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Leitor comenta sobre o alinhamento das intituições de pesquisa com a realidade no campo

Por Hélio de Almeida Ricardo
postado em 27/06/2013

6 comentários
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O bolsista de pós-doutorado PNPD Institucional – CAPES junto à Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Hélio de Almeida Ricardo, enviou um comentário para a enquete proposta pelo FarmPoint no dia 19/06 com o seguinte título: "Como alinhar as instituições de pesquisa com a realidade dos ovinocaprinocultores brasileiros?". Abaixo leia a carta na íntegra e participe deixando o seu comentário!

“Essa discussão é interessante. Do ponto de vista acadêmico, a extensão não é valorizada, por ninguém, instituição e professores. Sempre me envolvi nas questões "administrativas" da vida acadêmica, como diretório acadêmico, empresa júnior, e já fiz parte de comissão de extensão como discente, e sempre ouvi que os três pilares da Universidade são o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.

Só que no meio acadêmico, raramente alguém é reconhecido como professor, por ministrar aulas (muito menos extensionista), e sim como pesquisador. Conhecemos nossos pares pelas publicações. Para o pesquisador ser valorizado, precisa publicar sua pesquisa em periódicos que não possuem o perfil de uma revista técnica ou extensionista. Na grande maioria das vezes, as melhores revistas são internacionais.

As instituições de pesquisa cumprem com o seu papel, e acredito que o problema é a falta de políticas públicas com relação à difusão e transferência das tecnologias geradas nas pesquisas, papel dos órgãos de extensão.

Participei de uma reunião da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos de São Paulo onde foi divulgado que o Instituto de Zootecnia iria capacitar os técnicos da CATI (órgão de extensão de São Paulo) para atuarem na produção de caprinos e ovinos. Após um tempo, encontrei um técnico da CATI em um evento e perguntei a ele sobre essa ação conjunta do IZ com a CATI, e ele disse que só quem tivesse interesse iria fazer o treinamento.

A iniciativa foi interessante, só que o desinteresse foi maior. Se houvesse um empenho maior das instituições, acredito que em São Paulo, teríamos pelo menos um técnico capacitado para atuar na área em cada Casa da Agricultura nos municípios.

Talvez não é a extensão que seja desvalorizada, e sim o setor!”

Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Participe!
 

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Comentários

Rafael Gomes

Osório - Rio Grande do Sul - Estudante
postado em 28/06/2013

A extensão é sim muito desvalorizada nas universidades. Sou graduando em Medicina Veterinária pela UFRGS e aqui não é diferente. A maioria dos professores nunca teve que trabalhar como técnico a campo. Muitos só fizeram as pós-graduações e já entraram como professores, devido às muitas publicações e títulos. Temos uma deficiência severa de aprendizado sobre como implantar essas pesquisas, se é que são implantáveis. Muitas vezes não passam de meia-dúzia de PCRs de importância questionável. Não temos nenhum aprendizado sobre vida profissional, sobre como nos portarmos profissionalmente vindo desse tipo de professor.

Muitos de nós terão que aprender na marra a extensão, e o pior: após a formatura.

Mário Ramos Vilela

Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 28/06/2013

Caro Hélio,

Conhecemos o sistema de avaliação, que reconhece o pesquisador da Academia pelos artigos publicados e, sobretudo, citados, e  não pela Inovação, que o conhecimento dele permitiu ou contribuiu, ocorrer no interior dos empreendimentos privados. Esse desinteresse institucional pela transferência (disseminação, vulgarização, democratização) do Conhecimento gerado é consequência direta do sistema de avaliação mencionado. As consequências disso, Você começou a deslindar com seu consistente comentário.

Celso J. F. Marques

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 28/06/2013

Sou estudante do terceiro ano em Medicina Veterinária pela Anhanguera, na minha opinião o que falta é o que falta em todos os sentidos neste pais, tanto na educação, saúde, na criminalidade, até mesmo nas simples coisas; é o incentivo governamental, a vontade dos nossos governantes em fazer o bem ao povo Brasileiro, dando-lhes melhores condições de vida e bem estar a população, acho que somente com a união do povo podemos dar uma reviravolta nesta história.

Luciano Ferreira dos Santos

Mirante - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 29/06/2013

A pesquisa com certeza é muito importante mas, sem a extensão ela é incompleta, não cumpri seu verdadeiro papel se tornando ineficaz desperdiçando tempo e dinheiro e na maioria das vezes dinheiro público, a extensão é o elo que liga  a pesquisa ao seu resultado final, parabéns pela matéria, que ela possa despertar a todos para essa realidade...

Octávio Rossi de Morais

Sobral - Ceará - Pesquisa/ensino
postado em 01/07/2013

É importantíssimo discutirmos essa questão. A pesquisa agropecuária não tem sentido sem a extensão, mesmo porque a própria prospecção de demandas tecnológicas acontece no contato direto com o produtor. A Embrapa reconheceu este problema e está empenhada em valorizar as ações de inovação, que envolvem a prospecção, a transferência de tecnologia e a avaliação de impactos. Já nas universidades, onde a pesquisa básica é a mais comum, o sistema nacional de pesquisa ainda precisa desenvolver formas de valorizar a pesquisa aplicada e especialmente a extensão, tirando os resultados de pesquisas das prateleiras. A atividade de extensão, infelizmente, é considerada "menor", na universidade, não melhora o currículo e muito menos o salário dos professores.

Mário Ramos Vilela

Belo Horizonte - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 10/07/2013

Caro Octávio,

Também concordo com seu comentário, sobretudo quanto a persistência dessa divisão enviesada entre pesquisa básica e aplicada. Pasteur libertou-se dela ao afirmar (e observar): "desconheço essa distinção. O que conheço é a aplicação da Ciência."

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