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Qual é o elo da cadeia ovina que atualmente demanda maior atenção?

postado em 08/06/2011

11 comentários
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Segundo Castro e Lima (2004), cadeia produtiva é o "conjunto de componentes interativos, incluindo sistemas produtivos agropecuários e florestais, fornecedores de serviços e insumos, indústrias de processamento e transformação, agentes de distribuição, armazenamento e comercialização, além dos consumidores finais dos produtos e subprodutos da cadeia."

Atualmente, algumas universidades e instituições de pesquisas vêm realizando diversos estudos relacionados às cadeias produtivas agroindustriais, já que os resultados são satisfatórios e podem ser aplicados na prática. Quando descobertos, os principais gargalos da cadeia produtiva em estudo podem ser destrinchados, o que facilita o encontro de soluções.

A ovinocultura vem se destacando como uma atividade em expansão no agronegócio brasileiro, porém, apresenta diversas falhas na sua cadeia produtiva. A regularidade na oferta do produto, a produção formal e os padrões de segurança alimentar só serão cumpridos a partir do momento que a cadeia produtiva ovina tiver um mínimo de coordenação e um equilíbrio na participação dos seus agentes. A ausência de interação desfavorece a formação de uma estratégia e resulta em perda de competitividade como um todo.

Figura 1 - Estrutura simplificada da cadeia produtiva ovina no Brasil.



Devido à crescente demanda por carne ovina no Brasil e seu aquecido mercado, este é um bom momento para a cadeia ovina ser analisada e repensada. O objetivo é buscar novas estratégias competitivas que consolidem a atividade no agronegócio brasileiro.

O FarmPoint pergunta: qual é o elo da cadeia ovina no Brasil que hoje demanda maior atenção?

Participe deixando o seu comentário no box abaixo:

Raquel Maria Cury Rodrigues, Equipe FarmPoint

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Comentários

Natália Albieri

Londrina - Paraná - Estudante
postado em 08/06/2011

Eu acredito que todos os elos da cadeia produtiva de ovinos são importantes, e merecem atenção, pois se algum deles não estiver funcionando corretamente vai acarretar danos em todos os outros componentes da cadeia. Apesar de nos últimos anos a cadeia produtiva estar mais organizada e especializada, e oferecendo ao consumidor um produto de maior qualidade e aceitação, ainda existem diversos pontos de entrave na produção de carne ovina, como por exemplo, a falta de frigoríficos especializados no abate da carne ovina fazendo com que aumente número de abatedouros clandestinos.

Juan Ferelli

Sobral - Ceará - Pesquisa/Ensino
postado em 08/06/2011

O elo que demanda maior atenção é o existente entre produtores rurais e agroindústrias (abate/processamento), bem como as questões do ambiente organizacional e institucional que envolvem as transações neste estágio da cadeia produtiva. Não acredito na falta de frigoríficos pois basta uma análise da capacidade instalada e ociosa nas diversas regiões (inclusive na região Nordeste) para constatar que o que falta é a organização da base de fornecedores. A concorrência com os canais de comercialização informais estão incluídas no aprimoramento do ambiente institucional citado. Vale ressaltar que, além do destacado, existem diversos problemas a serem resolvidos com relação aos demais elos desta cadeia produtiva.

EDUARDO AMATO BERNHARD

Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Consultoria e Assessoria Veterinária
postado em 08/06/2011

