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NZ: preços de cordeiros aumentaram em 33%

postado em 08/12/2008

4 comentários
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Os preços dos cordeiros da Nova Zelândia aumentaram em 33% por cabeça nas primeiras seis semanas desta estação, comparados com o ano anterior. Considerando a queda de volume de 23% nesta estação, o nível de preço ajudará os produtores, de acordo com o diretor de Serviços Econômicos do Meat & Wool New Zealand, Rob Davison.

Os produtores com a melhor porcentagem de nascimento de cordeiro estarão em uma posição melhor para capturar o aumento de preços do que aqueles devastados pela seca do verão. Davison disse que a expectativa é de que os preços dos cordeiros se mantenham mais altos do que no ano anterior, depois de três anos de baixos preços.

A menor taxa de câmbio da Nova Zelândia deverá apoiar os preços de exportação neste ano, incluindo os de carne de cordeiro e de lã. No entanto, Davison disse que ainda permanece a dúvida sobre a situação dos mercados com a recessão mundial.

Um grande pacote de estímulo para a economia do Reino Unido feito por seu Governo poderia ajudar a melhorar a demanda. O Banco da Inglaterra cortou os custos de empréstimos no mês passado em 1,5%, para somente 3%, seu menor nível dos últimos 50 anos. Na semana passada, o ministro da Economia da Inglaterra, Alistair Darling, divulgou um programa de estímulo fiscal de 20 bilhões de libras esterlinas (US$ 29,20 bilhões) designado impedir os piores efeitos da recessão. Darling cortou temporariamente a taxa de valor agregado de bens e serviços. O Governo britânico já tinha implementado um plano de resgate dos bancos de 37 bilhões de libras esterlinas (US$ 54,03 bilhões).

O Reino Unido representa 25% do mercado de carne de cordeiro da Nova Zelândia, a Europa Ocidental representa 25% e a América do Norte, 15%.

Davison disse que embora os primeiros sinais para os exportadores neozelandeses pareçam sem problemas, "todos estão nervosos sobre o que acontecerá depois do Natal".

O número de cordeiros na Nova Zelândia deverá ser o menor dos últimos 51 anos, ficando em 27,4 milhões de cabeças.

No ano antes da seca do verão passado, a Nova Zelândia produziu 12% mais cordeiros e 33% menos ovinos adultos. Isso ocorreu devido a taxas maiores de parição e cordeiros mais pesados. O declínio nos números desde então vêm ocorrendo por causa da seca e pela grande quantidade de conversões de fazendas de criação de ovinos para fazendas de produção de leite.

A reportagem é do RuralNews.co.nz, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint..

Em 05/12/08 - 1 Libra Esterlina = US$ 1,46028
0,684799 Libra Esterlina = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

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Comentários

Paula Lorena G. Souto

Gama - Distrito Federal - Estudante
postado em 09/12/2008

Boa reportagem!
A ovinocultura de corte aqui no Centro-oeste só precisa de mais atenção para deslanchar.

O mercado interno vai absorver um aumento de produção e se começarmos pelo menos a padronizar os cortes talvez consigamos atingir o mercado externo.

Paulo Roberto de Toledo Piza

Novo Horizonte - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 11/12/2008

Independente do momento econômico mundial, acho importante salientar que a Nova Zelândia tem um clima muito bom para a sua ovinocultura, raças adaptadas ao seu clima e produtivas, pastagens com alto nível de proteína (18% ou mais).

Mas o principal lá é que não se confina cordeiro, não se suplementa ovelha. Fazem manejo de ovelhas paridas nos melhores pasto, produzem feno para a época do frio e desmamam cordeiros com 4 meses direto ao abate.

O custo deles é muito baixo, seu produto é muito bom, terminado a pasto.

Estamos longe de poder competir com eles tratando de ovelhas que não se adaptam bem ao clima que são expostas, construindo abrigos para proteção de chuva(lá neva e os animais ficam no tempo), confinando cordeiros com milho+soja+etc=tudo de alto custo, realizando cruzamento com raças que dão baixo acabamento/carcaças sem padrão.

Alguns estão tentando padronizar as carcaças, mas concorrem com oportunistas que colocam no mercado carcaças de ovelhas descarte e abatidas clandestinamente. E tem restaurante "chique",vendendo carne de ovelha temperada com amaciante e o faminto consumidor"degusta"e acha bom.

Prá terminar:

- O brasileiro precisa conhecer a diferença do cordeiro e do carneiro;
- Precisamos entender que algumas raças terão bom desempenho se criadas nas condições as quais estão adaptadas (adaptação leva tempo e custa muito $. É trabalho para centros de pesquisa);
- Temos que terminar cordeiros da maneira mais natural possível, com o mínimo de suplementação;
- Dizem que onde se coloca 01 Vaca = 08 ovelhas. Vaca cria no pasto, come capim e lambe mineral, mais que isso é animal de elite. Suplementar ovelhas durante a gestação,paridas,etc. Quanto custa isso? Você já viu construir abrigo anti-chuva prá vaca?
- Precisamos ter mais fiscalização nos pontos de venda e nos de consumo. Alguem tem que cobrar nota fiscal, carimbo de SIF ou SISP ou SIM enfim,c omprovar que o produto foi abatido e industrializado dentro de normas de higiene e sanitárias;
- E mais do que uma atividade para quem quer, a ovinocaprinocultura é para quem gosta, quem vai participar e ficar junto.

