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Fertilizantes: Brasil não pode depender de "cartel"

postado em 05/08/2008

4 comentários
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O ministro Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) disse nesta segunda-feira (4) em um encontro com representantes do agronegócio em São Paulo que o Brasil não pode ficar "nas mãos" do que chamou de cartel de fornecedores de fertilizantes.

"O problema número 1 de insumos é superar a absurda e ruinosa dependência da importação de fertilizantes, que hoje respondem por cerca de 40% do preço dos produtos agrícolas. O Brasil não tem por que continuar a ficar nas mãos do cartel mundial de fertilizantes", afirmou Mangabeira.

O ministro falou com a imprensa após debate na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) sobre o Futuro da Agricultura Brasileira com integrantes do Conselho Superior do Agronegócio da entidade (Cosag).

"Na maior parte, os produtores estão fragmentados e os fornecedores e compradores, cartelizados. E por conta dessa cartelização se apropriam da parte do leão dos ganhos da agricultura."

Além de defender os produtores e louvar a agricultura como "terreno privilegiado" para o início de um novo modelo de desenvolvimento econômico no Brasil, Mangabeira disse também ter discutido com o conselho o Plano Amazônia Sustentável (PAS), do qual é coordenador.

O presidente do Cosag, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse que Mangabeira transmitiu ao conselho uma mensagem "muito boa", de que, ao invés de tratar dos temas isolados de cada setor, é preciso "construir um círculo virtuoso de entendimento", mas não escondeu o ceticismo em relação à sua implementação.

Segundo Rodrigues, o governo toma medidas que vão na contramão do "extraordinário" discurso do ministro de Assuntos Estratégicos. Como exemplos, o ex-ministro citou a criação do Ministério da Pesca e a existência de duas pastas para temas agrícolas (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério do Desenvolvimento Agrário).

Mangabeira disse que o Brasil já ascendeu ao primeiro plano da agricultura mundial sem ter organizado as suas bases de uma agricultura moderna e democratizada, e que se fizer isso pode ganhar maior proeminência no setor mundial.

"O Brasil pode dobrar a área sob cultivo e triplicar seu produto agrícola sem tocar uma única árvore. Para isso, precisa começar a superar o contraste ideológico entre a pequena agricultura e a grande. O desenho de uma agricultura modernizada é um só".

Sobre Amazônia, Mangabeira disse que regularização fundiária é prioridade do Plano Amazônia Sustentável e que sem resolver o problema da titularidade da terra, "nada mais funcionará na Amazônia".

Ele disse que "várias alternativas" estão sendo discutidas para "dar de fato prioridade a essa questão", mas que esta não era a hora de torná-las públicas.

As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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Comentários

Adalberto Vuolo Junior

Espírito Santo do Pinhal - São Paulo - Produção de leite
postado em 05/08/2008

Perfeito o discurso do ministro e em boa hora, o assunto é de suma importancia estratégica, vide USA, eles subsidiam para ter fartura e exportação, tratam a agricultura como tratam a defesa do país; quanto aos carteis na área de fertilizantes no Brasil, não haverá solução, ou o governo parte para desempenhar esta quebra ou fatalmente a falta de perpectiva de rentabilidade, risco, custos, desestimularão grande parte dos produtores, e na minha visão conforme rodada de doha, o Brasil terá que adotar subsidios agrícolas para nossos produtores.

Parece retrocesso e idéia absurda, mas Europa e USA nunca abrirão mão, muito menos com conversa mansa de governante brasileiro, pois estes primam por seus produtores e a população urbana tem-lhes respeito e sabem como é seguro voce ter sua dispensa cheia e poder oferecer ao seu vizinho e não vice e versa, o urbano manterá o rural e no Brasil não será diferente, pois o que está ocorrendo tambem é uma crise de formação, ou seja, os filhos de agricultores raramente estão seguindo esta atividade.

Vejam no estado de São Paulo, a locomotiva Brasil, o mais rico, mais populoso, mais consumista, com seus produtores sendo dizimados, donos de terras caras com desfrute negativo, fazendo com que partam para arrendamente se agregando aos fortes e com baixo ganho mais positivo.

Jorge Humberto Toldo

Jussara - Goiás - Consultoria/extensão rural
postado em 06/08/2008

É muito engraçado, olha quem está criticando o ministro Mangabeira, o Ilmo. ex. ministro da agricultura, Roberto Rodrigues! Não é engraçado mesmo? Quando ele estava lá o que fez para salvar a agricultura brasileira? A atual tragédia anunciada como tenho falado aqui.

Discursos e mais discursos, até quando vamos ouvir isso e bater palmas? Só agora eles viram que existe cartel nos fertilizantes? E na compra de grãos? Quantos compradores em potencial temos no Brasil? Nos combustíveis não existe isso né? Enquanto isso os custos agropecuários, nem é bom falar.

Mas os discursos continuam até que tenham palmas.

Aliás esse povo rodeia rodeia e nunca larga os cargos executivos já repararam? Nosso ex. ministro agora é do Cosag, legal.

Helvecio Oliveira

Belo Horizonte - Minas Gerais - Pesquisa/ensino
postado em 06/08/2008

Será que até que enfim o Sr Ministro encontrou uma causa?

Humberto de Freitas Tavares

Ribeirão Preto - São Paulo - Produção de gado de corte
postado em 08/08/2008

A grande causa pode estar passando despercebida.

É a regularização fundiária, que pode finalmente trazer o desenvolvimento aos moradores da região. Quem é dono é imputável, tem acesso a crédito, preserva o que é seu.

Unger leu e conhece bem as teses de Hernando de Soto.

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