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Como o preço da carne ovina se comportará em 2011?

postado em 12/01/2011

19 comentários
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Em 2010, a produção de carne ovina permaneceu em alta acompanhada pela demanda aquecida e queda nas importações. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, o valor pago fechou o ano entre R$ 4,00 e R$ 5,00 (kg vivo), enquanto no início do ano, o valor não passava de R$ 2,50 a R$ 3,00.

Na maioria dos outros estados brasileiros, essa situação não foi diferente. No último informativo semanal do preço do cordeiro paulista publicado em dezembro (projeto desenvolvido pelo Centro de Inovação Tecnológica e Extensão Universitária - UNICETEX - da Faculdade de Engenharia de Alimentos e Zootecnia - FZEA da USP) o preço médio fechou em R$ 4,70. De acordo com a Seagri (Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia), o preço médio no mês de dezembro de 2010 foi de R$ 4,25, crescimento de 18% comparado ao mesmo período de 2009.

Em 2010, o número inspecionado de ovinos abatidos no Brasil foi menor que 2009 de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em 2009, foi totalizado 334.710 cabeças e em 2010, 309.172 cabeças, queda de 8,26%.

As importações provenientes do Uruguai, hoje o maior exportador de carne ovina para o Brasil, também recuaram em 2010. De acordo com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), em 2009, no período de janeiro a novembro, foi exportado ao Brasil 6,4 mil toneladas de carne ovina e neste mesmo período, em 2010, foi exportado 4,7 mil toneladas, queda de 26,5%.

Já os preços (em US$ FOB) do kg de carne ovina importado cresceram. O kg de carne ovina com osso congelado e importadao do Uruguai, por exemplo, no 2º semestre de 2009 custou em média US$ 3,41 e no ano passado, neste mesmo período, o kg custou US$ 5,82, crescimento de 70,6%. O valor da carne ovina desossada e congelada cresceu 54,6% frente ao mesmo período de 2009. Em 2009, o kg custou em média US$ 4,69 e em 2010, média de US$ 7,25.

O FarmPoint pergunta aos leitores: o que ocorrerá com o preço da carne ovina em 2011?

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Equipe FarmPoint

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Comentários

Tobias Marino

Porto Rico - Paraná - Produção de caprinos de leite
postado em 12/01/2011

Acredito que os preços permanecerão no mesmos patamares, principalmente pq as importações diminuiram (o rebanho uruguaio caiu bastante) e os abates inspecionados no Brasil estão diminuindo. Não é hora de fazer um projeto mais concreto? Vamos lá Câmara Setorial!

Marcos Camilo

Itapeva - São Paulo - Produtor Rural
postado em 12/01/2011

Minha expectativa é que a alta continue. O mercado está se estabelecendo e os produtores já oferecem produtos muito melhores que um ano atrás. Entretanto, os preços divulgados por estes órgãos de pesquisa, a meu ver, estão longe da realidade que vejo no Estado de São Paulo. Eu comercializo meus cordeiros vivos para compradores da região de Campinas/SP e não aceito e também não encontro para compra cordeiros com valores abaixo de R$ 6,00 o quilo vivo. Um grande abraço a todos.

Paulo de Tarso dos Santos Martins

Várzea Grande - Mato Grosso - Consultoria/extensão rural
postado em 12/01/2011

O mercado é regulado pela lei de oferta e procura: quanto maior a oferta, menor o preço; quanto menor a oferta, maior o preço; quanto maior a procura, maior o preço e quanto menor a procura, menor o preço. Assim se comporta o mercado. Os números da ovinocultura no Brasil são bastantes questionáveis (IBGE), daqui alguns dias teremos bem claro estas distorções através do trabalho da Raquel no site FarmPoint. Enquanto isso fico torcendo para que o mercado permaneça mantendo os preços atuais que são acessíveis para o consumidor, apetitosos para a industria e ao ovinocultor.

Selym Leime Filho

São José dos Campos - São Paulo - OUTRA
postado em 12/01/2011

Concordo plenamente com o Paulo de Tarso, porém o que temos nos produtores, é fazermos um produto de qualidade, e buscar um diferencial de preço para estes animais, vejo hoje alguns produtores em nossa região trabalhando para fazer uma animal super precoce e na hora de comercializar receber o mesmo valor.

