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Mário Wanderley opina sobre a comercialização

postado em 01/04/2009

2 comentários
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O leitor do FarmPoint Mário Sérgio Wanderley, de Penápolis, São Paulo, enviou um comentário ao artigo "O que fazer para abater cumprindo a Legislação Sanitária?". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Talvez uma grande parte da ovinocultura de corte no Brasil possa repetir o sucesso dos queijeiros e produtores artesanais de vinhos europeus. Pequenos, mas extremamente eficientes, produzindo com excelência e qualidade superior dentro de suas chácaras.

E assumindo todas as fases da produção, até a venda ao consumidor final. E lá são produtos alimentícios também, de alta perecibilidade, como o queijo, ou sensibilidade, como o vinho.

A outra parte da ovinocultura de corte, composta pelos grandes investidores e pelas propriedades com maior cacife tecnológico e financeiro, incluindo as de médio porte, pode muito bem alimentar a cadeia dos frigoríficos, que precisam de escala de produção para sobreviverem. É possível a convivência? Parece que sim.

No setor de carne bovina, os açougues e supermercados do interior estão convivendo com os frigoríficos há quase um século. Compram bois, vacas e novilhas, na maioria das vezes de sitiantes, abatem em matadouros municipais e vendem a carne para suas cidades ou bairros. Nenhum frigorífico quebra por causa dessa concorrência...

O Brasil caracteriza-se pela diversidade e pelo grande número de pequenas propriedades, espalhadas por regiões amplas e distantes umas das outras. Os centros de consumo da carne de cordeiro, entretanto, estão cada vez mais aproximando-se dos produtores, nas cidades médias e grandes, que continuam frutificando no interior.

Para nós, do estado de São Paulo, por exemplo, basta rodar algumas dezenas de quilômetros e já estamos numa cidade de porte médio, com vários restaurantes, hotéis e açougues tipo boutique. O ovino é um animal leve e de fácil processamento, facilitando a venda a varejo. Um produtor com alguma estrutura ou um grupo de produtores de menor porte, associados ou cooperados, podem abastecer esses estabelecimentos, desde que sigam as regras de higiene e sanitárias.

E os frigoríficos vão abastecer os mercados de grande escala, como as capitais, os grandes centros e as redes de supermercados, além do mercado externo.

Porém, a legislação para abate é dura, cega, autoritária, contraproducente e, cá entre nós, cheia de frescuras. Assim é com quase tudo em que os órgãos oficiais se metem a regular no Brasil (vejam o exemplo da legislação ambiental).

Até matadouros municipais, bem estruturados, são fechados e proibidos devido a algum mero detalhe. E aí o problema ultrapassa a porteira. Mudar a legislação e evitar a caneta do fiscal é coisa pra gente grande.

E pequeno só fica grande se juntar com muitos outros pequenos. Este fórum aqui no FarmPoint já é um começo.

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

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Comentários

Marco Aurélio de Lima Vidotti

Presidente Prudente - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 05/04/2009

Caro Amigo e parceiro produtor Mário Sérgio, parabens pelo seu artigo ,palavras sabias e verdadeiras...

Mauro Augusto da Silva

Taquara - Rio Grande do Sul - Estudante
postado em 10/04/2009

Caro Mário, pretendo ingressar no ramo da ovinocultura e acredito que este canal oferecido pela FARMPOINT é fundamental para que os produtores possam trocar as suas experiências, e expor as suas queixas e dúvidas. Lendo artigos aqui publicados descobri que 90% (noventa por cento) do abate de ovinos, no Brasil, é feito fora de frigoríficos, por certo, abates ilegais. Os responsáveis pelas vigilâncias sanitárias obviamente sabem disso. Estamos diante de uma realidade consolidada. Urge que se estabeleçam, modelos, plantas, projetos, requisitos mínimos mas viáveis de higiene, para que o pequeno produtor possa sim abater em sua propriedade, e finalmente comercializar o resultado da sua produção, dentro da lei. Saudações.

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