Por a mão na massa, esse é o ultimo grande diferencial do custo da atividade em New Zealand. Lá 95% dos ovinocultores mora na fazenda e toca o negócio com a família. A verdadeira pecuária familiar.

É com esse sistema que temos que competir. O resto é propaganda enganosa, ilusão e decepção.

Sou criador, amo ovinocultura, tiro parte de minha renda desta atividade, enfrento problemas, busco soluções, corro riscos, tenho resultados positivos e negativos e também já fui bastante enganado pelas propostas e resultados mágicos expostos por vendedores de ilusões pela TV.

Já fui a Nova Zelandia por isso me arrisco a comentar sobre o assunto. Acho que alguma coisa escrita acima,deve fazer sentido. Muitos vão criticar algumas de minhas colocações, mas parte delas são fatos, de dificil contestação.


Bruno Fernandes Sales Santos

Dunedin - Otago - Nova Zelândia - Produção de ovinos
postado em 07/01/2009

Olá a todos,

Há tempos não escrevo no FarmPoint, porém acredito que este assunto deve ser comentado. Nosso trabalho vem sendo realizado com um intuito principal e objetivo único, produzir cordeiros de abate de qualidade e economicamente viáveis.

Trabalho para uma empresa Neozelandesa e estive há pouco neste país por sete meses desenvolvendo soluções tecnológicas para os sistemas de produção local, o que está intimamente ligado ao melhoramento genético. E por que MG?

Esta é uma das ferramentas mais importantes quando temos por objetivo identificar os animais mais adaptados à uma determinada condição. Na NZ os animais são mantidos 100% a pasto por alguns motivos 1- Custo; 2- Qualidade das pastagens (trevos, azevéns mais de 50 espécies, aveia e outros); 3- Seleção genética para este tipo de sistema de produção; 4- Cultura Ovina! Dentre diversos outros. A condição é muito favorável e o trabalho foi feito para que este sistema seja produtivo e eficiente.

O Brasil passa por um momento peculiar na atividade, a demanda está aí, importação abastecendo nosso mercado, carne de baixa qualidade sendo vendida por cordeiro (conforme o autor da carta acima ressalta muito bem), falta total de profissionalismo, não existe meta ou objetivo e tão pouco plano delineado. Nosso modelo de animal produtivo e de genética superior é o da exposição e do leilão, e este é o nosso maior engano. Na NZ os animais puros ou registrados que lideram os rankings do SIL/ACE são criados em condições semelhantes ou piores do que as dos animais de produção de cordeiros de abate, e ainda assim produzem mais!

Pensemos bem a respeito de tudo isso, pois temos muitas realidades diferentes no Brasil, acredito que no Sul do Paraná, SC e RS sim temos total condição de fazer algo muito semelhante ao que é feito na NZ. Sudeste e Centro-Oeste, devemos avaliar cada situação produtiva e avaliar friamente se não vale à pena alimentarmos cordeiros em confinamento muio bem planejado (com alto desempenho e raças especializadas para carne) e livrarmos as áreas de pastagem para as matrizes (que em minha modesta opinião devem estar sempre no pasto, o ano inteiro e para isto devemos ter o planejamento alimentar do rebano em mãos). Nordeste devemos pensar em um sistema sustenável e que respeite as condições do meio ambiente e a expectativa do mercado consumidor com relação à qualidade. Norte, devemos pensar seriamente em um sistema de produção que respeite as condições de alta umidade e temperaturas e buscar sempre a sustentabilidade! SEJAMOS PROFISSIONAIS E NÂO BRINQUEMOS DE CRIAR OVELHAS DE BELEZA!!

Está na hora de realmente alavancar a atividade, pois o mercado está aí e nossos vizinhos têm aproveitado muito bem, levando milhões de reais todos os anos para seus países, e nós produtores de ovinos olhando tudo passar em nossa porta sem termos retorno de nossa atividade. O que devemos aprender com os Kiwis, é sermos eficientes e produtivos!

Thiago Alves de Oliveira

Registro - São Paulo - Revenda de produtos agropecuários
postado em 20/01/2009

Escrevo essa carta para concordar com o que que meus colegas Paulo Roberto e Bruno Fernandes escreveram. Sou zootecnista e criador de ovinos e na minha opinião, ovelha (matriz) tem que comer pasto o ano todo, temos de fazer um planejamento de monta pra que nao tenham alta exigência devido a lactação ou fim de parição na seca.

Quanto a pastagem, tenho ovelhas a 2 anos pastando em brachiaria o ano todo sem suplementação com bons índices. Li algumas vezes sobre o melhoramento genético da nova zelandia e diz o mesmo que o colega Bruno confirma.

Animal superior é aquele que se destaca em condiçoes iguais aos outros e que seus filhos são superiores. Não é essa palhaçada que acontece no Brasil, onde um reprodutor comum, acima do peso, gordo, que não corre atras de femêas no pasto, que nunca teve contato com verme custa 5 mil reais.

Queria ressaltar que nunca tinha lido nada de acordo com os pensamentos dos colegas e que fico feliz por saber que existem pensamentos iguais a esses. Além disso nenhum animal no mundo pode valer 1 milhão de reais.

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