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 12/01/2011

Eu acredito que em função de alguns fatores ocorridos recentemente como o aumento pela demanda da carne de cordeiro, a diminuição do fornecimento da carne pelo Uruguai, além do decréscimo de alguns rebanhos ou abates como na Nova Zelândia por exemplo, puxados pela "febre" que espalha-se em torno da cadeia produtiva neste momento, os preços tendem a permanecer nos patamares atuais, ou seja, R$ 4,50 a R$ 5,50 o kg vivo. Devemos ter cautela nos investimentos, pois se ocorrer o aumento demasiado em rebanhos e aumentar a oferta da carne sem termos o consumidor preparado para recebê-la (apesar de hoje haver mais procura que outrora), poderemos ter até o fim do ano uma queda de preços, neste caso.

EDUARDO AMATO BERNHARD

Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Consultoria e Assessoria Veterinária
postado em 12/01/2011

Concordo com a opinião do Paulo de Tarso, e acredito que para 2011 ainda teremos preços nos mesmos patamares registrados em 2012, principalmente porque não acredito que estes preços elevados irão, de uma hora para outra, provocar uma oferta maior ao mercado. A ovinocultura brasileira não está estruturada para responder a curto prazo a essa demanda, além do reduzido número de fêmeas para reposição, já que muitas vem sendo abatidas atualmente. Para o próximo ano, ainda está prevista uma queda da produção de cordeiros na Austrália, reduzindo as exportações deste país, que é o maior exportador para os EUA. Temos que aproveitar esse momento para nos prepararmos e nos organizarmos afim de podermos, num futuro próximo, não permitir um retrocesso pelo simples aumento de produção de forma desorganizada, fortalecendo programas para aumento de qualidade e produtividade e confiabilidade para acesso ao mercado externo.

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 12/01/2011

A minha expectiva quanto aos preços para 2011 são as melhores possiveis, o que isso significa? Preço justo para o produtor e preço aceitavel (que não afaste o consumidor). Porém, fiquei muito preocupado, hoje acompanhei minha esposa na rede CONDOR DE HIPERMERCADOS, AQUI EM CURITIBA e pasmém: paleta de cordeiro produzidos no sul a 36,00 o kg e costela a 17,00. E sabemos que provavelmente a carne não é de raças de aptidao carne, que teoricamente deve ser mais valorizada (ile de françe, poll dorset, texel, suffolk) e sim no maximo cruzamentos de raças laneiras. Esta certo que pela conformaçao são borregos novos e bem acabados. Concordo que a carne de cordeiro não deve, nem pode, ser popularizada (frango, suinos por varios fatores ja aqui muitas vezes falado), porém não pode ser o preço um fator proibitivo. Onde esta essa diferença 5,00 para o produtor? 36,00 na gondola?

Walter Rogério Diesel

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 13/01/2011

Pois é pessoal! Também acho ótimo como produtor o preço de 5,00/kg vivo. Mas não vejo como manter esses preços a médio prazo. A não ser para animais de grande qualidade de carcaça e rendimento de carne. Isso implica em cruzamentos com raças como as que o Eldar colocou. Aqui em Goiânia está um caos. Os produtores de Goiás não tem tradição na criação de ovinos, falta-lhes experiência ainda. Por isso também não procuram aperfeiçoar a qualidade, querem criar ovinos como se cria boi. E no Cerrado, dessa maneira, só se consegue "cordeiro" vejam que está entre aspas) com 7 a 10 meses. Daí não se tem a mesma qualidade do cordeiro jovem (até 150 dias). Estou quase desanimando já de comprar cordeiros pagando caro (5/kg) para animais de baixa qualidade. Quando se põe os custos de logística, processo industrial e tributação tem que se vender os cortes acima de 20,00, do contrário dá prejuízo. Um animal comprado a 5,00/kg vivo, com 42% de rendimento de carcaça quente, com grau de sangue muito voltado para o Santa Inês fica a aproximadamente 11,80 a 12,00 por kg de carcaça quente pago ao produtor. Se fossemos pagar por carcaça, como é feito no bovino, é assim que seria o preço equivalente ( R$ 175,00 a R$ 180,00 por arroba). Nesses patamares não tem como vender carne em grande volume, pois o consumo fica restrito às classes de renda mais altas. Acredito que esses preços durem no máximo até o final do primeiro semestre, mas percebo sinais de queda. O preço ideal para a cadeia, a meu ver, seria 3,80 a 4,00 o kg, para animais de qualidade, não para gabiru. Grato pela oportunidade, espero ter contribuido. Walter, da Cordeiro Real.

Nei Antonio Kukla

União da Vitória - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 13/01/2011

As distroções encontradas nos preços pela peça do cordeiro, como cita o Eldar são abusivas. Realmente fica impossível entender onde estão os R$ 31,00 de diferença ao que é pago ao produtor e o que está na gôndola. Vejam bem, se este preço é praticado no supermercado, especialmente em grandes centros como é o caso de Curitiba, significa que tem clientes dispostos a pagar este montante, mas e o produtor? Não teria que transferir um pouco mais deste valor a ele, que produz a matéria-prima?

