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Giorgi Kuyumtzief comenta sobre preço do cordeiro

postado em 26/07/2010

2 comentários
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O engenheiro agrônomo, produtor e instrutor do SENAR/MT Giorgi Kuyumtzief, de Tangará da Serra, Mato Grosso, enviou um comentário ao artigo "Preço do cordeiro: opinião de produtores e indústria ". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Enquanto o pretenso produtor de carne ovina não sair da sua acomodação individualista, que produz da porteira para dentro um produto caracterizado pelas suas próprias conveniências e limitações, para integrar o seu rebanho a uma articulação produtiva com outros rebanhos e gerar, a partir desta condição e dentro de pequenas ou grandes regiões, um produto singularizado por um padrão próprio de qualidade e com a escala e regularidade compatíveis com as expectativas de um mercado consumidor previamente identificado, continuaremos a ouvir as mesmas lamúrias quanto aos preços extremamente heterogêneos do kg vivo ou da carcaça ovina, além de sermos obrigados a nos conformar com a nossa incompetência no atendimento do nosso próprio mercado interno.

Por outro lado, enquanto os abatedouros e frigoríficos de ovinos não abrirem mão de quererem explorar os ovinocultores produtores de carne obrigando-os a participar do mesmo modelo oportunista e daninho utilizado pelos abatedouros e frigoríficos de bovinos, para, dentro de uma visão moderna de empreendedorismo no setor de produção de carnes, investirem na aglutinação, organização, profissionalização e aperfeiçoamento tecnológico dos seus fornecedores e respectivas unidades produtivas, não haverá condições da ovinocultura de corte brasileira evoluir ao ponto de alcançar o tão ambicionado mercado externo.

Querer e/ou ficar esperando que, através uma evolução natural e casual da atividade, a ovinocultura de corte brasileira conquiste um espaço significativo no agronegócio nacional é, para não dizer burrice, uma grande utopia."

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

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Comentários

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 26/07/2010

Muito bom! Pergunto: o padrão de carcaça podera ou devera ser regional? e assim direcionada para diferentes mercados? Pergunto, pois com diferentes condições de clima, vegetação etc, com certeza a carcaça obtida em uma regiâo não sera a mesma de outra, pois as raças que se adaptam são diferentes. Sei que na Australia a carne de exportaçao passa 75% pelo cruzamento com o Poll dorset em diferentes graus de sangue, seria essa a receita de sucesso no Brasil que é continental como a Australia?

KiLOViVO - Ovinocultura de precisão - (65)99784004

Tangará da Serra - Mato Grosso - Técnico
postado em 27/07/2010

Prezado Eldar Rodrigues Alves,

Certamente, não devido à amplidão do nosso Brasil, mas, sim, devido ao fato de estarmos analisando um produto, a "carcaça", de animais de médio porte, devemos considerar a existência da grande vilã do contexto: a "facilidade" de serem gerados padrões de qualidade completamente distintos dentro um mesmo ambiente e/ou de um mesmo grupo genético. Idade de abate, manejo alimentar, nutrição, sanidade e manejo do rebanho são variáveis que, você sabe como produtor que é, produzem combinações que geram resultados proporcionalmente diferentes quando o assunto é "carne de cordeiro". Com essa visão, a carne ovina, diferentemente da carne bovina, não é um produto genérico e, justamente por isso, permite que tenhamos organizações produtivas que ofereçam ao consumidor produtos individualizados por "marcas" com características que as diferenciem entre si. E é aí que entra o famoso "custo de produção", pois estamos tratando de um produto circunstancialmente nobre e não de um alimento popular. Embora muitos produtores iludidos com a "ovinocultura de corte fantasiosa" defendam ser possível criar um mercado consumidor de "carne de carneiro" e concorrer em preço com o frango, o suíno e o boi, consideramos que, sem a definição de um produto de qualidades específicas para servir de "locomotiva" e puxar uma cadeia produtiva profissionalizada e integrante do agronegócio nacional, a atividade nunca será economicamente viável porque nunca atenderá nem às expectativas reprimidas do mercado interno e nem às exigências consolidadas e reais do mercado externo. Bem, agora, na seqüência, precisamos considerar que, para haver um mercado consumidor, não basta que seja definido, apenas, um "padrão de qualidade". É impreterível a existência simultânea de "escala de produção" e "regularidade de fornecimento", razão pela qual consideramos que, devido ao número de matrizes que precisa integrar o processo de produção de um produto especificado por padrões predefinidos, as organizações produtivas tenham que ser articuladas, coletivas e de abrangência regional. Para encerrar, pois o nosso espaço é pequeno para mais comentários, quero enfatizar que, diferentemente da Austrália com a sua raça base, o Poll Dorset, muito produtiva mas, também, muito exigente em nutrição e pouco rústica, nós temos uma grande ferramenta para ganhar dinheiro produzindo carne de cordeiro: o Santa Inês. Tecnicamente, ainda não é uma raça, mas já existem grupos genéticos suficientemente homogêneos para servirem de base materna em todo o território nacional, inclusive na Região Sul. As raças paternas devem ser usadas para definir o produto de uma determinada marca, dentro de uma determinada região e sob uma organização produtiva coletiva circunstancialmente preconcebida e predefinida. Agradeço-lhe ter promovido a oportunidade de abordarmos mais alguns aspectos que envolvem a produção de carne ovina, e sinta-se à vontade para discordar.

Um abraço.

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