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Supermercado verde vira tendência no Brasil

postado em 21/07/2010

2 comentários
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De olho no consumidor atento à sustentabilidade, as grandes redes de supermercados apostam cada vez mais nas lojas "verdes". Nesses ambientes são utilizadas técnicas de construção ecológica como sistemas de economia de energia, captação de água da chuva, telhados que aproveitam a luz natural e, nas prateleiras, é maior a oferta de produtos orgânicos e com certificações socioambientais. Os supermercados também se transformaram em centros de coleta seletiva, onde o consumidor pode descartar o lixo reciclável, pilhas e baterias, óleo de cozinha e até celulares antigos.

Em São Paulo, cinco lojas com o perfil de "supermercado verde" estão em operação: três do Pão de Açúcar e duas da rede Walmart. O Pão de Açúcar também expandiu o conceito para o interior do Estado, com lojas em Indaiatuba e Ribeirão Preto, e a rede Walmart inaugurou as suas com o conceito verde em cidades como Mossoró (RN) e Marília (SP). Na rede Carrefour, as 20 lojas que foram abertas desde 2007 também incorporam tecnologias verdes.

"Hoje são algumas lojas que se encaixam nesse conceito. Mas a tendência é que um número maior incorpore, especialmente as que forem inauguradas daqui para frente", diz Ligia Korkes, gerente de responsabilidade socioambiental do grupo Pão de Açúcar. Ela afirma que hoje ainda é mais caro incorporar à construção da loja os princípios verdes. "A primeira loja verde, inaugurada em 2008, foi 10% mais cara. A segunda, da Vila Clementino, em 2009, foi 7%. Em escala, esse custo tende a diminuir ainda mais e pode chegar ao padrão tradicional de construção."

Além das tecnologias que permitem um uso mais racional de água e energia elétrica, o que caracteriza um supermercado verde também é a maior oferta de produtos orgânicos e certificados nas prateleiras. Hoje, do total de alimentos orgânicos produzidos no País, 89% são vendidos nas grandes redes, que têm verificado crescimento médio de 40% nas vendas.

Além de orgânicos, redes como Carrefour oferecem produtos que vêm de fazendas onde é possível rastrear a produção. "Hoje, 12% dos produtos perecíveis podem ser rastreados, o que significa que a carne, por exemplo, não vem de fazendas onde houve desmatamento ilegal", explica Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade do Carrefour.

A rede americana Walmart chegou a traçar metas para aumentar a oferta de produtos verdes no mundo todo e no Brasil e um dos objetivos é oferecer pelo menos um produto orgânico por categoria até 2012. Também há um esforço com os fornecedores para estimular a adoção de embalagens com menor impacto ambiental. "O grande desafio é fazer com que a mensagem sobre sustentabilidade chegue às pessoas e não se perca no meio de tantos estímulos ao consumo", diz Christianne Urioste, diretora de sustentabilidade do Walmart.

Para Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu, entidade que estimula o consumo consciente, a adoção pelo varejo de práticas mais sustentáveis veio para ficar. "O consumidor está sensível às questões socioambientais e as redes de supermercados tem a necessidade de se diferenciar da concorrência", diz. O desafio, segundo Mattar, é expandir o conceito para segmentos onde o consumo está em expansão, como as classes C e D. "A médio prazo, a tendência é que as redes menores e voltadas a segmentos de menor poder aquisitivo também invistam nesses diferenciais", diz Mattar. Segundo ele, isso deve ocorrer porque as lojas verdes também permitem redução de custos, como água e energia elétrica.

Produtor quer crédito para virar orgânico

Na próxima semana a Câmara Setorial de Agricultura Ecológica (CSAE) irá se reunir na Superintendência do Ministério da Agricultura, em São Paulo (SP) para discutir, entre outros temas, a criação de uma linha de crédito para financiar agricultores que querem fazer a chamada transição agroecológica, ou seja, produtores que atuam de forma convencional e que querem passar a produzir alimentos orgânicos, sem o uso de insumos químicos industriais.

"A criação dessa linha de crédito é importante para possibilitar que os agricultores, principalmente os pequenos, que estão descapitalizados, possam fazer essa transição", afirma a presidente da CSAE, Ondalva Serrano, que vê na falta de crédito uma das barreiras ao desenvolvimento da agricultura orgânica no País. Segundo Ondalva, após ser concluído, o texto da proposta vai ser encaminhado para o Fundo de Apoio à Produção (Feap) e ao Banco Nacional de Apoio à Agricultura (Banagro). Quando entrar em funcionamento, todo o processo de avaliação e validação deverá ser feito pela Cati. "O crédito só será liberado com a apresentação de um plano de trabalho complexo, com o diagnóstico preciso de todas as áreas problemáticas da propriedade, que impedem que o alimento produzido ali seja considerado orgânico."

De acordo com Tom Vidal, gerente comercial do IBD certificações, "para ser um produtor orgânico é preciso estar em dia com todos os tipo de legislação ambiental, sanitária e trabalhista", salienta. Então, mais do que suspender o uso de defensivos, e mudar todo o pacote tecnológico da propriedade, será necessário, por exemplo, averbar a reserva legal e recuperar, se for o caso, todas as áreas de preservação permanente (APP). Dependendo do estado da propriedade isso pode custar bastante", completa o gerente.

A matéria Leandro Costa e Andrea Vialli, publicada no Jornal Estado de São Paulo e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Carlos Eduardo Costa Maria

Anhembi - São Paulo - Instituições governamentais
postado em 22/07/2010

É muito bom sempre contar com o esclarecimento que estas matérias informativas que tão bem é realizado pela equipe da AgriPoint, nunca deixo de sublinhar a importância destes trabalhos,meus parabéns.Definitivamente, o conceito de sustentabilidade está sendo incorporado por todos os setores da sociedade e que certamente mudará em muito o comportamento de toda a cadeia produtiva, especialmente na agropecuária que terá que se adequar ao atendimento de uma crescente camada de consumidores mais antenados com esta nova filosofia, na medida em que buscam um maior nível de qualidade de vida preferindo, cada vez mais, o consumo de produtos organicos certificados de acordo com a boa práticas agropecuárias e de uma agricultura essencialmente de baixo consumo de carbono.

Michele Rocha Otsuka

Andradina - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 23/07/2010

Nossa seria muito bom se todos aderissem, mais como disse o custo e o desafio ainda é enorme, mas acredito que o retorno depois seja muito melhor e mais gratificante não só para os consumidores mas para nossa natureza em questão da preservação. Ainda bem que as pessoas estão mais concientes depois das insistentes palavras sobre hábitos mais saudáveis.

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