Se olharmos para cadeias mais organizadas como a suinocultura e a avicultura, e no caso de ruminantes, o leite, podemos concluir que o mercado é que faz tudo funcionar. Ou seja, organizando o mercado, os demais elos da cadeia começam a se arregimentar para atender a demanda. Porém, na ovinocultura não creio que seja tão simples, pois nestas outras espécies o modelo de produção é bem definido. Não existem tantas raças, nem cruzamentos indiscrimados. Estamos ainda distantes de chegar a um padrão definitivo e ainda pouco preocupados com a produtividade, que é o que faz o negócio girar.
A Nova Zelândia reduziu seu rebanho na última decáda em alguns milhares de cabeças, mas ao contrário do que se poderia imaginar, a cada ano, a produção de cordeiros só aumenta. Além disso, existem dezenas de raças diferentes, e compostos, criados naquele país, porém, independente da raça que você cria, o padrão do seu produto tem que ser o mesmo. E o consumidor final não sabe a diferença entre uma ou outra raça ou cruzamento.
Na Argentina, entrando na onda do orgânico, o bom e velho cordeiro patagônico ganhou mercado e subiu de preço. Uma estratégia de marketing, pois os ovinos criados naquela região do país não viraram "orgânicos" de uma hora para a outra, sempre o foram, por questões de localização e clima.
O nordeste brasileiro, com seu clima seco e chuvas irregulares, onde a ovinocaprinocultura tem sido durante anos a salvação do sertanejo, também pode identificar e produzir um cordeiro diferenciado, orgânico, simplesmente selecionando melhor seus rebanhos e se preocupando com o aspecto nutricional durante os períodos secos e com um bom manejo sanitário preventivo no período das chuvas.
A região sul do Rio Grande do Sul, tradicional polo de ovinocultura do país, pode produzir, a exemplo do Uruguai, um cordeiro verde, 100% a pasto, sem a necessidade de grandes investimentos, somente com seleção e cruzamentos adequados, eficiente controle sanitário e manejo  correto das suas pastagens.
Estamos no Brasil e precisamos descobrir o nosso jeito de criar, adaptado aos nossos diferentes climas, nossas pastagens, nossas culturas, isso não há dúvida, mas precisamos também, como em outros países, saber o que queremos produzir e para quem. Precisamos aprender a produzir com eficiência e com produtividade, viabilizar projetos sustentáveis de produção de cordeiros, identificar nichos de mercados para produtos específicos, mas principalmente precisamos saber onde queremos chegar e definir quais são os caminhos e qualificar e valorizar o nosso produto.
Somos um país continental, com muitas oportunidades e desafios, que precisa estruturar e dar melhor condição de produção ao produtor rural, que sabe bem fazer o dever de casa, mas que encontra-se desorientado frente ao mercado, suas oscilações e suas variantes.
Temos que investir em aumento de rebanhos, cruzamentos eficientes, programas sanitários e de seleção confiáveis, que permitam produtividade e rentabilidade ao produtor.

Alexandre Rui Neto

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Estudante
postado em 08/06/2011

Vejo como grande problema na cadeia produtiva da carne ovina como sendo o abate clandestino. Este tipo de abate é muito tipico por todo Brasil. Por consequencia este fato desestimula a instalação de frigoríficos, sem falar ainda no impacto negativo sobre a demanda do consumidor dada a inconfiabilidade da origem do produto.
Desta resolvida, outro aspecto necessário que vejo é por um forte trabalho de marketing e divulgação da carne ovina de modo que potencialize a demanda por esta carne, haja vista que a carne ovina guarda um aspecto cultural muitas vezes consumidas somente em situações especiais. Um campanha de divulgação da carne ovina é de suma importancia na busca por um consumo mais frequente da mesma.
Observando demanda potencial a oferta se instaura porém para que a indústria se instale permitindo escoamento do produto o problema básico do abate clandestino tem de ser solucionado!  Alexandre Rui - academico de Economia pela UFMS - Estágiario Unidade Economica da FAMASUL.

Jorge

Marília - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 08/06/2011

O Assunto é oportuno, visto que todos os olhos do agronegócio estão voltados para a ovinocultura. Todos os dias, vejo novas noticias nos jornais e em sites sobre a maravilhosa rentabilidade atual da ovinocultura. Porém quem é do ramo sabe que não é bem assim. Se não houver um bom manejo sanitário, uma boa estrutura na propriedade preparada aos ovinos, um levantamento nos mínimos detalhes do custo de produção, e principalmente produtividade, o produtor não se mantém na atividade. A uma grande diferença em ser ovinocultor, e ter um "hobbie" caro, e esta diferença esta na maneira que a propriedade rural é gerida. Muitos vão passar pela ovinocultura, poucos vão ficar. Portanto os elos que deveriam receber mais atenção são todos os que tem a ligação com o produtor: Assistencia Técnica-Produtor, Frigorífico-Produtor, Genética-Produtor, Orgãos de Pesquisa-Produtor. Com o produtor bem informado, bem assessorado, recebendo o justo por seu trabalho, todos os outros elos se fortalecerão por consequência.

