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FAO: preços recordes da carne ovina são atribuídos à baixa produção

postado em 30/11/2011

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De acordo com o último relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) sobre previsões para o mercado de carnes, de novembro, o mercado global em 2011 continua caracterizado pela seca e pelos menores estoques de animais por causa dos problemas sanitários em muitos países, bem como pela menor lucratividade em outros, à medida que os preços dos insumos permanecem particularmente altos.

A produção global de carnes deverá aumentar em apenas 1%, metade dos ganhos na produção do ano anterior, para 295 milhões de toneladas. Mais de três quartos do crescimento com relação ao ano anterior se originarão no Brasil e na China, fornecedores de quase 40% da produção global. Entre as várias categorias de carnes, a retenção de animais para reconstrução do rebanho está reduzindo a produção de carne bovina e ovina, enquanto os altos custos de produção e doenças estão prejudicando o crescimento nos setores de frango e suíno.

Apesar disso, a imposição de barreiras comerciais e a forte demanda de importação, especialmente nos países da Ásia e na Rússia, deverão aumentar o comércio de produtos de carne em quase 4%, para 27,4 milhões de toneladas, com aumentos mais pronunciados para carne suína e de frango.

Os altos preços dos alimentos animais, o clima adverso, as doenças animais e a reconstrução dos rebanhos estão mantendo os preços da carne em níveis recordes em 2011. Em abril de 2011, o índice de preços de carne da FAO aumentou para um recorde de 180 pontos, o maior nível registrado em mais de 20 anos em que vem sendo feito esse índice de preços. Desde abril, os preços caíram um pouco, como refletido no índice de preços da carne da FAO, que caiu em 3 pontos, para 177 em outubro de 2011.Entretanto, apesar da queda nos preços, esses permanecem 12% acima dos de outubro de 2010.

Os preços da carne permanecem persistentemente altos. De janeiro a outubro, os preços ficaram em média 17% maiores do que em 2011 comparado a 2010, com os ganhos com relação ao ano anterior sendo maiores para a carne ovina, com aumento de 35%, seguido pela carne bovina e de frango, aumentando respectivamente em 16% e 12%. O fortalecimento dos preços reflete principalmente a forte demanda de importação dos mercados da Ásia e da Rússia, que impulsionaram o mercado mundial de carnes em 3,6%, para 27,4 milhões de toneladas.

Embora os altos preços e o fraco crescimento econômico tenham reduzido o consumo global per capita de carnes para uma média de 42 quilos, os preços relativamente baixos aceleraram a mudança dos consumidores em direção à carne de frango, principalmente à custa da carne bovina.



Carne ovina

Uma estagnação de cinco anos na produção global de carne ovina continua em 2011 após o declínio nos rebanhos ovinos da Oceania, da Europa e da América do Norte, e mortalidades recordes induzidas pela seca de animais no Nordeste da África. Na China, onde estão um terço de todos os pequenos ruminantes, o crescimento da produção está desacelerando, à medida que as autoridades restringiram muitas operações de ovinos em uma tentativa de evitar a erosão e a desertificação, com a intenção de preservar o meio-ambiente. Na Oceania, que fornece mais de dois terços das exportações globais, a produção deverá cair em 8%, à medida que o clima adverso afetou a parição de cordeiros na Nova Zelândia, enquanto os produtores na Austrália estão retendo cordeiros para reabastecimento, em resposta aos preços quase recordes.

Na África, duas estações consecutivas de chuvas significantemente abaixo da média no Nordeste da África resultaram em uma depleção dos recursos de pastagem na Etiópia, Quênia e Somália e em uma mortalidade significante de animais. Na Etiópia, as taxas de mortalidade nas áreas afetadas pela seca foram estimadas em cerca de 60% de bovinos, 40% de ovinos e 25-30% de caprinos. No Sudão, os preços dos ovinos aumentaram em três vezes para níveis recordes, à medida que o consumo doméstico permanece forte. A escassez de mercado no Oriente Médio, uma região bastante dependente das importações de ovinos vivos da Austrália e do Nordeste da África, estão estimulando os envios de animais vivos. Na Ásia, as enchentes das monções nas partes sul do Paquistão, o principal exportador do Oriente Médio, colocou milhões de animais em risco, encalhados pelas enchentes e enfrentando infecções por parasitas, doenças e falta de alimentos.

Enquanto as exportações de fornecedores não tradicionais, como Argentina, Índia e Irã, estão aumentando, as menores ofertas exportáveis na Austrália e na Nova Zelândia estão reduzindo as exportações globais em 2011 para 824.000 toneladas, 3% a menos que em 2010. As menores vendas de animais vivos das regiões afetadas pela seca no Nordeste da África estão pesando no mercado e contribuindo para aumentos nos preços de mais de 80% nos países do Oriente Médio. Em muitos dos países bastante dependentes de importações do Oriente Médio, a baixa disponibilidade de carne ovina e de animais vivos se traduziu em altos preços e respostas políticas induzidas pelos preços subsidiados dos ovinos em Qatar e pelos preços fixos nos Emirados Árabes Unidos para subsidiar os alimentos animais na Arábia Saudita.

Em outros mercados, os altos preços mundiais estão limitando as vendas à China, enquanto um declínio nas importações da União Europeia (UE) está sendo compensado pelas maiores vendas aos Estados Unidos, onde os níveis dos estoques ovinos caíram para os mais baixos em 100 anos e os preços aumentaram 70%, provavelmente em resposta à crescente demanda por carne ovina e caprina diante das mudanças demográficas.

Os dados são da FAO, traduzidos e adaptados pela Equipe FarmPoint.

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