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Importação de carne ovina não para de crescer em 2007

postado em 06/06/2007

3 comentários
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As importações brasileiras de carne ovina em abril totalizaram 680 toneladas e US$ 1.437 mil. O volume foi 18% maior em relação a março deste ano e 72% em relação a abril do ano passado. O acumulado do ano já atingiu as 2.033 toneladas, um aumento de 33% em relação aos quatro primeiros meses de 2006 e 110% sobre o mesmo período de 2005.

Gráfico 1: Volume de carne ovina importada nos quatro primeiros meses do ano


Do total de carne importada em 2007, 91% é de cortes com osso, proveniente do Uruguai, cuja tonelada foi comprada por um valor médio de US$ 2.045,00.

Gráfico 2. Distribuição das categorias de carne ovina importada pelo Brasil em 2007


O aumento constante da importação de carne ovina que vem sendo registrado nos últimos anos é conseqüência de um conjunto de fatores, dentre os quais se destacam a valorização do real frente ao dólar e a mudança do hábito alimentar do consumidor brasileiro.

No gráfico abaixo, observa-se a taxa de câmbio mensal desde o início de 2003 até abril de 2007.

Gráfico 3. Taxa de câmbio mensal de janeiro de 2003 a abril de 2007


O hábito de consumo do brasileiro também está se modificando e está cada vez mais comum encontrar carne ovina em restaurantes, supermercados, casas de carne, e outros pontos de venda. Além do crescimento nas importações, e da maior disponibilidade de carne ovina ao consumidor, tem crescido o número de animais abatidos inspecionados pelo SIF. Tendo em vista que o Brasil não exporta carne ovina, pode-se deduzir que todo esse acréscimo está sendo absorvido pelo mercado interno.

Marina A. Camargo Danés, Equipe FarmPoint

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Comentários

Octávio Rossi de Morais

Sobral - Ceará - Pesquisa/ensino
postado em 06/06/2007

Marina, que material fantástico você nos brinda com esses artigos. Só é pena que já sei que daqui a pouco começa a chuva de cartas reclamando do preço e da qualidade da carne uruguaia. É como acontece com o leite, os culpados estão sempre fora do nosso alcance.

O Uruguai tem, além da tradição na produção (o que nós também temos em alguns estados), uma política de manutenção e de desenvolvimento específica para a ovinocultura (o que nós não temos). Além disso, as condições de exploração são favoráveis à ovinocultura extensiva e a lã paga boa parte das despesas, quando não gera lucro.

Para nós resta uma saída: abandonar o individualismo, nos organizar e traçar objetivos e metas sem esperar que o governo faça isso por nós e sem achar que o Uruguai vende barato porque só vende carne ruim. Ah sim! O Uruguai também tem pistas e julgamentos, mas não é só isso que eles têm. Para atender à demanda interna e ainda exportar é preciso produzir.

Vejo o aumento das importações com ótimos olhos, pois é sinal que o brasileiro está consumindo mais carne ovina. Competir com a carne uruguaia será um ótimo exercício para nós ou poderá se a comprovação de nossa incapacidade.

Roberis Ribeiro da Silva

Salvador - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 06/06/2007

E com certeza continuará crescendo se a política de câmbio do país não mudar. Também com certeza está aumentando o abate inspecionado assim como o abate no "frigomato" e em proporções totalmente distintas.
O fato é que dentro em breve irá acontecer uma asfixia nos preços dos cortes e alguns destes com tendência de redução na demanda (paleta e costela) e, por consequência, aumento do custo operacional dos frigorificos brasileiros.

Enfim, estou prevendo que dentro de pouco tempo as empresas brasileiras que processam ovinos vivos, ou seja, as detentoras de plantas e as que tercerizam as plantas frigorificas existentes no país, terão que fazer ginásticas comerciais e redução das suas margens se quiserem continuar neste agronegócio. Ou então se transformarem em distribuidoras e importadoras de carne ovina do Uruguai, Chile e Argentina.

Não desejo ver nenhum projeto de frigorífico especializado em caprino e ovino ser abortado e nem frigorificos específicos existentes no país serem fechados, por conta do "Frigomato" e das importações do Mercosul. Mas o cenário é de alerta.

A única solução é de frigorificos com plantas para abater várias espécies. E ao mesmo tempo nos preparar para cenários como este, mas com condições de competitividade semelhante aos dos nossos concorrentes.

João Luiz Lopes/Tecnovinos

Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 07/06/2007

Para nós que estamos, intimamente, ligados ao setor temos que avaliar sob dois pontos, ou seja, de um lado é positivo, pois mostra que o brasileiro está aprendendo a consumir mais a carne de carneiro/cordeiro e isso prova que temos que aumentar a produção com qualidade e sem sazonalidade.

Por outro lado, nos mostra que ainda temos muito o que fazer, pois estão mandando muita carne de carneiro/cordeiro para que seja consumida aqui no Brasil. Se formos enumerar todos os problemas que nos torna incapacitados de produzir a nossa demanda, precisaríamos de muito tempo e espaço, porém vamos ser bem suscintos.

1º - Falta um plano político administrativo e de produção, por parte do governo e das industrias, ou seja, não existem, na prática, linhas de crédito específicas, com juros competitivos; não existem incentivos à produção; não existe pagamentos por qualidade. E o que é mais importante, não existe vontade de fazer acontecer, uma vez que está bom do jeito que está para as industrias, para o atravessador e, também, para o governo que nem sabe que existe um setor em franco desenvolvimento social e econômico, com ótima demanda de seus produtos e derivados, para atender, seja para fomentar a produção com custos menores e competitivos, seja para impedir a importação desnecessária.

2º - Falta unidade da classe produtora, ou seja, se nós produtores nos unirmos em busca de uma produção mais coesa, mais uniforme e mais barata teremos espaço neste mercado brasileiro. Como faremos isso? É fácil, basta deixarmos de lado a nossa individualidade e partirmos para a produção conjunta, onde o meu produto é igual ao de "fulano" e de "ciclano" e os nossos custos são menores porque estamos no mesmo barco e os fornecedores vão nos propiciar produtos bons e com preços satisfatórios, tornando, desta forma, os custos de produção menores e, automaticamente, o preço final mais competitivo.

União e cooperação, dois pilares na produção de ovinos e caprinos.


Obrigado.





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