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Ovinos são para todos os tamanhos

Por paulo afonso schwab
postado em 26/10/2010

11 comentários
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Teóricos e praticantes da economia dizem que para se ter ganhos em uma atividade econômica é preciso ter escala de produção, ou seja, grande quantidade de produto, pois assim se reduzem os custos e o negócio se torna competitivo dentro do mercado que se está atuando. Já conhecia este conceito por conta da atividade profissional que desenvolvi por mais de 25 anos, mas recentemente, em um almoço ouvi uma pessoa se referir a este assunto relacionando-o à ovinocultura.

Não tenho a pretensão de contestar este conceito econômico tão arraigado no saber das pessoas e que foi construído com certeza, à base de muitos estudos e por pessoas com renomado conhecimento de causa. Mas quero sim, propor um debate sobre como e se devemos enquadrar a ovinocultura neste conceito, sabendo que é uma atividade muitas vezes
com forte ligação em pequenas propriedades familiares, mas com grande potencial de dar um sustento digno para quem vive nesta situação. E quando digo isto, penso principalmente no Nordeste, região que tem grande concentração de rebanho ovino e também, de pequenas propriedades.

A atividade da ovinocultura tem entre seus "praticantes" criadores com variados tamanhos de terra e de rebanhos. Dentre estes existem aqueles com dedicação principalmente para a seleção genética, e outros para rebanhos comerciais. Existem aqueles que têm 10 ou 15 cabeças, para sua manutenção ou os que possuem 16 mil, 20 mil cabeças para uma produção comercial de cordeiros. E em termos de Brasil, encontramos as mais variadas condições de clima, terra (solo) distâncias de grandes centros consumidores, etc. É por isto que me pergunto como aplicar este conceito dentro do agronegócio ovino de forma a que não expulsemos os que não se enquadram neste preceito e que eles não virem favelados em alguma cidade deste País.

A ovinocultura tem sim uma função social, conforme tive a oportunidade de dizer ao Presidente da República, quando da sua visita à Expointer deste ano. Além de gerar emprego e renda, contribui para a manutenção de muitas famílias no campo, evitando o êxodo rural. Creio que para se enquadrar no processo de produção em escala um dos caminhos pode ser a união de produtores de menor porte em associações de criadores regionais, ou Alianças Mercadológicas, programas de governos que ajudem aos produtores a se organizarem para comprarem animais, produzirem e entregarem em escala. E nunca podem esquecer de que na montagem destes processos tenham o apoio de alguém com experiência em extensão rural, pois ele, com certeza, vai ajudar e muito no sentido de passar importantes conhecimentos sobre a atividade, principalmente em termos de melhorias sanitárias, nutricionais, de manejo e instalações.

Não conheço pessoalmente projetos que acontecem no nordeste, mas sei que eles estão partindo desta premissa de reunir grupos e trabalharem em conjunto. E sei que os resultados têm sido muito positivos. E foi com este espírito que recentemente participei de uma reunião na Federação dos Trabalhadores da Agricultura, no Rio Grande do Sul, Fetag.

A ideia é desenvolver um projeto de ovinocultura para pecuaristas com estrutura totalmente familiar. Em nosso encontro, pontuei que qualquer projeto necessita ter a visão de que a ovinocultura é um negócio como qualquer outro dentro da propriedade. Que gera renda se for bem trabalhada. Que permite a produção de lã, carne, leite e pele. Mas que para dar este resultado positivo é preciso ver as habilidades de cada propriedade para que dê certo. Colocar ovinos produtores de leite, em propriedades que já tenham esta atividade no bovino. E de corte com quem conhece as funções da criação de gado de corte.

Qualquer projeto tem tudo para dar certo se respeitada as características de seus participantes, da região em que está implantado, da cultura, e se tiver voltado para atender ao mercado consumidor. A ovinocultura pode ser desenvolvida em qualquer tamanho de propriedade, desde que se adapte às condições e às exigências desta espécie. Por isto creio que ela pode se enquadrar no conceito de produção em escala, as vezes uma só propriedade, as vezes unindo várias para atingir este objetivo.

O importante é produzir bem, com qualidade e respeito ao meio ambiente. Isto tem valor e isto a ovinocultura pode dar!

