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Governo estuda medidas contra alta dos fertilizantes

postado em 12/05/2008

5 comentários
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Com a crise provocada pela brutal elevação dos preços dos fertilizantes nos últimos meses, que chegaram a subir mais de 300% em um ano e meio, o governo brasileiro deflagrou uma corrida nacional para expandir nos próximos anos a produção interna de nitrogênio, fósforo e potássio, insumos básicos para a produção.

Em uma década, o governo acredita que o consumo interno de fertilizante atingirá 25 milhões de toneladas por safra, 15 milhões de toneladas a mais do que o consumo previsto para este ano. "O custo disso, nos preços atuais ao país, será de US$ 15 bilhões. O saldo da balança comercial do agronegócio vai atingir US$ 18 bilhões em 2009. Quer dizer: vamos gastar nosso saldo com fertilizante", avalia Ali Saab, assessor de gestão estratégica do Ministério da Agricultura.

No próximo dia 25, o Ministério da Agricultura receberá um relatório completo sobre as jazidas potenciais e confirmadas de fósforo e potássio em todo o território nacional das mãos do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Em potássio, a dependência do Brasil é ainda grande, 91% da demanda é importada.

Não é um projeto simples, tampouco barato. As estimativas indicam a necessidade de investimentos de até US$ 2 bilhões, fora o custo ambiental envolvido no negócio.

O Ministério da Agricultura cobrou empenho da Petrobras na expansão da oferta de uma importante matéria-prima para fertilizantes: o gás natural e a nafta (derivado do petróleo). Essas matérias-primas são a base para produzir o insumo principal para a produção de fertilizantes nitrogenados, como nitrato de amônia e uréia. O problema é que o país ainda é dependente de nafta importada e o gás natural é destinado a outros usos, como geração de energia elétrica ou como combustível automotivo. "Essa é uma questão que o Brasil deve discutir. O gás natural será usado para produção de fertilizante ou para movimentar táxis em São Paulo e no Rio de Janeiro?", questiona Mario Barbosa, presidente da Bunge e da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).

A expectativa do governo é que a Petrobras assegure volumes de gás suficientes para, pelo menos, duplicar a produção de fertilizantes nitrogenados.

Outra saída para segurar a alta dos fertilizantes está sendo estudada pelo governo federal, que é estimular as cooperativas de produtores a misturarem o próprio adubo. O governo acha que parte da alta do preço do fertilizante decorre da falta de concorrência no setor e espera que essas medidas reduzam em até 20% o preço do fertilizante para o produtor.

André Pessôa, diretor da Agroconsult, diz que as cooperativas teriam de pagar o preço internacional das matérias-primas e que não obteriam, portanto, qualquer vantagem na operação.

As informações são da Folha de São Paulo.

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Comentários

Adimar Leonel Souto

São Francisco de Sales - Minas Gerais - Produção de gado de corte
postado em 12/05/2008

Realmente é um absurdo a evolução nos preços dos fertilizantes/fosfatos bicálcio, elevando a níveis intoleráveis os custos para produção agrícola e pecuária. Caso não encontre uma solução para o problema, além da balança comercial enfraquecida, possivelmente o País passara por uma drástica redução na sua produtividade agropecuaria, pois não acreditamos que o governo permitira que os produtos acompanhem o mesmo índice de aumento dos insumos, e sendo assim a classe produtora ja bastante deficitária não terá condições de continuar investindo e o resultado será desastroso, principalmente para os produtores, porém, o País que não tem produção não tem impostos, taxas, empregos, transporte, etc, de toda a cadeia que é fomentada pelo agronegócio.

Saudações.

Lessivan Pacheco

Brejões - Bahia - Produção de café
postado em 12/05/2008

A venda direta da uréia - da Petrobrás para o produtor -é uma medida simples e que já concorreria para suprimir o ágio dos intermediários de fertilizantes e reduzir seus custos.

renato rito

Três Corações - Minas Gerais - Produção de café
postado em 12/05/2008

Somente em crise é que o governo e a sociedade se voltam para o campo. A consciência que o Brasil tem que aceitar é: somos um país agrícola, e muito competente e competitivo neste setor. A grande verdade é que o mundo está chegando ao limite de sua capacidade de produção alimentar em referência à população mundial. As mudanças climáticas somente vieram para adiantar o que iríamos descobrir num futuro próximo. Esta mudança toda coloca os produtores brasileiros com uma perspectiva altamente positiva, pois não terão barreiras protecionistas que impedirão de nos expandir - veja o exemplo do protecionismo europeu sobre nossa carne que não resistiu ao desabastecimento. Precisamos de eleger nos próximos anos dirigentes alinhados com nosso pensamamento, de modo a pelo menos não nos atrapalhar na nossa missão de produzir alimentos para o mundo.
Brasil: o celeiro do mundo, lembram-se disto?

Franco Ottavio Vironda Gambin

Jambeiro - São Paulo - Produção de leite
postado em 13/05/2008

Não consigo entender a lógica das empresas petrolíferas? Vejamos, se no mundo elas compram o petróleo a preços tão altos e ganham tanto como dizem venho fazer algumas indagações para entender um pouco mais:

1) Quanto a nossa Petrobras paga pelo petróleo que retira do solo?
2) È verdade que a gasolina na Argentina custa a metade em relação a nossa?
3) Qual o valor dos adubos na Argentina?

Estas crises me fazem lembrar do alto preço do cimento na era Collor, aí ele mandou importar da Rússia, custava a metade, e não estragava rapidamente. Só com a reposta das indagações acima eu ficarei contente, pois ainda estou procurando resposta para a afirmação que o leite nunca foi tão bom como agora, tive 17% de aumento do leite e 50 % nos insumos, não entendo a matemática das notícias.

MARIA CECILIA GOMES

Florianópolis - Santa Catarina - Pesquisa/ensino
postado em 08/09/2009

O estado de SC possui uma enorme fonte de nitrogenio e fósforo, que vêm dos dejetos dos suínos. é um absurdo a instalação da fosfateira em Anitápolis, sendo que o fósforo dos dejetos polui cada vez mais as águas dos rios.
O Brasil está perdendo dinheiro, deixando pra trás uma fonte natural e gratuita de fertilizantes.
Este comentário é bem tardio em relação à notícia, mas a situação atual demostra sua importância.

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