BA: assessoria fortalece ovinocaprinocultura

Mais credibilidade, mais profissionalismo. Esses são alguns dos resultados registrados em apenas cinco meses de implantação da assessoria gerencial na Cooperativa dos Empreendedores Rurais de Jussara (Coperj), na Bahia, que abriga 470 produtores de ovinos e caprinos de Jussara, São Gabriel, Itaguaçú da Bahia, Gentio do Ouro, Mulungú do Morro, Uibaí e Xique-Xique. A Assessoria Gerencial integra a estratégia de apoio do Sebrae baiano ao projeto de verticalização da ovinocaprinocultura da Bahia.

De acordo com o presidente da Coperj, Vanderlan Araújo, com o trabalho da assessoria gerencial os produtores estão acreditando mais no potencial de comercialização da Cooperativa. "Hoje nossa usina de laticínio produz por mês 42 mil litros de leite, que são entregues para dois contratos: o programa Fome Zero e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A partir de agora, com os produtores aumentando a produção, vamos iniciar as negociações com o comércio local e retomar a venda de 300 litros de iogurte por semana e em breve aumentar para 500 litros por semana", anuncia.

O presidente da Coperj também explica que a assessoria gerencial oferecida pelo Sebrae na Bahia permite um maior profissionalismo e a melhoria na qualidade dos trabalhos, o que vai evitar a ação dos atravessadores e possibilitar mais recursos aos produtores cooperados.

O assessor gerencial do projeto de Jussara, João Lázaro Lélis, explica que a parte principal do seu trabalho é implantar a estrutura organizacional do complexo agroindustrial de Jussara, que envolve quatro empreendimentos: laticínio que já está em funcionamento; abatedouro-frigorifico, curtume e fábrica-escola de artefatos de couro - os três em fase de implantação.

"Na assessoria gerencial nós acompanhamos o planejamento estratégico em quatro linhas de trabalho. Na área de recursos humanos, de processos administrativos, que inclui assessoria técnica, marketing comercial e financeiro.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Produtores de ovinos e caprinos de Jussara (Accojus), Gilvan Soares de Brito, no início do trabalho da assessoria gerencial alguns produtores achavam que existia muito rigor, mas com o passar do tempo eles perceberam que o planejamento e a organização passada pelo assessor gerencial afetaram no bolso do produtor. "Nós entendemos de produção, mas não entendíamos de organização. Sem uma boa administração, planejamento, acompanhamento técnico e uma boa gestão do empreendimento a gente não via o dinheiro aparecer. Agora os produtores estão acreditando mais, já sentem essa melhoria no bolso, porque têm uma melhoria na comercialização. Antes da assessoria gerencial nossa Associação perdeu muito dinheiro. Hoje aprendemos a nos a organizar", diz Gilvan Soares de Brito.

Outro trabalho da assessoria gerencial junto aos produtores da Coperj é mostrar a pratica do cooperativismo. "Fizemos reuniões nas 30 associações de produtores que integram a Coperj. Convocamos os produtores a participar do movimento cooperativista, que muitas vezes é conhecido, mas não é praticado. Mostramos que a propriedade é um negócio e que o complexo agroindustrial da Coperj é a finalização da agregação de valor da atividade deles. Por isso é importante que eles saiam da forma primitiva, de apenas produzir para a subsistência, ou seja, passar de uma cultura de subsistência para uma cultura empreendedora.

O coordenador dos Projetos de Ovino e Caprino do Sebrae na Bahia, Robério Araújo, explica que a estratégia de implantação da assessoria gerencial junto aos projetos produtivos de ovino e caprino vem da necessidade do acompanhamento gerencial no dia-a-dia das organizações associativas que têm em mãos a oportunidade de agregação de valor às suas produções.

As informações são de Fátima Emediato para a Agência Sebrae de Notícias Bahia, resumidas e adaptadas pela equipe FarmPoint.