Jaime de Oliveira Filho

Itapetininga - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 09/06/2011

Ao meu modo de ver , as coisas vão se fazendo de acordo com o passar do tempo, somos inexperientes na atividade, principalmente fora do sul do Brasil, mas chegaremos lá.

Muitos profissionais estão emergindo e se especializando na atividade e esse é o caminho normal, para uma criança enquanto ela esta em desenvolvimento existe a necessidade da paciência para que ela possa ser ensinada, de igual modo na ovinocultura as coisas estão acontecendo e estamos tendo estimulos como mercado, preço em crescimento, profissionais aparecendo e pessoas fazendo investimentos , pois vêem nesta atividade um negócio estável para mais de 10 a 15 anos .

Agora o que o brasileiro principalmente do sudeste para cima precisa, é aprender trabalhar em grupos, pois esta atividade existe a necessidade de se trabalhar juntos em associações, núcleos de criadores, na NZ todas propriedades tem  a mesma tecnologia,pois aprenderam que é mais fácil ,enquanto no Brasil de forma geral cada um quer sair na frente do outro e quando está na atividade pensa sempre e ter como base a" lei de Gerçom", que é levar vantagem.

Precisamos estar trocando idéias, com este site faz onde as pessoas tem a chance de compartilhar temas, idéias , experiências e outras coisas, o brasileiro é tido como uma raça muito criativa e o é realmente, mas precisam pensar mais em grupo, vamos aprender com os ovinos que tem um estinto de agregado, pois eles sabem por extinto que assim eles podem se sair melhor para se protegerem.

José Oton Prata de Castro

Divino das Laranjeiras - Minas Gerais - Produção de ovinos de corte
postado em 09/06/2011

Concordo com comentaristas anteriores. Todos os elos da cadeia da ovinocaprinocultura são de extrema importancia para alavancagem da atividade. Mas, pelo amor de DEUS, vamos acabar com este negócio de abate clandestino. Isto não existe aqui neste país... O que há é um abate INFORMAL que dá sustentabilidade á atividade. Os poderes constituídos só sabem proibir e multar. Porque não vêm ao encontro de quem produz? O crédito é mera ficção. Acordem Srs. Ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário. Até bem pouco tempo era produto consumido pela plebe e produzir para pobre é pedir esmola para 2(DOIS) Agora ganhou status e virou coisa de BACANA. Por falar em produzir para pobre veja o caso do leite: paga tudo quanto é bacanal: Feileite e por aí vai. Só  não remunera o produtor..

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 10/06/2011

Bem, uma breve análise da conjuntura da cadeia produtiva da carne ovina brasileira em 2010 revela uma retração no consumo formal em torno de 17,8% em relação à 2009, em função de uma queda tanto na produção doméstica (2010 = 4,95 mil ton)quanto nas importações (2010 = 6,36 mil ton), e com base nos dados disponíveis até então, essa tendência se mantêm para 2011, uma vez que no período de janeiro a maio, houve uma redução de 2% na produção e de 1,8% no volume importado em relação ao mesmo período de 2010, o que indica, até o momento, que 2011 será mais um ano de baixa para o consumo de carne ovina no Brasil.

Considerando tais fatos, temos um "amornamento" do setor de consumo devido ao decréscimo na oferta, o que é problemático, já que o consumidor é o alicerce financeiro de todo o sistema agroindustrial. Além disso, a disponibilidade deficiente de matéria-prima de qualidade (cordeiros), tanto no mercado interno quanto no Mercosul (Uruguai, Argentina e Chile), afeta negativamente o varejo e a indústria, reduzindo o faturamento em função da menor comercialização e aumentando os custos devido à queda na escala.

