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Rural de Bagé foca ovinocultura em ciclo de palestras

postado em 18/01/2011

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A eficiência reprodutiva em ovinos, o mercado da carne de cordeiro e a visão do governo gaúcho a respeito da ovinocultura foram temas do ciclo de palestras realizado na Associação e Sindicato Rural de Bagé (RS) na noite da última quinta-feira (13). O evento integrou a programação da 3ª Agrovino e 2ª Nacional do Corriedale, promovidas até domingo (16) pela Associação Bageense de Criadores de Ovinos (Abaco), Associação Brasileira de Criadores de Corriedale e a Rural de Bagé, com apoio da Embrapa Pecuária Sul e de outras instituições.

Participaram do encontro autoridades locais, como o prefeito de Bagé, Luís Eduardo Colombo, produtores e técnicos. O ex-ministro da Agricultura e idealizador da Embrapa, Luiz Fernando Cirne Lima, foi o moderador das palestras.

O pesquisador Carlos Hoff de Souza, da Embrapa Pecuária Sul, palestrou sobre a eficiência reprodutiva em ovinos. Ele destacou tópicos básicos para a produção de ovinos, como os índices de reprodução; o potencial reprodutivo dos carneiros; a importância da avaliação da condição corporal dos animais; a idade e a fertilidade das ovelhas; os exames de úbere e cascos; o controle dos acasalamentos; a fabricação de coletes marcadores; a identificação de cios com o uso de rufiões; os cuidados e a identificação dos cordeiros recém-nascidos e a suplementação energética no período pré-parto, que proporciona maior produção de colostro e aumenta as chances de sobrevivência dos cordeiros.

Souza apresentou o uso da tecnologia Booroola, mutação natural que permite partos duplos ou múltiplos como estratégia de aumento da prolificidade dos rebanhos. Ele enfatizou que o uso das ovelhas Booroola no rebanho só será bem sucedido se o produtor adotar as medidas básicas de manejo necessárias para as matrizes e para o desenvolvimento dos cordeiros nascidos. "Temos que avaliar se o aumento da prolificidade é desejável ou não dentro do sistema de produção da propriedade", ponderou.

Gustavo Martini, coordenador do setor ovino do Marfrig Group, fez um painel sobre os mercados mundial e nacional da carne ovina. Na década de 1990, a produção mundial e as exportações dos países cresceram 8,6%, enquanto apenas nos oito anos seguintes esse índice chegou a 14,4%, sinalizando o crescimento da demanda pelo produto, que tem como principal exportador a Nova Zelândia e, como maior comprador, a União Europeia. Martini apresentou a situação dos maiores exportadores e o mercado brasileiro nos últimos 20 anos, que acusa aumento no consumo, inclusive demandas da alta gastronomia. Apesar disso, o Brasil tem consumo de apenas 700 gramas/pessoa/ano, abaixo da metade da média mundial. "Mas o potencial de crescimento é enorme. Se o consumo médio anual por pessoa passasse para 1kg, teríamos que abater mais 4 milhões de ovinos", disse.

Para o técnico do Marfrig, o consumo pode ser incrementado com a comercialização de cortes porcionados e de qualidade. Para que isso seja possível, os criadores devem se especializar na produção de cordeiros com qualidade para abate, a indústria deve investir no beneficiamento e ambos devem fortalecer a confiança na relação. "O produtor que produzir carcaça de qualidade, selecionando as ovelhas mais aptas, investindo em melhoramento genético e tendo escala de produção, tem a garantia de bom preço e liquidez da produção", concluiu.

A apresentação final foi realizada pelo secretário de estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi. Ele anunciou a elaboração de um programa para a recuperação da ovinocultura no Estado, incentivando o aumento da produtividade com o investimento em tecnologias, conhecimento e capacitação, garantindo uma perspectiva de aumento da renda do produtor.

Nos próximos dias, Mainardi deve se reunir com os representantes da cadeia produtiva para definir os fundamentos do programa. "Precisamos ter a maturidade de trabalhar uma relação em que o produtor confie no frigorífico e vice-versa. O ideal é caminharmos para a contratualização, o que dará segurança ao produtor para investir na propriedade e no aumento do rebanho", disse. Uma das ações iniciais deve ser a criação de uma linha de crédito para financiar a juros baixos a retenção das matrizes. O secretário espera que o programa esteja pronto em até seis meses.

A matéria é da Embrapa Pecuária Sul, adaptada pela Equipe FarmPoint.

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