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Queda nos preços dos cordeiros deixam produtores britânicos e irlandeses com medo do futuro

postado em 27/02/2013

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Os produtores de ovinos da Inglaterra e da Irlanda temem por seu futuro, à medida que o excesso de oferta de cordeiros na Europa levou os preços ao produtor ao menor nível em três anos enquanto os custos de produção aumentaram, dando aos eficientes exportadores neozelandeses uma vantagem.

A maioria dos produtores de ovinos britânicos estão vendendo com perdas desde novembro por causa da entrada de importações baratas coincidindo com o atraso nas vendas de cordeiros domésticos que foram mantidos por causa do clima úmido, levando a condições desfavoráveis de alimentação. Ao mesmo tempo, grande parte da União Europeia (UE), maior mercado para o cordeiro inglês, está em recessão.

Os preços dos cordeiros nas fazendas da Inglaterra caíram 24% com relação ao ano anterior no começo de fevereiro, enquanto a Irlanda registrou uma queda de 20%. A Inglaterra e a Irlanda são os principais produtores de cordeiro da UE e os principais exportadores, junto com os líderes mundiais, Nova Zelândia e Austrália. Porém, os produtores e analistas disseram que a queda nas rendas poderiam levar centenas de produtores a deixar a atividade e milhares poderiam reduzir seus rebanhos, tornando os animais que moldam a atual paisagem nessas ilhas, através de suas pastagens, uma coisa mais rara. “Se essa tendência continuar e os produtores forem forçados a vender cordeiros por menos que o custo de produção, então, eles acabarão buscando formas alternativas de viver”, disse o criador de ovinos na região central da Inglaterra que é responsável pelas questões pecuárias da União Nacional de Produtores Rurais (NFU) do país, Charles Sercombe.

A queda nos preços ao produtor – para 3,40 libras esterlinas (US$ 5,14) por quilo – ainda não se mostrou nas prateleiras dos supermercados britânicos, onde os produtos custam de 7 a 15 libras (US$ 10,59 a 22,69) por quilo. De acordo com a NFU, embora os preços atacadistas para pernas de cordeiro em dezembro tenham caído 17% com relação ao ano anterior, os preços varejistas caíram somente 2%.

“Os custos dos produtores estão aumentando, mas os custos dos varejistas também estão”, disse o porta-voz do Consórcio de Varejistas Britânicos, Richard Dodd, dizendo também que os supermercados do país fazem promoções regularmente da carne de cordeiro, mas que os maiores custos de processamento, transporte e das lojas precisam ser refletidos nos preços dos produtos.

Os custos dos insumos para produtores de ovinos ingleses e irlandeses aumentaram em cerca de 30% nos últimos cinco anos, com os preços da ração, dos combustíveis e dos fertilizantes sendo particularmente afetados. “Essas são as três coisas que realmente pressionaram os produtores aqui, com a redução no preço (do cordeiro)”, disse o presidente da Associação de Produtores de Bovinos e Ovinos da Irlanda, Gabriel Gilmartin.

A situação dos produtores poderá piorar à medida que a Nova Zelândia tem trabalhado em suas cotas de exportação para aumentar os envios à UE, onde o apetite por carne de cordeiro continua sólido, mas as rendas estão pressionadas. Apesar do fortalecimento da moeda, os produtores neozelandeses voltados à exportação podem produzir cordeiros de forma mais barata que os ingleses e irlandeses, principalmente através de economias de escala.

Na Irlanda uma fazenda grande pode ter de 500 a 600 ovinos, comparado com 3.000 a 5.000 na Nova Zelândia, disse Gilmartin. “Existe muita fragmentação de terra na Irlanda e as participações são muito pequenas”.

A Inglaterra tem importado carne de cordeiro do Hemisfério Sul há um século para garantir a oferta em qualquer estação, com os picos de envios chegando tradicionalmente na primeira metade do ano, quando a oferta doméstica é menor. Porém, as fortes chuvas em 2012 atrasaram o pico de produção em dois meses, porque os cordeiros não engordaram no pasto encharcado, obtendo menos nutrientes e ficando mais propensos a doenças. Quando esses cordeiros chegaram ao mercado no final do ano passado, as importações da Nova Zelândia tinham aumentado em mais de 30% com relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo órgão comercial, English Beef and Lamb Executive (Eblex).

Esse aumento veio após ofertas globais extremamente escassas em 2011, enviando os preços a valores recordes e impulsionando um aumento na produção. Porém, os gastos dos consumidores com carne de cordeiro na Europa vem se mantendo aproximadamente estáticos e os maiores volumes vendidos alcançaram preços menores por quilo, disse o analista sênior do Eblex, Paul Heyhoe.

O presidente do órgão comercial para carne bovina e de cordeiro da Nova Zelândia, Mike Petersen, disse que os preços médios da carne de cordeiro deverão cair em um quarto no país esse ano. “Não há dúvidas de que com um mercado fraco, e uma série de cordeiros sobrando da estação anterior no Reino Unido do inverno úmido, os preços estarão menores do que todos nós gostaríamos”.

O Ministério da Agricultura previu no mês passado que as rendas médias dos produtores ingleses com gados pastando cairiam em até 52% em 2012/13 para cerca de 14.000 a 18.000 libras (US$ 21.184,4 a US$ 27.237,1). O Ministério citou menores valores dos ovinos e maiores custos dos alimentos.

O diretor executivo da Associação Nacional de Ovinos da Inglaterra, Phil Stocker, alertou que se os preços ao produtor não aumentarem dentro de seis meses, 2% a 3% dos 65.000 produtores de ovinos do país poderiam decidir deixar a atividade totalmente, enquanto a maioria poderá mudar de atividade, passando para a agricultura, criação de bovinos de corte ou bovinos leiteiros.

Em 26/03/13 – 1 libra esterlina = US$ 1,51317
0,66076 libra esterlina = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.
 

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