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Maria Angela comenta sobre rendimento de carcaça

postado em 18/03/2010

4 comentários
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A mestre em ciências veterinárias e colunista do FarmPoint Maria Angela Machado Fernandes, de Curitiba, Paraná, respondeu a dúvida de um leitor sobre rendimento de carcaça no artigo "Quanto de carne produz um cordeiro? Parte IV - Sistema de Terminação". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Prezado Carlos,

A forma que o frigorífico paga ao produtor pode variar muito. Existem frigoríficos que pagam pelo peso do animal vivo e os que pagam pelo peso de carcaça fria.

Alguns frigoríficos pré estabelecem o peso mínimo e máximo (de carcaça e/ou animal vivo), a idade máxima de abate e até a raça dos animais. Há também aqueles que pagam bonificações aos produtores que atendem seus padrões de qualidade.

Assim, como discutimos no artigo "Quanto de carne produz um cordeiro? Parte I", o rendimento de carcaça é uma ferramenta que auxilia o produtor a determinar o peso de abate de seus animais e a avaliar a eficiência do seu sistema de produção.

Observe no exemplo abaixo como é importante para o produtor conhecer quanto do animal vivo será convertido em "carne" (carcaça) para determinar o peso de abate.

EXEMPLO:

"Dois produtores (A e B) levaram 100 cordeiros cada um para serem abatidos. Os animais eram machos, mestiços e com peso vivo médio de 30 kg. O preço pago aos produtores é de R$ 8 por quilo de carcaça fria. Além disso, o frigorífico paga uma bonificação de 6% aos produtores que entregam animais com carcaças entre 15 a 16 kg."

PRODUTOR A: cordeiros desmamados terminados em pasto com RCF = 44%

Peso de carcaça Fria = (PV X RCF)/ 100 PCF = (30 X 44)/ 100 PCF = 13,2 kg

Como são 100 animais = 13200 kg de carcaça X R$ 8,00
O produtor A irá receber R$ 10.560. Não será bonificado porque as carcaças estão abaixo da faixa de preferência do frigorífico.

PRODUTOR B: animais terminados com suas mães em pastagem cultivada com suplementação em creep feeding e RCF = 50%

Peso de carcaça Fria = (PV X RCF)/ 100 PCF = (30 X 50)/ 100 PCF = 15 kg

Como são 100 animais = 1500 kg de carcaça X R$ 8,00
O produtor irá receber R$ 12.000 mais R$ 720 de bonificação (6%) = R$ 12.720

Portanto, o produtor B recebeu R$ 2.160 a mais que o produtor A. Ou seja, R$ 21,60 a mais por cordeiro.

No entanto, isso não significa que o sistema de produção do produtor B teve maior lucro que o do A. Para sabermos qual dos dois obteve o maior lucro precisamos considerar além da receita: o custo com alimentação, instalações, mão-de-obra, medicações, manutenção, etc.

Observe que se o produtor A conhecesse seu RCF, ele poderia ter entregue os animais com PV maior (entre 34 e 36,5 kg) para receber a bonificação. No entanto, é preciso avaliar se esse aumento no peso de abate não irá gerar custos (alimentação, medicamentos, mão-de-obra, etc) mais altos que a receita obtida.

Mais uma vez ressaltamos que nem sempre os maiores rendimentos de carcaça terão maiores lucros devido aos custos de produção. No entanto, algumas medidas básicas e de baixo custo, quando adotadas, podem promover mudanças significativas nos rendimentos dos animais e aumentar a receita. