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Ricardo Maluf, do Grupo Marfrig: "só abatemos cordeiros terminados em confinamento"

postado em 28/01/2010

23 comentários
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Ricardo Taufi Maluf, 30 anos, tem formação em administração de empresas e há cinco anos, desde que ingressou no Marfrig Alimentos, atua na divisão de compra de gado. Há cerca de um ano, assumiu o cargo para responder pelo segmento de ovinos, gerenciando os projetos dessa área, bem como o confinamento desses animais.

Com investimentos iniciados em 2005 e totalizando cerca de R$ 20 milhões, o Marfrig passou a ser o primeiro fornecedor de carne de cordeiro de alta qualidade em escala industrial no Brasil com a inauguração da 1ª unidade de abates de cordeiros em Promissão /SP em abril do ano passado. A unidade tem capacidade inicial para abate e processamento de 1.000 animais/dia e até agora o Grupo Marfrig conta com mais de 100 produtores parceiros que têm como objetivo principal produzir com qualidade.

FarmPoint: Meses depois da inauguração da 1ª unidade de abates de cordeiros do Marfrig no Brasil, a empresa decidiu também investir em um confinamento próprio para engorda dos animais que abate. Qual é a finalidade dessa nova ação?

Ricardo T. Maluf: O Marfrig decidiu investir em confinamento próprio devido a oferta restrita de cordeiros para abate e também para melhorar a padronização e qualidade genética dos animais.

O frigorífico só abate cordeiros 100% terminados em confinamento. A safra de cordeiro é de novembro a fevereiro, mas, para ter oferta o ano inteiro, o Marfrig investiu em dois confinamentos próprios, sendo um em Getulina (SP), onde são mantidos 2 mil cordeiros e o outro em Marília (SP) que possui capacidade para mil cordeiros, pois não há volume suficiente para atender a demanda. Os animais ficam alojados dentro de barracões de frango (capacidade de 1000/barracão), o sistema de engorda é todo automatizado, como no sistema de frango.

FarmPoint: Como irão abastecer o confinamento?

Ricardo T. Maluf: Compramos em SP, RS, PR, MG, GO, MS e MT. Os cordeiros devem ter peso mínimo de 20 kg e serem oriundos de cruzamento de raças produtoras de carne. Estamos sempre buscando novos fornecedores, que atendam aos nossos critérios de padronização para a produção de uma carne de qualidade diferenciada. O animal precisa ser bem acabado e bem terminado. Em 2009 o frigorífico abateu 16 mil cordeiros e trabalhou com 96 produtores, de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas, Goiás e Mato Grosso.

FarmPoint: Como a empresa remunera os produtores?

Ricardo T. Maluf: Os preços variam conforme a qualidade dos animais, peso, distância do confinamento e genética. A melhor remuneração é para cordeiros do programa Highlander e Primera, que são originados do Projeto Rissington Brasil, formado pela Rissington Breedline (Nova Zelândia) e o Grupo Marfrig.



FarmPoint: Quais os planos da empresa para 2010?

Ricardo T. Maluf: Operar o ano todo com capacidade máxima e desenvolver parcerias com produtores rurais.

FarmPoint: O que espera do setor?

Ricardo T. Maluf: Esperamos crescimento do rebanho nos próximos 3 anos, juntamente com aumento da qualidade e peso dos animais. Acreditamos que o setor está se profissionalizando, devendo seguir verticalização semelhante a de aves e suínos.



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Comentários

Thiago Golega Abdo

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 28/01/2010

Ações como esta do Marfrig só solidificam o setor e nos mostra que a ovinocultura tem um grande caminho pela frente, haja vista o grande investimento que um frigorífico deste "Know-how" faz na ovinocultura. Parabéns ao Marfrig.

Walter Rogério Diesel

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 28/01/2010

Veremos até quando isso vai! Enxergo caminho semelhante ao bovino: domínio de mercado, manipulação de preços e vantagens para produtores enquanto for do interesse do frigorífico. Ou será que nesse caso será diferente? Vamos esperar.
Tecnicamente já está perigoso por dois motivos:
1) cordeiro não é igual boi, se levar para outro local ele estressa, e como o ciclo de engorda em confinamento é muito curto, a tendência é ele não ser economicamente ótimo;
2) escala de abate desse tamanho ociosa significa custos elevados na indústria; só funciona se comprar barato do produtor! Se comprar barato quero ver qual fazenda vai ser viável! Talvez no pampa gaúcho, que é onde o preço já é baixo!
Vamos torcer para dar certo!

gustavo maximo martins

Jacareí - São Paulo - Produção de leite
postado em 28/01/2010

Boa tarde,
O que é o projeto Rissington? Quais raças utilizam?
Quais os principais cruzamentos que os produtores parceiros estão utilizando?

Grato,

Gustavo Máximo Martins

JOAQUIM MATHEUS FREIRE FERREIRA

Lorena - São Paulo - Produção de caprinos de leite
postado em 28/01/2010

Eu acredito que o sistema de abate é interessante, visto que a segurança alimentar leva a penetrações melhores em mercados exigente.

O confinamento é uma interrogação para mim, pois o ciclo de vida do cordeiro é muito curto e não aceita erros graves de manejo, adaptações longas de alimentação.

Estamos acompanhando.

Crisitiano Ruschel

Redenção - Pará - Produção de ovinos
postado em 28/01/2010

Gostaria de saber uma estimativa do preço médio por carcaça pago pelo Marfrig ao produtor de ovinos. Gostaria de saber se é possível aos produtores do estado do Pará fornecerem cordeiros para o Marfrig.

Silvia Leuch

Castro - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 28/01/2010

Meus parabéns pela iniciativa da Marfrig. Recebo muitas perguntas de gente interessada sobre produção e comercialização de cordeiros para corte.

Fernando Castejon

Goiânia - Goiás - Engenheiro Agrônomo
postado em 28/01/2010

Quanto ao manejo e estruturas de cercamentos?? Densidade ideal de animais por metro 2 ? Manejo a pasto com telas ou cercas de arames ??
Mas vejo boas oportunidades. visto que onde cabe um boi coloca-se 10 cordeiros !!

Pedro Nacib Jorge Neto

Campinas - São Paulo - Nutrição de Ruminantes / Reprodução de Ovinos
postado em 28/01/2010

Parabenizo a Marfrig pelo investimento na linha de abates de ovinos. Isso, de modo geral, é muito bom ao setor e alavanca a estruturação da ovinocultura industrial.

Ao mesmo tempo, alguns fatos me deixam receoso de como a Marfrig pretende estruturar a cadeia.
Indo contra diversos modelos de sucesso onde a ovinocultura é estruturada como Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, França, Espanha, Irlanda, Uruguai, parece que quer-se criar um novo modelo, com ítens que aparentemente podem levar ao insucesso da atividade e trazer grande desanimo no setor.

Primeiramente, pela ideia de confinamento de cordeiros. Sabe-se que trabalhando com animais de genética melhorada, consegue-se em rebanhos comerciais, cordeiros que atinjam o peso de 30 a 40 kg com 90 a 120 dias, alimentados basicamente com o leite materno. A utilização destes animais melhora a lucratividade do produtor de carne, que gastará menos com alimentação concentrada.

Não podemos esquecer o fato da ovelha ser ruminante e temos de explorar a maravilhosa capacidade de transformar mato (fibra) em algo nobre como a carne (proteína). A utilização de alimentos como milho, soja, encarecem a produção, podendo inviabilizá-la.

Materiais técnicos publicados, inclusive neste site, mostram a desvantagem econômica para o produtor de confinar, além do fato de vender animais antes do peso de abate não ser economicamente interessante ao produtor e o stress causado pelo deslocamento do cordeiro para o confinamento trás quebra de ganho de peso e retardo para atingir o peso final, encarecendo o produto final.

O confinamento em barracão traz um grande custo de mão de obra e uma alta concentração pode trazer diversos problemas sanitários, principalmente pela grande umidade acumulada no confinamento, trazendo problemas respiratórios e frieiras de casco.

Referente a utilização do Highlander e Primera, com certeza é uma estratégia operacional da empresa que não cabe a ninguém julgar, porém lembro de alguns detalhes que, novamente, fojem dos modelos de criação industrial de ovinos viáveis e rentáveis pelo mundo.

O programa da Risington tem um ideal muito nobre e interessante, porém a quantidade de animais testados é inumeras vezes menores a por exemplo o programa Lambplan, que avalia, só da raça Poll dorset, mais de 300 mil animais por ano, trazendo um resultado pra produção de carne muito maior.

Outro fator é a existência de raças muito mais adaptadas a cenário nacional e devido a extensão do Brasil aos cenários regionais.
Será que a adoção e valorização das outras raças como Texel, Ile de france, Poll dorset, Charolês, em cima de raças maternas como Dorper, White dorper, Morada nova, Santa inês não seria interessante a nível de ovinocultura nacional e não só de empresa?

Peço desculpas pelos comentários, mas pelo fato de acreditar no projeto de ovinos da Marfrig para a ovinocultura brasileira, coloco aqui algumas considerações que talvez sejam interessantes a nível da ovinocultura brasileira.

E mais uma vez parabenizo a Marfrig pela empreitata de verticalização da ovinocultura brasileira. A ovinocultura brasileira é uma realidade e hoje, como diz Dr. Gabriel Jorge Neto, um grande nome da avicultura brasileira, tem todo o potencial que a avicultura brasileira apresentava a 30 anos atrás e hoje o Brasil é o maior exportador de carne de frangos do mundo com um valor de mercado acima da média mundial. São projetos como este que alavancarão a atividade e farão da ovinocultura brasileira daqui a 30 anos o que hoje é a avicultura brasileira.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto
Médico Veterinário

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 29/01/2010

Quero participar um pouco dessa discussão.
Pedro, você tem razão quando fala da viabilidade econômica comparando animais terminados a campo e animais terminados em confinamento.
O Sul do país tem esse privilégio, e é muito pouco explorado profissionalmente para produção de carne em grande escala. Quem sabe se o Marfrig investisse em uma planta naquela região, poderia haver uma conscientização dos produtores para se tornarem mais profissionais e aumentar a produção.
O que falta ao Marfrig, é investir em marketing para divulgar e incentivar a produção. Como técnico, sou obrigado a emitir minha opinião de que, ovinocultura não é para quem quer e tem que ser muito bem direcionada. Quanto às raças, Pedro, voce tem razão, já que, no Brasil, sequer temos matrizes suficientes para atender demanda. E muito menos trabalhar com uma raça específica, o que nos leva a enfrentar, inicialmente, uma salada racial.
Quanto aos cruzamentos, a nossa empresa assiste uma fazenda que fornece ao Marfrig, e trabalhamos com cruzamentos interessantes como, White Dorper x Texel, Dorper x Texel, Highlander x Primera e até mesmo, o que foi no começo, Dorper x Santa Inês, o que hoje já não é tão usado.
Interessante frizar que, os cordeiros são terminados em confinamento, porém é tambem importante esclarecer, que o produtor, produz o próprio alimento, já que é agricultor tem escala satisfatória.

Daria um livro né?
Espero estar contribuindo.
Abraços.

Walter Celani Junior

Uberaba - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 29/01/2010

Caro Diesel,
Não tenho produração para defender o Marfrig, mas estive na inauguração da planta em abril do ano passado.
Posso dizer que o projeto é sustentável, já que não há necessidade de uma planta exclusiva para o abate e beneficiamento das carcaças ovinas.
O projeto é muito bom e o Marfrig está sendo a tábua de salvação de vários produtores.
Acho que a empresa peca um pouco na divulgação e no plano de marketing, faltando investir mais nesse quesito, mas posso afirmar que não existe hoje, para a região Sudeste e algo do Centro - oeste, nenhuma empresa que compre animais como o Marfrig tem feito.
Os produtores tem que se dedicar mais em produzir qualidade e quantidade.
O pessoal que investe em bovinos de elite por exemplo, poderia separar algumas centenas de milhares de reais, e investir no setor produtivo de carne ovina, para que o setor tenha sustentabilidade, e ai sim, permitir que os médios produtores possam encarar a atividade com mais segurança.

Abraços

Fernando Gottardi

Araçatuba - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 29/01/2010

Diesel,
O confinamento está indo muito bem como muitos outros que conheço com alguns desafios é claro. Ele foi criado porque grande parte dos cordeiros que chegavam ao frigorifico não tinham acabamento ideal e também, para atender vários criadores que não tem condições de terminar esses cordeiros seja a pasto ou confinados e ele vem tendo grande aceitação.
É um frigorifico de boi que também tem planta para ovinos, o qual mata só na segunda e no restante da semana é boi, por isso não fica ocioso.
Como criador foi o que sempre acreditei para continuar criando, a chegada do frigorifico pode dar segurança de investimentos e garantia que vamos ter para quem vender, pois como sabemos não é facil produzir cordeiros e temos muito para crescer e atender a grande demanda existente.
Att

Fernando Gottardi

Araçatuba - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 29/01/2010

Pedro,
Concordo com você quando fala em produção a pasto, pois é o que faço e indico, mas a realidade da grande maioria das pastagens são de baixa qualidade e isso dificulta bastate o acabamento ideal. Muitos criadores já acordaram para a necessidade de investir em melhores pastagem e estão conseguindo ótimos resultados e também a qualidade genética da grande maioria dos criadores de produção ainda está longe do desejado, que seria desmamar cordeiros a pasto pronto para o abate até porque o que se tem na grande parte das propriedades é braquiaria decumbens, mas acredito que vamos chegar lá com muita seleção, genética e pastos de melhorados. O confinamento é uma necessidade como respondi para o Diesel.
Todas raças são importantes para o crescimento da ovinocultura e o Marfrig tem comprado e valorizado todo cordeiro de qualidade independente de raça. Paga mais pelo o cordeiro do programa porque tem, qualidade, padronização e pela própria parceria.
Estamos começando esse trabalho com os compostos e estou bastante satisfeito com os resultados alcançados e com muito trabalho pela frente para chegar onde queremos. Logicamente que tem varias outras opções de raças e programas que logo estarão chegando também.
Att.
Fernando Gottardi

junior matos rafael

Loanda - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 29/01/2010

Boa tarde pessoal, a conversa é muito bonita.
Cada um tem um pouco de razão.
Mas como nosso amigo Diesel disse ( escreveu ), é preciso muito cuidado para que a tão sonhada cadeia ovina não acabe virando um cartel.
A posição da Marfrig é realmente muito boa, o projeto Rissington "Brasil" é fantástico, agora o que precisa de verdade para crescimento da cadeia é portas abertas para os criadores ter um maior conhecimento de como funciona esses confinamentos tão rentáveis.
Um abraço a todos.

ROBERTO MURILO DA COSTA MEDEIROS JUNIOR

Araçatuba - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 31/01/2010

Meu caro Pedro. Temos que tomar cuidado quando comparamos sistemas de produções neozolandêsas e australianas com a brasileira, onde todos os experimentos mostram que a terminação de cordeiros a pasto nao tem grande sucesso, por diversos fatores, como as nossas pastagens tropicais que em média tem baixo valor nutricional. Já na Nova Zelandia, Australia e algumas regiões do Sul brasileiro podemos dizer que este fato é possivel, onde as pastagesn dessas regiões podem passar de 20% de PB.
Mas esta valendo todos as opiniões, pois assim tiramos as conclusões devidas sobre o assunto.
E nós técnicos da área da ovinocultura, temos que apoiar este projeto independente de raça, pois ele que nesse momento esta alavancando o aumento de produtores interssados em entrar na criação de ovinos.
Att. Roberto Murilo

Guilherme Ferrareze Feitosa

Avanhandava - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 31/01/2010

Gostaríamos de parabenizar a iniciativa do Marfrig e da Rissington Brasil, na qual possibilita uma nova oportunidade de investimento e profissionalização do setor.
Conhecemos o projeto e a planta frigorifica e atualmente estamos finalizando as instalações para 600 animais e reformando 20 ha de pastagem destinados para reprodução, pois acreditamos no projeto e esperamos aumentar a rentabilidade da propriedade, que já produz leite.
Att.

Ivo Arnt Filho

Tibagi - Paraná - Produção de ovinos
postado em 31/01/2010

Parabéns aos dirigentes do Marfrig ovinos.
A modalidade de confinamento de cordeiros em regiões estratégicas consegue otimizar a produção de ovinos, viabilizando os pequenos criadores. O confinador consegue reunir uma quantidade de animais que possa padronizar e viabilizar o frete para o envio ao abate.
Somente com parcerias poderemos viabilizar a cadeia produtiva de ovinos, pois os nossos criatórios não são tão extensivos como no Uruguai e a Oceania para obtermos uma quantidade de animais que viabilize o frete, com animais padronizados em tamanho e acabemento de carcaça para o abate.

Sucesso a todos...

Marcus Salles

Araçatuba - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 01/02/2010

Gostaria de deixar aqui meus parabéns aos incentivos que a ovinocultura vem recebendo, já que a região noroeste de SP é um grande centro consumidor. A terminação do cordeiro em confinamento é essencial, levando em conta a baixa qualidade das pastagens no Brasil, onde ainda alguns produtores não entendem que o pasto é uma cultura que também precisa receber tratos culturais, como adubação, correção do pH, etc.
Parabéns ao Marfrig.

Walter Rogério Diesel

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 04/02/2010

Meus caros admiradores e estudiosos do mercado cárneo.

