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Leite ovino: produto de alto valor agregado

postado em 02/09/2010

1 comentário
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A produção do leite de ovelha ainda é pouco difundida no Brasil. Alimento diferenciado e apresentado principalmente na forma de queijos e iogurtes, o produto é comercializado entre um número restrito de consumidores que estão ajudando a impulsionar a atividade no país. Nos últimos anos, o aumento da procura por animais de raças produtoras mostrou que os criadores estão atentos às boas perspectivas desse nicho de mercado. "Hoje temos encomendas por reprodutores que não conseguimos atender", conta o criador Márcio Aguinsky, da Cabanha Dedo Verde. Na propriedade, localizada no município de Viamão/RS, estão 1,1 mil ovinos Lacaune, o maior plantel da raça no Brasil. Cada ovelha da Cabanha Dedo Verde produz, em média, 280 litros de leite em 170 dias de ordenha. A partir de 5 litros de leite é fabricado 1 quilo de queijo. Mensalmente, são produzidos entre 1,5 mil e 3 mil quilos dos queijos tipo roquefort e feta, que, desde o ano 2000, são vendidos com a marca Queijo Lacaune.

Um dos atuais clientes da cabanha gaúcha é o projeto desenvolvido em Santa Catarina pela Companhia Brasileira de Lácteos (CBL), fabricante dos produtos Cedrense. No Estado, o leite de ovelha vem sendo encarado como uma alternativa nas pequenas propriedades. Além da indústria, participam do programa o Governo estadual, por meio da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) e prefeituras da região da Secretaria Regional de São Miguel do Oeste. "O Oeste de Santa Catarina tem empresas que trabalham com o leite de vaca e clima, solo e topografia adequados à ovinocultura, ou seja, são ideais as condições para a concretização desse projeto", analisa o engenheiro agrônomo da Epagri José Milani Filho.

O especialista faz questão de salientar que o objetivo não é desbancar outras atividades agropecuárias já praticadas na região, mas, sim, agregar fontes de renda às famílias locais. Com o trabalho de assistência técnica, a Epagri vem estimulando os produtores a desenvolver sistemas de criação a pasto com pequena complementação. Dessa forma, os custos são reduzidos. "Os gastos dos criadores são muito variáveis, mas podemos dizer que, com as ovelhas no pasto, os custos ficam entre R$ 0,40 e R$ 0,50 para um litro de leite", cita. Durante cinco meses de lactação, uma fêmea produz, em média, 2 litros de leite por dia. As ovelhas descartadas do plantel leiteiro são usadas para a produção de carne.

Com a importação de alguns reprodutores e matrizes Lacaune, os produtores do Oeste catarinense estão fazendo o cruzamento com raças de carne como Santa Inês, Texel, Ile de France e Suffolk. Também foram trazidos do Uruguai machos e fêmeas da raça Milchschaf, que tem origem alemã.

Para integrar o programa, os criadores precisam passar por um período de capacitação que inclui atividades com a Epagri, a Cedrense e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Integram essa etapa de qualificação noções de produção, manejo e sanidade. Para aquisição de animais e formação de pastagens, os produtores podem acessar as linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e recursos do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural de Santa Catarina (FDR). O rebanho Lacaune na região soma em torno de 1 mil ovinos, entre machos e fêmeas. A produção deve ficar em aproximadamente 500 litros diários em 2008. O preço do litro pago ao criador era de R$ 1,80 no mês passado. "Para o ano que vem, a meta é dobrar a produção, mas isso vai depender do ingresso de novos produtores ao sistema, que hoje conta com 20 famílias", observa Clóvis Lenzi, coordenador do projeto de leite de ovelha da Cedrense. Ele frisa que o programa está aberto para a entrada de criadores interessados.

Nos próximos dois ou três anos, de acordo com o andamento do trabalho, a empresa pretende construir uma planta específica para a industrialização do alimento. Hoje, o queijo tipo pecorino é comercializado em embalagens de 250 gramas para redes de supermercados de Santa Catarina. A meta da Cedrense, além de agregar outros tipos de queijo à linha de produção, é vender para diferentes regiões do Brasil. O alimento chega ao consumidor final com preços entre R$ 50 e R$ 60 o quilo. "É um consumidor de classe média alta, que busca um queijo fino, requintado, mas que também tem alto valor nutritivo", sustenta Lenzi. Ele lembra que o alimento é indicado para crianças, idosos e gestantes por conter 80% a mais de cálcio em comparação com o leite de vaca.

A matéria é de Denise Saueressig, publicada na revista A Granja, resumida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

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Comentários

Igor Vaz

Pelotas - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos
postado em 03/09/2010

Tenho acompanhado o progresso desta cabanha. É um case de sucesso no setor de ovinocultura.

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