurança dos animais e a economia de material. Problemas relacionados a roubos nos rebanhos podem ser amenizados com a construção de instalações distantes de estradas e o estímulo a hábitos simples, como alimentação com suplementação no fim da tarde, para que os animais retornem ao aprisco. As instalações também podem aproveitar madeira do raleamento da caatinga na sua construção, proporcionando economia de recursos para pequenos produtores.

As informações são da Embrapa Caprinos e Ovinos, adaptadas pela Equipe FarmPoint.

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Comentários

avoni pereira dos santos

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 19/11/2014

estou iniciando o criatorio de ovinos para corte. Gostaria de saber se existe um modelo de instalações para esse tipo de criatorio. Inclusive com brete de vacinação e carrgamento.

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