Dessa forma, do ponto de vista do sistema agroindustrial e com base na muito bem elaborada Figura 1 do texto acima, todas as atenções se direcionam para o setor produtivo que, neste momento, precisa trabalhar muito para elevar a produção formal com qualidade e em condições de sustentar a demanda existente nas capitais e grandes centros, o que, pelos números atuais, é um desafio de no mínimo 14 mil toneladas para os próximos 10 anos.

Então, vamos nessa !!!!!!

Daniel

Tiago Schultz

Mafra - Santa Catarina - Produção de ovinos de corte
postado em 10/06/2011

Na minha regiao falta animais! Temos uma associação, por sinal muito bem organizada.
Abatemos para varios mercados e restaurantes em um frigorifico, temos uma marca ( "Sabor Premium" esta na edição marcas do farmpoit).
Agora nosso elo da corrente é a falta de animais. Alias quem tem cordeiro pra vender??? Manda pra cá! Pagamos bem  ;)   

Hélio de Almeida Ricardo

Dourados - Mato Grosso do Sul - Pesquisa/ensino
postado em 13/06/2011

Acredito em primeiro lugar que os elos da cadeia estão soltos, isolados. Uma das razões para isso é a falta de comprometimento dos governos com a implantação de políticas públicas que proporcionem a união dos setores. Os produtores precisam de assistência, a indústria precisa de regulamentação de preços (preço mínimo) e um sistema oficial de classificação de carcaças e o consumidor precisa "conhecer" melhor a carne ovina.

Os americanos contam com um sistema padronizado de identificação animal (indentificação! Como utilizar brincos e tags!) e existe uma estação experimental onde várias raças de ovinos com aptidão para produção de carne são testadas e provadas, onde os resultados são repassados para o setor produtivo. Além disso, o sistema americano de classificação de carcaças também é utilizado para orientar os produtores.

Na Nova Zelândia, 48% do rebanho é constituído por apenas uma raça, proporcionando maior padronização dos animais. A União Européia conta com um sistema de classificação de carcaças que abrange várias classes de peso, diferenciando bem carcaças leves e pesadas (outros sistemas também levam em conta a separação por classes de peso).

Na Austrália as pesquisas com relação às características qualitativas da carne ovina são feitas diretamente com os consumidores, chegando ao ponto de orientar o preparo da carne de acordo com a idade do animal, cordeiro, borrego ou adulto.
Já presenciei as mesmas falhas em uma propriedade com 3 ha e com mais de 1.000 ha, já observei falhas da indústria na produção de cortes e a população ainda consome "carne de carneiro".

Enfim, acredito que todos os elos precisam se fortalecer conjuntamente, para que o setor possa continuar a crescer.

Andre Sorio

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 15/06/2011

Me parece que, no caso da ovinocultura, não temos nenhum tipo de problema de demanda no Brasil. Os inúmeros estudos, em todas as regiões e principais cidades, demonstram isto de maneira consistente.

Nosso problema maior é a produção pecuária mesmo. Como nossos rebanhos são em média muito pequenos, os produtores ficam desestimulados a investirem em tecnologia e a se especializarem. Isto se traduz em uma produção de carne abaixo do potencial do rebanho brasileiro.

Todas as questões relativas ao relacionamento criador-indústria-varejo acabam influenciando o produtor rural a também não investir em aumento de rebanho, de tecnologia e de produção.

O resultado disto é o que eu chamo de PARADOXO DA OVINOCULTURA BRASILEIRA - os criadores reclamam que não tem para quem vender, mas as indústrias estão ociosas, e enquanto isso os consumidores tem dificuldade de encontrar a carne ovina no mercado.

Mas isto tudo não deve ser algo a desanimar quem trabalha com ovinos no Brasil. Pois, afinal, vencer estes desafios é a grande motivação para todos nós!

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