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 13/01/2011

São 18:47 e acabo de ver na tv, RPC TV (Globo no Parana) uma OFERTA da REDE CONDOR de supermercados, costela ovina, cordeiros do pampa 10,88 o kg. Essa variação de preços confunde o consumidor, o ponto positivo é que começamos a ver em outros estados, que não o Rio Grande do Sul , o nosso produto (carne ovina) em evidencia e sabemos que empresas só anuncião produtos quando realmente tem potencial de vendas, o que nos aponta, que as vendas de carne ovina estão a todo vapor ou pelo menos crescendo muito.

Bruno Fernandes Sales Santos

Dunedin - Otago - Nova Zelândia - Produção de ovinos
postado em 13/01/2011

Olá a todos, excelente discussão!

Alguns breves comentários podem colaborar para o enriquecimento da conversa.

Todos estão cientes que existe uma alta demanda internacional por carne ovina, no mundo inteiro. China, east Asia e os países do oriente médio elevaram muito o consumo de carne ovina (Cordeiro e Mutton) o que "compensou" as supostas reduções nas importações por parte de EUA e Europa duante a última crise mundial, o que na realidade não ocorreu. A redução dos rebanhos da NZ e Austrália contribuíram muito para a redução da oferta mundial e estes países aindas não se recuperaram (sobretudo a Austrália), porém apresentam alta capacidade de recuperação pois possuem rebanhos altamente eficientes e tecnologia de produção/processamento que já está sendo colocada em prática para atender a demanda.

Os preços no Brasil irão se manter em alta sem dúvida devido à baixa oferta, porém, estamos dependendo enormemente da importação do Uruguay para manter a demanda em alta. Se a redução das importações forem muito significativas e o produto parar de chegar ao consumidor (nas churrascarias, restaurantes e supermercados), teremos queda na procura devido à dificuldade de encontrar o produto, o que seria muito negativo.

Assim, a pespectiva é muito boa, porém o desafio é muito grande. O Brasil precisa desesperadamente de algumas medidas, em minha opinião:

1- Sistema de classificação e tipificação de carcaças baseado em qualidade, rendimento, peso, acabamento e idade. Assim, teremos o norte do que produzir, como e quanto poderemos receber baseado no tipo de produto em cada uma das regiões específicas e suas diferentes características.

2- Entendimento entre processadores e produtores, no sentido de produção de qualidade e remuneração justa, sem prejuízos a nenhuma das partes. Distribuir os lucros através da cadeia seria a melhor maneira de estimular a estruturação da mesma.

3- Eficiência de produção para elevar o tamanho e qualidade rebanho.

Apenas mais um detalhe....

Não coloquemos a carne de cordeiro de qualidade no mesmo patamar de preços e mercados do frango e do suíno. Isto seria a nossa pior estratégia. Lembremos que este produto é escasso no mundo e a demanda é crescente. Os países produtores e exportadores estão se especializando para diferenciar ainda mais e agregar mais valor aos produtos, repassando isso ao produtor para que os mesmos não abandonem a atividade.

Vamos aproveitar a oportunidade de mercado para elevar nossa eficiência, reduzir custos, crescer o volume do rebanho e colher os frutos da estruturação da cadeia e não nos posicionar como meros fornecedores de cordeiros, a serem utilizados para viabilizar os elos da cadeia que lidam com o processamento e comercialização (fazem isto com alta eficiência), mas sim sermos incluídos da exploração inteligente deste mercado.

Raquel, aguardamos ansiosos a conclusão desta discussão e fiquemos todos de olho para o comportamento do mercado.

Abraço,

RICARDO JOSÉ DE ALMEIDA SILVA

Sinop - Mato Grosso - Produção de ovinos
postado em 14/01/2011

Vejo a ovinocultura como uma atividade de um potencial extraordinário. Sou um aficcionado por esta atividade. Falamos muito em organização, união dos produtores, minha família trabalha com pecuária leiteira e de corte à mais de 100 anos. Meus bisavós naquela época já falavam que para se vender bem 1 litro de leite, os produtores teriam que se "organizarem". Pois é, ja se passaram 100 anos e ainda vemos a pecuária leiteira sem a organização devida, vacas e novilhas sendo vendidas por preços que não fecham a conta.

No caso da ovinocultura, a impressão me paresse ser a mesma descrita por mim acima. Falamos muito em organização, de reenvidicação por linhas de crédito, fazemos reuniões, palestras, mesas de degustação e nada, sempre estamos reclamando.

