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Nordeste: seca provoca prejuízos aos produtores de ovinos e caprinos

postado em 26/04/2012

4 comentários
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A seca que castiga a região do semiárido do Nordeste já provoca redução na cotação de venda de animais bovinos, ovinos e caprinos. O preço do quilo do boi vivo é comercializado hoje com queda de 28% em relação ao praticado na semana passada. O quilo estava a R$ 3,50 e agora caiu para R$ 2,50 nas feiras e mercados das cidades do interior do Ceará.

Sem condições de alimentar o rebanho, por falta de pastagem e em decorrência da elevação de preço dos insumos (ração, milho, soja, concentrados), os criadores estão antecipando a venda dos animais, que ainda se apresentam com peso médio. A maior oferta de carne no mercado provoca redução de preço.

O desespero de muitos produtores faz com que até matrizes sejam vendidas para o abate. "A situação é preocupante", disse o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Paulo Hélder de Alencar Braga. "O preço vai cair ainda mais".

Nos Municípios de Canindé e Santa Quitéria, criadores de bovinos e ovinos estão amargando prejuízos com a falta de pasto e água para os animais. Quem não quer ver o rebanho virar alimento para urubus está vendendo pela metade do preço.

Nos próximos meses, as dificuldades para manutenção dos rebanhos aumentarão. O valor da ração também está mais caro. Uma saca de resíduo custa R$ 36,00. Um saco de farelo R$, 26,00. Já um saco de milho atingiu os R$ 40,00, enquanto uma carga de capim, que já não existe, é vendida por R$ 20,00. "O maior governo do pobre é o inverno. Sem ele, a situação vira calamidade e quem não quiser ficar de esmolas, tem que vender seu gado, seu plantel de ovinos, porque não existem políticas voltadas para ajudar o pequeno criador", critica José Wilson, produtor da região.

De acordo com o presidente da Associação dos Vaqueiros e Criadores dos Sertões de Canindé, José Curdulino Filho, a situação já é de calamidade. No campo não existe comida e nem água para garantir a permanência dos animais. "Essas vendas irão continuar, porque ninguém vai querer ver um patrimônio seu virar alimento de urubu", avisa ele.

Se na bovinocultura o quadro é de crise, na ovinocaprinocultura, os criadores buscam alternativas. Em vez de gastar com ração, estão abatendo os animais e vendendo o quilo. Clodolado Frederico Cruz, do Assentamento Jerimum, em Canindé, disse que uma ovelha comprada em janeiro por R$ 150,00 hoje está custando R$ 80,00. Um carneiro que custou R$ 200,00, hoje só vale a metade. "Se vendermos do jeito que os frigoríficos querem, é prejuízo na certa. Não dá para viver dessa forma, comprando caro e vendendo barato", lamenta Clodoaldo.

Segundo ele, a melhor forma encontrada foi abater para depois vender de porta em porta ao preço de R$ 10,00 o quilo. Depois de abatido, o animal chega a pesar entre 13 e 15 quilos. "É melhor porque os prejuízos ainda são menores. Mas, se continuar do jeito que vai, dentro de 30 dias não vai sobrar ovino. Vai se acabar tudo", prevê. "Nunca tinha visto uma seca nessas proporções. Falta de tudo, e a única coisa que ainda segura as famílias é o Bolsa Família e nada mais", disse.

O grande gargalo de tudo isso é que a maioria desses animais foi comprada por meio de financiamentos do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e, com certeza, esses agricultores terão que prestar contas com o Governo Federal. O pecuarista que está vendendo se livra de um problema de imediato, mas adia a solução de outro, o débito no banco.

As informações são do Diário do Nordeste, resumidas e adaptadas pela Equipe FarmPoint.

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Comentários

dadá paiva

Quixadá - Ceará - Produção de caprinos de leite
postado em 26/04/2012

isso e uma vergunha não temos politicas para esse heroi que e o homem do campo esse criador de fibra honesto.mais o brasil tem politica para esconder dezenas de ladroes de colarim preto para que ele não venha sofrer. mais o homem do campo, sim ele pode sofrer ate a ultima gota de suor derramado isso e brasil terra de policos sem escrupolos.
                           dadá paiva.

Pedro Alberto Carneiro Mendes

Fortaleza - Ceará - Consultoria/extensão rural
postado em 28/04/2012

É realmente séria essa situação da seca atual e consequentemente da exploração de ovinos e caprinos no Estado do Ceará.

Sabemos em função de nossa área de trabalho que o produtor de mão de obra rural e criador de ovinos e ou caprinos produz em média 10 animais para obtenção de uma renda bruta de  900,00 ano e, que este tipo de exploração com essa renda anual existe em 100  das propriedades.


E existe porque funciona como moeda de troca durante todo o ano, pois é são esses animais que ele utiliza para pagamrentos de pequenas despesas inadiáveis. E sem eles ? Só a bolsa família como diz o senhor Clodoaldo


LUIZ CARLOS NUNES DOS SANTOS

Salvador - Bahia - Produção de ovinos
postado em 12/06/2012

Apaixonado pelas coisas da terra, amo esta Região, porém não clamo por migalhas, não me iludo por promessas mirabolantes (Transposição, dispensa de dívidas, etc),  quero apenas que os nefastos políticos  alertem os nordestinos a plantar palma, mandioca, a armazenar água da chuva, fazer silagem , a usar o licuri como ração, etc, prá criar seus bodes e suas galinhas caipira,  e, com sual irradiante perserverança, encher as feiras, despreocupado com as angúrias da vigilância sanitária

otavio melo pereira

Custódia - Pernambuco - Estudante
postado em 08/11/2012

cade a transposição do rio são fracisco? quanto a nossa região semi arida teve de prejuizos com a seca de 2012?  isto mostra a falta de planejamento dos nossos politicos.

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