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paulo afonso schwab    Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul

Produção de ovinos

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Comentários

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 26/10/2010

Concordo plenamente com o senhor presidente da ARCO. Creio que a ovinocultura em pequenas propriedades é viabilizada sim a partir da construção de Alianças Mercadológicas ou outro modelo que congregue vários criadores, mas que estes estejam com vontade de ser profissionais no que fazem independente do seu tamanho. Já vi experiências desta natureza dando muito certo em Santa Catarina, onde pequenos criadores com 10-15 matrizes produzem em forma integrada e um criador maior com condições de abate compra os cordeiros, pagando inclusive bonificação e dando assistência técnica num pequeno raio de atuação (viabilidade do negócio).
Aliás, a assistência técnica e extensão rural é peça fundamental para tutorar estes criadores, principalmente os pequenos desprovidos muitas vezes de um aparato educativo em suas atividades. Nestes termos, aprofundei este assunto e convido aos nobres leitores a acessar o Espaço Aberto deste site e ver o artigo ATER: a sua importância aos produtores. (http://www.farmpoint.com.br/default.asp?actA=7&areaID=1&secaoID=7)

FERNANDO ANTONIO FERNANDES

Goiatuba - Goiás - Revenda de produtos agropecuários
postado em 27/10/2010

Concordo em partes sobre o artigo. No Estado de Goiás a dificuldade de se comercializar ovinos em pequena escala é grande, isto faz com que cada vez maos criadores abandonem a atividade, como é meu caso, só fiquei com animais para o consumo.

Ivan Saul

São José dos Pinhais - Paraná - Produção de ovinos
postado em 29/10/2010

Caro Presidente Schwab e demais colegas.

Preciso esclarecer que sou um micro criador e mal atendo minhas necessidades de consumo e, assim sendo, não me considero um Produtor de Ovinos (com maiúsculas). Posso intitular-me, no máximo, um "estudioso do assunto que gosta de pensar que ajuda com suas opiniões".

Pretendo, todavia, estimular a reflexão e o debate sobre o associativismo e suas implicações para o pequeno criador, chamando a atenção para os seguintes pontos (que todos conhecem):

As associações que funcionam bem e são duradouras, são aquelas em que os "associados compartilham dos mesmos interesses", por exemplo, associar produtores e industriais pode resultar infrutífero.

Cada associado deve representar um voto e cada voto ter o mesmo peso no processo decisório.

As associações de produtores não podem se prestar para a "política partidária" nem dela depender para o seu funcionamento.

Saudações ovelheiras
Ivan Saul D.V.M., M.Sc.Vet. - Granja Po´A Porã, 29/out/2010

João Alberto Haag Luiz

Santa Maria - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de lã
postado em 02/11/2010

Prezado Amigo Paulo Schwab:
Fico muito entusiasmado quando vejo a OVINOCULTURA em foco. E a idéia de desenvolver um projeto para pequenos produtores com estrutura familiar,organizados em núcleos com assistência técnica e talvez com orientação em gestão,é muito interessante. Acho que o projeto se tornaria viável integrando entidades ou associações que organizem a comercialização(tipo as integrações usadas na suinocultura).
Grande abraço;
João Alberto Haag Luiz
Zootecnista

paulo afonso schwab

Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 04/11/2010

Prezado Nei Antonio Kukla

Tenho defendido que qualquer projeto de ovinocultura hoje pode andar muito bem. Mas vai andar muito melhor se tiver um acompanhamento dos serviços de extensão rural que cada estado possui. Isto porque são profissionais treinados a captarem as informações tecnológicas que a pesquisa produz e traduzi-las de maneira a que todos os produtores possam compreendê-las e aplicá-las. Este exemplo que você nos apresenta e que espero esteja tendo sucesso, é um modelo que pode ser utilizado por outras regiões do País, desde que respeitadas as características dos produtores envolvidos e também da própria região. Estamos em discussão, no Rio Grande do Sul, de um projeto semelhante, buscando envolver não só a pequena propriedade familiar, mas a todos que queiram desenvolver a ovinocultura de forma profissional, a fim de terem muitos lucros com esta atividade. Obrigado pela sua manifestação e espero nos encontrarmos pessoalmente, muito em breve. Abraços ovelheiros.