Deixamos os poucos frigiríficos darem preços aos nossos animais, sendo que nós temos os produtos que eles querem. Vendo cordeiros de até 120 dias de nascido, animais de excelente qualidade, mas fico obrigado a vender minha produção pelo mesmo preço daquele que só cria por laser ou para atravessadores que nesta atividade é o que mais tem "infelizmente", pois são eles os que mais prejudicam nós criadores; posso falar que prejudicam mais do que as verminoses.

Temos que fazer uma politica mútua de fidelidade com os abatedouros e eles com nós, assim como na avicultura e suinocultura de corte, maximizar nossos rebanhos na certeza de saber para quem vender e não ficar a merce de cada carga ter que pedir "Pelo amor de Deus compre meus animais".

Esse processo baixaria muito nossos custos, fazermos parcerias desde a impresa de insumos, passando por nós criadores, frigoríficos chegando ao cunsumidor um produto que quando ele procurar vai estar lá para adiquirir.

Em relação aos preços, ficaremos sempre debatendo, quanto queremos ganhar, mas quem diz o que vamos receber são esses poucos que tem "nossos" produtos na hora e quando querem. Por isso acho que não haverá muita variação de preços este ano.

Esta é minha opinião em forma de protesto.

Att.
Ricardo Almeida.

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 14/01/2011

Caro Walter Diesel
Voce saberia me informar como esta o projeto da GAASA , ai em Goias ,vi inclusive um estudo cientifico , de um estudo de cruzamentos feito lá e parece que os resultados forao otimos para cruzamentos de santa ines com sulffolk e santa ines com poll dorset . Talves seja esse o caminho para uma carcaça de qualidade, alia-se a capacidade de sobrevivencia do santa ines com as otimas carcaça suffolk e ou Poll Dorset
sem mais
Eldar Alves
www.cabanhakingsize.com.br
www.criadero21.com.br

Walter Rogério Diesel

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 17/01/2011

Veja só Eldar! O custo da carcaça quente (preço equivalente em animal vivo) que o produtor (nosso fornecedor recebe) é 11,80. Tu viste em anúncio que o preço que o consumidor paga pelo cordeiro do pampa é 10,80. Isso está abaixo do que o prdutor de Goiás recebe. Um coisa eu digo para todos: Irá mudar muita coisa na cadeia de ovinos. No pampa o custo é muito mais baixo, mas a ovinocultura é uma atividade sazonal, e isso é péssimo para o consumidor, pois há escassez na entresafra, e o preço sobe. No cerrado não é sazonal, mas o custo é muito mais alto (o dobro do pampa), e isso significa que o consumidor daqui também paga mais caro devido a isso. Tenho como perspectiva que muita empresa pequena, tanto na indústria, como na criação de ovinos, irão desaparecer a médio e longo prazos. A ovinocultura está deixando de ser uma atividade para pequenas empresas e criadores, como também ocorre na bovinocultura, se é que ela algum dia foi boa para pequenos. É uma questão de escala! Ainda mais em uma economia globalizada, onde a concorrência aumenta e, por isso, as margens caem!

Cristiane Rabaioli

Rondonópolis - Mato Grosso - Pesquisa/ensino
postado em 17/01/2011

Estive lendo as opiniões no site, e assim segue o que penso para 2011:

Ótimas opiniões e com certeza todas com embasamento técnico. Acredito que os preços pagos pelo kg vivo do cordeiro em 2011, deva se manter como a media de 2010, pois como Walter comentou temos que buscar o equilíbrio de preços que compensem para a industria e para o produtor. De nada adianta se pagar R$ 5,00 o kg do cordeiro ao produtor, e essa carne chegar a gôndola do mercado com preço que iniba a compra pelo consumidor, assim estaremos trocando 6 por meia dúzia, pois a consumo reduzirá em função do alto preço, conseqüentemente a compra também. Tem-se que enxergar a viabilidade para a industria, pois ela é a compradora. E isso talvez seja um dos "senões" da atividade, já que o produtor na encontra viabilidade no preço que a industria paga e a industria não encontra resultado no preço que o produtor quer vender....

A grande preocupação é mesmo a falta de oferta de animais de qualidade, pois a maioria do mercado (pelo menos os clientes que atendemos no atacado no Mato Grosso) já reconhece o que é um cordeiro e o que é uma carne de qualidade, assim não há mais a possibilidade de se colocar na gôndola produto que não seja proveniente de um animal jovem. Fiz uma pergunta ao responsável pela compra de cordeiros da Estancia Celeiro esta semana, que foi a seguinte: "Se eu aumentasse o abate para 1200 cordeiro por mês, teríamos dificuldade de comprar? A resposta: Hoje não conseguimos comprar 500.

