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Vontade: o diferencial dos ovinocultores brasileiros

Por Raquel Maria Cury Pereira (FarmPoint)
postado em 20/05/2013

15 comentários
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Nos dia 17 e 18 de abril o FarmPoint realizou o seu II Simpósio abordando os temas: custos, mercado e gerenciamento. O evento foi realizado nas estruturas da USP de Pirassununga e 70 pessoas participaram, sendo aproximadamente 60 produtores de ovinos. A discussão que ocorreu no evento foi muito rica e me motivou a escrever esse artigo.

É de se admirar a força que os produtores têm! Todos nós sabemos e já identificamos várias vezes as dificuldades da ovinocultura no Brasil e mesmo assim há (acreditem, há!) pessoas com garra e vontade de ver a atividade deslanchar no país. Sabem por que? Porque nós temos condições.

Há inúmeras pesquisas de ponta sendo realizadas nas universidades do Brasil e diferente do que muitos pensam, vários desses pesquisadores almejam ver suas pesquisas sendo úteis no campo, contribuindo com o desenvolvimento da atividade rural. Semanalmente recebo contatos de novas pessoas interessadas em escrever no FarmPoint e de diversas localidades do país. Tentamos fazer esse link com o que vêm sendo desenvolvido e com a demanda dos produtores em aprender coisas novas e ter fácil acesso à tecnologias de produção. Por isso, tentamos manter todas as seções do site atualizadas e com novidades.

Além de outras vantagens como clima, terra e espírito pecuarista, temos uma em especial: a vontade dos produtores! É o que mais sempre me chamou a atenção. No evento, a maioria do público mostrou-se disponível para participar de mais encontros, dias de campo e mesas redondas. Os produtores querem difundir suas experiências, mostrar o que deu certo, compartilhar os erros e contar suas histórias. Isso inspira os novos e lapida os antigos na atividade. Não tem nada mais gostoso do que escutar as vitórias e conquistas ao longo da caminhada. Recebo também com muita frequência emails de inúmeras pessoas (até de fora do Brasil) com dúvidas e ideias. Isso é muito motivador.

A discussão que envolveu o evento fez amadurecer várias ideias importantes para o setor. O ovinocultor precisa identificar um sistema de produção apropriado para sua ocasião. Não existe um modelo padrão ou uma receita de bolo: a melhor raça, o melhor pasto, a melhor ração. É um processo que exige insistência, paciência e muitos testes. A gestão dos custos de produção e os indicadores zootécnicos por exemplo, são considerados hoje “obrigatórios” em qualquer atividade que tem como foco principal a obtenção de sucesso e lucro. Necessitamos dessas ferramentas para que a ovinocultura tenha um futuro promissor, pois caso contrário, é dar passos para trás, é ser amador. Para isso, precisamos criar o hábito de anotar, registrar, rabiscar o caderno, projetar, desenhar e apagar, pois as informações é o que nós temos de mais precioso e não podemos desperdiçá-las.

Fora da porteira, o êxito da ovinocultura depende do sucesso da cadeia de suprimentos até o consumidor final e a segmentação e diversificação de mercado parecem ser algumas das estratégias a serem seguidas. É importante que as indústrias estejam atentas àquilo que o mercado anseia. Os consumidores estão exigentes e desejam rapidez e praticidade na hora de preparem seus pratos. A carne de cordeiro pode sim e apresenta características para atender essa demanda, porém, precisa inicialmente agradar o gosto e o paladar dos brasileiros, pois para muitos ainda é uma carne bem exótica. Centrados nisso, necessitamos produzir visando a qualidade. Conheço muita gente que teve más experiências com a carne ovina, ou devido o gosto forte (animal velho), ou porque viu o bicho sendo morto. Sim, ainda falta muito profissionalismo, mas não é generalizado, portanto, precisamos desmitificar isso suprindo o mercado com carne de excelência.

Ainda temos que lutar bastante e eu espero que o FarmPoint continue sendo um ponto de apoio para todos os ovinocaprinocultores brasileiros.

Aproveito este artigo para comunicar que, na busca pela difusão do conhecimento, realizaremos o III Simpósio do FarmPoint em Cuiabá/MT nos dias 08 e 09 de outubro. Pretendemos auxiliar os produtores na tomada de decisão entendendo e detalhando as dificuldades que eles encontram hoje. Em breve divulgaremos mais informações sobre o evento no próprio FarmPoint.

Para ilustrar: Minha história na ovinocaprinocultura começou cedo. Me formei em Zootecnia pela Unesp de Botucatu em 2009 e desde que entrei na faculdade comecei meus trabalhos com ovinos e caprinos fazendo estágio e estudando sobre o assunto No 4º ano desenvolvi uma iniciação científica com medidas biométricas em cabritos e logo que me formei, vim trabalhar no FarmPoint. Há quase 4 anos atrás. E como a atividade evoluiu de lá para cá! E é nisso que eu acredito, em mudanças e rumos positivos para o negócio. Avante ovinocaprinocultura brasileira!

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Comentários

Geraldino Assumpção

Laranjeiras - Espírito Santo - Produção de ovinos de corte
postado em 20/05/2013

Olá Raquel! Parabéns por suas palavras. Acho que você expôs bem a realidade dos guerreiros ovinocultores brasileiros, que não se cansam de lutar. Abraço

Vinicius Ribeiro da Silva

Vila Velha - Espírito Santo - Consultoria/extensão rural
postado em 21/05/2013

Tambem tenho vivência com essa realidade, acompanhando a ovinocaprinocultura desde 2005 vi muitos abandonarem a atividades, outros com muito esforço permaneceram.

O grande entrave e a nao verticalizacao da produção, ha quem produza, ha quem compre, muitas vezes faltam frigorificos, e quando ha existentes a certas burocracia para abate e ou comercialização dos produtos finais, e em muitas regiões nao ha onde o produtor possa dar destino a sua produção

Vinicius Ribeiro da Silva

Vila Velha - Espírito Santo - Consultoria/extensão rural
postado em 21/05/2013

Mas mesmo assim encotramos novos adebitos a ovinocaprinocultura, fortalecendo a cadeia. A ovinocaprinocultuta vai caminhando em Passos curtos, e os persistentes receberam sua vitória.

Pâmela Arruda dos Santos

Patrocínio - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
postado em 22/05/2013

Parabéns... Eu também amo a ovinocultura e no que depender de mim ela vai crescer cada dia mais... =)

Demis Menezes

Palmas - Tocantins - Pesquisa/ensino
postado em 22/05/2013

Raquel, parabéns eu também sou um apaixonado pelos ovinos e caprinos e luto para que a atividade possa se profissionalizar.

Márcio Paz Leonardi

Iomerê - Santa Catarina - Estudante
postado em 22/05/2013

Raquel, Parabéns pelo artigo, precisamos sempre de incentivos assim, somos ovinocultores iniciantes e temos muita vontade de se profissionalizar.

Os eventos sobre Ovinocultura são realizados muito distantes de onde moramos, existe algum projeto para abranger o Estado de Santa Catarina em eventos da FarmPoint, sou membro e desenvolvedor do site www.nucleovinoscaprinosiomere.com.br se puder dá uma olhadinha e se tiver alguma novidade sobre eventos mais próximos da nossa região teremos o prazer de participar. Obrigado.

Flavio Schirmann

Formigueiro - Rio Grande do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 22/05/2013

Parabéns pelo II simpósio e seus temas. Acredito que temos tudo para um "salto de qualidade" na ovinocultura brasileira. Fora da porteira um mercado promissor. Dentro da porteira dominamos a tecnologia de produção (ainda que falte difusão desta). Acredito que nossos maiores problemas são : Controle dos custos de produção, percepção das demandas do mercado e o gerenciamento do negócio. Dispomos de ferramentas poderosas  como a informatização dos controles e acesso a novas tecnologias pela rede. Devemos "tocar" nossa atividade como uma empresa (que na verdade é)  visando  o lucro e o retorno máximo, e isso não se tornará realidade  ENQUANTO NOSSA CONTABILIDADE SE RESUMIR A UMA AGENDA E UM "BOLO" DE NOTAS NO PORTA LUVAS DA CAMIONETA! Saudações a todos os ovinocultores e aficionados!

José Oton Prata de Castro

Divino das Laranjeiras - Minas Gerais - Produção de ovinos de corte
postado em 22/05/2013

Raquel, mais uma vez, usando a linguagem internautica, voce BOMBOU. Participei do  1º SIMPOSIO. Foi excelente como deve ter sido o 2º. Espero não perder o próximo. José Oton
Presidente da ACCOLM

Marcelo Arruda Nascimento

Itapetininga - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 24/05/2013

Prezada Raquel:
Parabéns pela matéria e pelo evento, no qual não pude comparecer devido agenda cheia... Conforme já colocado anteriormente, pela dificuldade de muitos dos interessados em se organizar para a participação nestes eventos, sugiro a publicação das palestras e discussões em forma de anais eletrônicos, a serem adquiridos pelos interessados. Também sou Zootecnista, atuo na área de produção de ruminantes carne e leite, também sou criador e considero de suma importância as atuais discussões propostas pelo farmpoint e seus eventos. Novamente, parabéns pelo seu trabalho e pela sua disposição e ânimo em prol da "nossa" ovinocaprinocultura. Saudações a todos os demais. Marcelo Arruda Nascimento

João Luiz Lopes/Tecnovinos

Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 26/05/2013

Raquel parabéns, todos nós sabemos que a ovinocaprinocultura brasileira possui muitos prós e alguns contras. Também ao longo dos tempos, já milito nesta área à quase 25 anos, tivemos o privilégio de ouvir e discutir vários temas, várias ações, várias propostas e várias tantas outras coisas que levariam o setor ao pleno desenvolvimento e, até hoje, continuo ouvindo e observando propostas boas sem norte certo,  ou seja, os criadores, os técnicos, os empresários e, tantos outros, apaixonados se reúnem, discutem, chegam a propor meios de crescimento e isso não decola, não saem das quatro paredes da discussão.
Abrindo um parenteses: no ano de 2000, lá em Fortaleza em uma reunião proposta pelo CNPq, Banco do Nordeste e Associações Nacionais, já se discutia o rumo a tomar pela ovinocultura brasileira, pois se sabia que a maioria das capitais nordestinas importavam a carne de ovino para serem comercializadas nos restaurantes da orla. Sabíamos que tínhamos um efetivo de ovinos, se não me falha a memória, na ordem de 20 milhões de cabeças e que não seria possível atender a demanda à época (700 gramas per capita anualmente). Passaram-se 13 (treze) anos e, pelo que me consta, propuseram aumentar o consumo per capita anual para 1 ou 1,2 kg e o efetivo diminuiu para 16 milhões. Parece brincadeira, mas é a realidade.
Portanto, enquanto não nos engajarmos, todos os componentes da cadeia - desde os fornecedores de insumos, passando pelos produtores organizados/Associações até o setor de distribuição (comercio varejista) e consumidor, de corpo e alma à essa meta nossos produtos e derivados serão de cunho de subsistência e nunca de cunho profissional.
Espero ainda, um dia, ver toda a cadeia da ovinocaprinocultura brasileira em pleno vapor de desenvolvimento, pois assim teremos a grandeza de sermos produtores, consumidores e exportadores de proteína relevante, com apresentação sustentável e paladar agradável.
Parabéns à todos os produtores de ovinos e caprinos brasileiros.
Parabéns à todos os técnicos, assim como eu, que abraçaram esta causa.
Parabéns à todos aqueles que discutem rumos ao setor.
Só assim, um dia, poderemos ver nossos ideais se tornarem realidade.
Abraços,
Méd. Vet. João Luiz

AIRTON PANDO RODRIGUES

Santana do Livramento - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 29/05/2013

Bom dia !
É realmente no papel é muito bonito.
Aqui no Rio Grande do Sul também fala-se muito em incentivar o consumo de carne ovina e aumentar rebanhos.
Temos um rebanho bem menor do que a décadas atrás ; o preço da carne ovina ao consumidor chega na maioria das vezes a ser o dobro da carne bovina.
Em anos em que os produtores recebem incentivos("armadilhas") como financiamentos de longo prazo, ocorre retenção de ovinos no campo e o preço melhora um pouco .No segundo ano com a reprodução destes ovinos retidos aumenta a oferta de cordeiros e o preço pago ao produtor despenca.
O produtor não enche a barriga com sonhos, frases de efeito e falsas ilusões, precisa ganhar dinheiro se quer encarar o negócio como empresa e pagar suas contas em dia. Como incentivar a produção de uma mercadoria que a cada mínimo aumento de oferta tem seu preço em queda ? Como explicar o preço elevado da carne ovina e o baixo preço pago ao produtor ?
Parece-me que somente o "gostar" de uma atividade não é suficiente para que tenhamos sucesso e se na mesma área pode-se desenvolver outra atividade mais rentável(gado de corte, búfalos, agricultura, etc. ) não devemos iludir o produtor com perspectivas que desde a época que era criança ouço falarem e não se concretizam.
Estamos em nossa região (fronteira do RS) com deficiência muito grande de mão de obra . Como cuidar de ovinos com pouca mão de obra ? A não ser no caso de produtores desinformados e que não conhecem a realidade de um rebanho bem cuidado  .
Como em todo negócio : os números falam a verdade.
No gado de corte também está passando semelhante fato, onde temos preços pagos ao produtor apenas razoáveis e a preocupação de alguns órgãos que irá faltar reposição .Como ficará o preço que o produtor recebe se aumentarmos a oferta de terneiros ? Com certeza que irá diminuir e com isso qual será o pecuarista que vai ser beneficiado  ??? NENHUM !!!
Estamos sendo induzidos a nos preocupar mais com o consumidor que com nosso próprio negócio.
Acho tudo isso um desrespeito com o produtor que vive nos rincões de nosso estado e não tem acesso a informações de mercado.
Abraços.
Med. Vet. Airton Pando Rodrigues.

João Luiz Lopes/Tecnovinos

Goiânia - Goiás - Ovinos/Caprinos
postado em 30/05/2013

Caro colega Airton,
não quis dizer que a ovinocultura é um negócio desastroso, mas sim que precisa ser encarado com maior profissionalismo. Senão vejamos: discute-se de várias formas e em vários lugares, no Brasil, como, o que e de que forma melhorar os setores da ovino e da caprinocultura. Propoem-se diversas formas, até mesmo mirabolantes, de desenvolvimento, entretanto esquecem-se que, talvez, a formula milagrosa esteja relacionada à simplicidade da produção atrelada ao bom consumo, passando por todos os elos da cadeia produtiva, ou seja, estimular a produção embasada na melhor técnica, com baixa tributação dos produtos, subprodutos e derivados e almejando um consumo, interessante, com elevada qualidade.
Para que isso aconteça torna-se necessário um engajamento de todos aqueles que vivem, pensam, interagem e organizam a cadeia da ovinocaprinocultura.
Será que, em algum dia teremos a oportunidade de ver, ouvir e presenciar isso?
Muitos egos terão de ser desfeitos. Muito egocentrismo terá de ser deixado de lado. E, acima de tudo, muita união terá de existir.  Será possível??????????????????

Flavio Schirmann

Formigueiro - Rio Grande do Sul - Ovinos/Caprinos
postado em 31/05/2013

Acompanho a luta da ovinocultura desde o final da  década de setenta,quando entrei para a faculdade de agronomia (UFSM). Infelizmente sempre tem sido assim: quanto menor a produção melhor o resultado econômico. Nossa família  produziu cordeiros muitos anos, até que não deu mais para continuar. As dificuldades só tem aumentado, até o desmantelamento total da produção  no RS. Agora  a oferta é tão pequena que a tendência dos preços é manterem-se crescentes ( paridade internacional /dólar em alta) até que haja produção nacional suficiente para abastecer o mercado...quando ocorrerá nova queda dos preços e assim sucessivamente...

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 01/06/2013

Os ovinocultores brasileiros e não só eles, mas todos os profissionais do agro, são batalhadores e empreendedores. Os que hj estão na atividade, é porquê nela acreditam e não estão apenas por hobby, mas sim fazendo da ovinocultura um negócio, isto porquê identificaram na atividade uma oportunidade ímpar, ou seja, somos deficitários para atender a demanda interna, o que representa um grande nicho, há crescimento no consumo da carne de cordeiro, há pratos diferenciados com o produto (em Joinvile - SC há o pastel com a carne de cordeiro com um sabor irreparável) e essas e outras características fazem a ovinocultura hj ser o "boom" da pecuária.
Eventos, como os Simpósios, dia-de-campo, seminários são imprescindíveis para mecher o ovinocultor, pois qdo participamos destes eventos, voltamos com idéias novas e cheios de vontade de mudar para melhor, enfim, muito importante tirar o olho para fora da porteira....

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