Paulo A. Schwab - Presidente da ARCO

paulo afonso schwab

Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 04/11/2010

Prezado Fernando Antonio Fernandes

Primeiro gostaria de lhe dizer que não desista. Em segundo ressaltar que realmente pode ser difícil comercializar em pequena quantidade, em qualquer lugar do Brasil. Por isto acredito na união de esforços. Se você consegue formar uma cooperativa, como acontece no Paraná, ou mesmo uma aliança mercadológica de produtores da sua região fica mais fácil de negociar a comercialização não só dos cordeiros, mas também dos insumos que você necessita para produzir. Veja, você trabalha na Cooperativa Carol, que é muito forte. Pode seguir o exemplo da Batavo que organiza seus associados e compra os cordeiros colocando no mercado já com marca. É um caminho. Sei também que em Goiás algumas empresas estão buscando fazer a integração com criadores, o que também é uma alternativa. O fato é que a ovinocultura está experimentando um momento de crescimento, que deve durar por pelo menos cinco anos. Participar deste processo é crescer junto. Mas novamente ressalto, é preciso participar de forma organizada. Abraços ovelheiros

Paulo A. Schwab - Presidente da ARCO

paulo afonso schwab

Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 04/11/2010

Prezado Ivan Saul

Como dirigente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos, concordo plenamente com o teu ponto de vista. A ARCO não tem este tipo de comportamento e nem permite ações desta forma. Fazemos sim, contatos políticos porque nossa atividade depende de políticas públicas e elas passam pelos legislativos e os governos. Penso que as associações precisam realmente trabalhar junto aos associados para lhes auxiliarem a organização e busca de mercados. Isto é que deve ser o princípio organizacional destas entidades.

Saudações ovelheiras para você também.

Paulo A. Schwab - Presidente da ARCO

paulo afonso schwab

Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 04/11/2010

Prezado Amigo João Alberto

Pelo tempo que lidamos na ovinocultura deves lembrar da época em que a Frangosul buscou organizar uma integração entre produtores, lançando inclusive marca própria no mercado. Foi uma experiência que teve seus percalços, mas deixou muitos ensinamentos para correções futuras. Acho que podemos utilizar esta experiência para indicarmos em algum projeto. Sei de empresas que estão fazendo algo semelhante, mas sem as características do sistema utilizado na produção de aves e suínos. O que quero ressaltar, João é que seja qual for o modelo, creio que o importante mesmo é começar a investir na atividade em escala cada vez maior, pois o mercado é favorável e vai continuar assim por pelo menos cinco anos. Abraços Ovelheiros.

Paulo A. Schwab - Presidente da ARCO

Ivan Saul

São José dos Pinhais - Paraná - Produção de ovinos
postado em 04/11/2010

Caro Presidente Schwab.

Justo por sua isenção e imparcialidade a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos é uma destas "associações que funcionam bem e são duradouras". Espero ansiosamente pelo dia em que virei, com muito orgulho, integrar o quadro de sócios desta tradicional entidade. Enquanto isso, conte comigo por aqui.

Parabéns e obrigado pelo seu trabalho na gestão da ARCO, carregando bem alta a bandeira da Ovinocultura Brasileira!

Saudações ovelheiras!
Ivan Saul D.V.M., M.Sc.Vet. - Granja Po´A Porã, 04/nov/2010.


Sérgio Murillo Freire Barbieri

Dom Pedrito - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 06/11/2010

Venho cumprimentá-lo mais uma vez, por utilizar todos os canais de comunicação em prol da nossa ovinocultura e dos nossos produtores que hoje podem ter ótimas perspectivas de mercado nos próximos anos. Nunca é demais dizer que para se ter comercialização, é preciso ter grupos de produtores organizados, seja através de associações, núcleos, etc., e também, que a Associação (ACODOPE-Associação dos Criadores de Ovinos de Dom Pedrito) a qual pertenço, fundada em 2007 para atender a comercialização de cordeiros , possui parcerias com: Cordeiro de Qualidade da Arco, Projeto Herval Premium, Integração VPJ do qual faço parte, Juntos para competir, SEBRAE, SENAR, UNIPAMPA, EMATER, Sindicato Rural e dos Trabalhadores Rurais, Secretaria Municipal da Agricultura e Fepagro, as quais são muito importantes para levarmos ao nosso associado sugestões de gestão e produção, como tantas outras.

Um forte abraço.

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 27/12/2010

Caro Sergio Murillo meu email é eldaralves@hotmail.com , meu pai é de Dom Pedrito preciso por favor de teu telefone
sem mais
Eldar

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