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 18/01/2011

Caro Walter
Concordo que muitas mudanças deverão ocorrer , principalmente quando afirmas há "escassez na entresafra, e o preço sobe" , porem com a profissionalização da atividade, essa situação mudara, hoje temos a IATF e também raças de aptidão carne , com carcaça de qualidade, que apresentam período de anestro bem curto ou nem apresentam. Porem até o produtor dar conta , que as raças (puras,cruzamentos bicros, tricros) que realmente darão lucro e viabilizarão a ovinocultura , podem não ser, as que estão o tempo todo na mídia, comprando muitas vezes espaços publicitários de revistas inteiras. Ainda vai demorar um pouco, porem acredito piamente no sucesso da ovinocultura Brasileira respeitando os diferentes sistemas de produção de cada região, clima e cultura.

Walter Rogério Diesel

Goiânia - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 18/01/2011

Olá Eldar,

Concordo contigo, e já aplico isso que estás falando. O que nos referimos são quanto aos custos dos processo industriais e da criação. Essas tecnologias tem custo: pessoal, deslocamentos, diárias, equipamentos, remédios, tratadores qualificados, etc. Eu produzo cordeiro o ano todo em Goiás. Mas nosso custo no período da seca é muito alto. Tenho fazenda perto de Santa Maria-RS também, e vivi 18 anos em Bagé-RS, e a empresa que trabalho tem fazenda no Piauí. Te digo com convicção. A questão não é se é possível fazer, mas o custo do que se faz. Nas criações extensivas o custo operacional é baixo (menor desembolso mensal), já no Centro Oeste a produção de um cordeiro de boa qualidade é mais cara do que no sul, pois aqui temos que confinar ou semi-confinar, no mínimo. Quando se tem alta escala (2000, 3000, 5000 matrizes) tudo muda de figura. Mas quando se escuta das entidades que dão apoio ao setor (ministérios, Sebrae, etc) que a ovinocultura é para agricultores familiares (50, 100, 500 cabeças) a coisa muda de figura. Esse tipo de tecnologia que você fala, se não for aplicada por meio de emrpesas que fazem integração, ou cooperativas, para os pequenos, não vejo como poderão ter acesso. E isso está sendo determinante para uma oferta de cordeiros de qualidade onde as condições edafoclimáticas não são muito adequadas naturalmente, entende. Por isso que eu concordo contigo, não são essas raças da mídia que serão as adequadas. A raça ideal para cada região deverá surgir por meio de pesquisas que adequem ambiente, produtividade e custos, qualidade de carcaça e economicidade. Vamos utilizar nossas redes para mobilizar os órgãos competentes nas mais diversas áreas que me referi para que busquem mais pesquisas que tenham interesse coletivo. Vejo algumas pesquisas, mas muitas delas são de interesse inteiramente particular, cujos resultados estão ligados ao atendimento das necessidades de quem as está desenvolvendo. Está bom esse debate, pessoal. Abraço

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 18/01/2011

Querido Walter. Muito bom, o principal é que estamos todos falando, empunhando uma bandeira comum A OVINOCULTURA PRODUTIVA. Grande abraço desse seu quase conterraneo, pois sou de Canguçu/RS. Eldar Alves

Érique Costa

Porto Velho - Rondônia - Produção de ovinos
postado em 20/01/2011

Olá a todos! Muito bom o tema discutido aqui neste tópico, pois penso que tão importante quanto a produção é a comercialização.
Acredito que o preço do cordeiro, no âmbito internacional, vá continuar subindo. É questão de lógica => Austrália e N.Z. afogadas pelo excesso de chuvas, sem contar que recentemente passaram por uma das maiores secas da história com enormes incendios, antes do período das chuvas lógico.

E.U.A. e boa parte dos países produtores da Europa estão de baixo de neve. Então na verdade sobram poucas opções de onde buscar carne (Brasil, Uruguai e os "hermanos"...). E isso é válido para carnes em geral, pricipalmente bovina, o valor da arroba bovina tá uma beleza (isso porque exportamos carne bovina!).

Agora, no âmbito nacional, creio que não vá mudar muita coisa porque o Brasil tem sim carne de qualidade, mas é apenas uma pequena fatia, que não fará nem cócegas no mercado internacional. Assim, sendo os brasileiros os únicos compradores da carne ovina brasileira, e não há porque subir o preço.

É como foi dito: se subir não vende.
Alguém já viu o preço da picanha?? To comendo mais frango que nunca.... sou BRASILEIRO!!!

Abraço!

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