Fique feliz que tantas pessoas participaram desse debate que, ao meu ver, é enriquecedor para todos os segmentos envolvidos.
As participações do Pedro e Fernando me motivaram a ir mais além em números.
Concordo com vocês quanto aos aspectos técnicos do confinamento. Sem confinarmos os cordeiros, principalmento no Cerrado, não há como obter carcaças de cordeiros precoces (abaixo de 120 dias). Já dei algumas palestras em MG, GO, e AC sobre viabilidade econômica da ovinocultura. Digo embasado nos números que tenho obtido em 6 anos de trabalho no setor: nosso custo em Goiás é 70% maior do que no Rio Grande do Sul. Aqui pagamos e vemos pagar cerca de 3,50 a 3,80/Kg vivo, enquanto temos um custo de mais ou menos 2,60/kg a 2,80/Kg, dependendo da escala da criação. No RS nas mesmas escalas o custo cai para 1,50 a 1,80/kg, e os preços pagos estão próximos a 2,00/kg, mas os animais são engordados a pasto, não recebem ração e são abatidos com mais de 140 dias. A diferença esta nas condições edafocimáticas, muito mais do que nos cruzamentos, ainda que a genética precise estar adequada a cada modelo. Nisso vocês estão mais preparados do que eu. São duas realidade diferentes, que geram produtos diferentes, e por isso são remunerados também de acordo com suas peculiaridades. Vai precisar muito estudo em genética e manejo para que se possa indicar os cruzamentos que apresentem a melhor relação custo/benefício. Mas eu acho todas essas inciativas válidas e necessárias, pois acredito que fazem parte dos ajustamentos que o mercado, por si só, busca. Com o passar do tempo, e muita dedicação, veremos os resultados e saberemos definir os modelos de criações ideiais.
Abraço a todos, e muito grato pela participação.

Pedro Nacib Jorge Neto

Campinas - São Paulo - Nutrição de Ruminantes / Reprodução de Ovinos
postado em 22/02/2010

Prezado Fernando Gottardi,

conheço por várias pessoas o modo que cria e devemos tirar o chapéu para a forma que vê a ovinocultura. Um exemplo foi o seu leilão onde todos os animais ofertados possuiam DEP.

Concordo que neste momento, hoje, o confinamento possa ser uma necessidade, mas vejo como crucial o investimento em melhorias de pastagens. Matematicamente é claro a vantagem da pastagem, muito mais barato. Nas minhas contas, o kg de matéria seca de pastagem custa R$0,06 contra R$0,45 de ração (e usando subprodutos).

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto

Pedro Nacib Jorge Neto

Campinas - São Paulo - Nutrição de Ruminantes / Reprodução de Ovinos
postado em 22/02/2010

Prezado ROBERTO MURILO DA COSTA MEDEIROS JUNIOR,

Não comparo os modelos de lá, mas tomo-os como exemplo, afinal são criações sólidas de décadas. Deu certo, dá certo, são profissionais.

Fora a pastagem, eles não tem qualidade de solo (nós temos). Nós temos ainda chuva (eles não)... eles tem genética, nós estamos trabalhando nisso. Nós temos clima, lá eles possuem verões muito quente e invernos rigorosos.

Não seria mais interessante investir em pastagens?

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto

daniel

Mocajuba - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 01/03/2010

Boa noite!
Eu sou técnico em pecuaria e trabalho em um confinamento de carneiro do Marfrig. Estou aprendendo cada vez mais sobre manejo e adaptação de carneiros em confinamento intensivo, já que em São Paulo o custo da terra é mais caro do que em outros estados, acredito que o confinamento intesivo seja uma ótima saida para a produção em grande escala de ovinos.
Bom conversar com vocês e espero que outros tomem o mesmo rumo que o Marfrig esta tomando para produzir ovinos com um bom acabamento de carcaça.

Gilmar Ricardo Bender

Quatro Barras - Paraná - Produção de ovinos
postado em 25/06/2010

Quando o produtor conseguir aliar boa genética, com sanidade e produtividade (pelo menos 3 partos em 2 anos), mais nutrição com custo viável, na propriedade, então o confinamento complementa o sistema, e se torna viável, desde que a industria saiba valorizar o mesmo.
Gratos

iasmine moreira pontes

Goiânia - Goiás - Estudante
postado em 29/10/2010

Prezado, Pedro Nacib, Sou graduando em zootecnia na Universidade Estadual de Goiás, e me interesso muito por essa área de reprodução e ovinos, e estou a procura de um estágio nesta área, visto que esta seja sua área de trabalho. Espero que leia esta carta, e se possível me mande uma resposta. Email: iasminemp@hotmail.com

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