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O lento e longo declínio da indústria ovina dos EUA

postado em 17/10/2013

2 comentários
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Nos últimos 20 anos, o número de ovinos nos Estados Unidos caiu pela metade. De fato, o número vem declinando desde o final dos anos quarenta, quando a indústria americana de ovinos alcançou seu pico. Hoje, o rebanho ovino doméstico tem um décimo do tamanho que tinha durante a Segunda Guerra Mundial.

O declínio é resultado de fatores econômicos e culturais juntos. Isso faz com que os produtores se perguntem: quando vamos chegar ao piso? Ambos os produtos – carne de cordeiro e lã – vêm apresentando queda no consumo nos Estados Unidos. As pessoas estão usando cada vez menos roupas de lã e mais de fibras sintéticas. O mesmo ocorre com a carne de cordeiro. No começo dos anos sessenta, uma pessoa média nos Estados Unidos comia cerca de 2 quilos de carne de cordeiro em um ano. Isso caiu para menos de 0,45 quilos em 2011.

Ao mesmo tempo que a indústria ovina americana declina, as importações de lã e carne de cordeiro da Austrália e da Nova Zelândia aumentam, entrando em nichos de mercado que os produtores americanos estão tendo dificuldades para preencher.
Os produtores estão sentindo a contração da indústria, seja ela causada pela seca, pela escassez de alimentos animais, pelos invernos rigorosos ou pela volatilidade de preços.

As nevascas e a seca nos últimos três anos reduziram o rebanho de Albert Villard, produtor de ovino em Craig, Colorado, para seu menor tamanho em um longo tempo. Recuperar isso não tem sido fácil. “A indústria como um todo, eu acho, está tentando aumentar os números, mas existem tantos fatores envolvidos. Eu não acho que podemos culpar uma coisa só”.

Uma das maiores companhias de engorda de ovinos do país, Double J Feeders, em Ault, Colorado, também apresentou declínio. O confinamento pode ter até 50.000 ovinos em um dado momento e engordá-los antes de abater.

Uma parte do declínio pode ser pela mudança das terras agrícolas no país. As fazendas estão ficando maiores, mais avançadas em termos de tecnologias e há também uma menor quantidade de fazendas familiares. “Há trinta ou quarenta anos atrás, cada produtor no período do inverno comprava 1.000 cordeiros, forneceria a eles alimentos, como beterraba, milho, e, então, eles vendiam esses cordeiros na primavera. Bem, tudo isso mudou”, disse o dono da Double J Feeders, Jeff Hasbrouck. De acordo com ele, a maioria das fazendas não são mais cercadas e cresceram tanto que manter um rebanho ovino não faz mais sentido econômico. “Traz mais problemas do que vantagens para um grande produtor agrícola”.

O confinamento de Hasbrouck é parte de Mountain States Rosen, uma grande cooperativa que comercializa cordeiros para companhias frigoríficas e determina preços. Porém, a indústria de carne de cordeiro e de carneiro ainda está muito volátil. Mudanças nos preços são normais e quando o risco é muito alto, os produtores tendem a se retirar.

Outro problema que tem afetado a indústria é a percepção sobre a carne de cordeiro por alguns consumidores. Os produtores de ovinos colocam a culpa no fornecimento do produto aos soldados na volta da Segunda Guerra Mundial. “As tropas foram alimentadas com carne de carneiro enlatada e, quando voltaram para casa estavam aversivos com relação às carnes de cordeiro e de carneiro. E aí vimos um firme declínio”, disse o gerente de fornecimento de gados da Mountain States, Brad Anderson.

Esse declínio firme no número de ovinos começou ao mesmo tempo em que a produção de carne bovina, de frango e suína se tornou mais eficiente e a carne de cordeiro não consegue competir. Então, enquanto as pesquisas transformaram a produção de carne bovina em um empreendimento altamente lucrativo, Anderson disse que o mesmo não ocorreu com a carne de cordeiro. “Lidamos com apenas uma porcentagem de orçamento que outras proteínas têm para pesquisa”, disse Anderson.

Porém, há esperança para os produtores ovinos. Como muitas operações de carneiros e cordeiros tendem a ser pequenas, o crescimento nos mercados rurais e dos alimentos locais tem beneficiado os produtores. Um terço de toda a carne de cordeiro vendida nos Estados Unidos agora é de venda direta do produtor ao consumidor, de acordo com a Associação Americana da Indústria Ovina. Existe um espaço enorme para crescimento nas grandes cidades também.

Com pouco tempo para se preocupar com o futuro, Villard está focado no próximo ano. Os preços aumentaram recentemente, mas, saindo de uma seca, ele acredita que outros produtores desistam da atividade. “Muitos ovinocultores podem liquidar seus rebanhos porque não querem lutar mais com isso, o que, na minha perspectiva, como preciso comprar mais ovinos, pode ser uma coisa boa”. Com menos produtores jovens se unindo à produção, a indústria diminui a cada ano e isso é uma má notícia para a atividade.

A reportagem é do http://hppr.org, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
 

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Comentários

Luiz Carlos Brasil

Florianópolis - Santa Catarina - Consultoria/extensão rural
postado em 21/10/2013

Acredito que a atividade é muito boa para a propriedade familiar, em Santa Catarina, e tende a se expandir.

Rodolfo

Uibaí - Bahia - Produção de ovinos de corte
postado em 22/10/2013

Aqui no semiárido do NE, tb a atividade está em franco desenvolvimento.Muita demanda, pouca oferta.

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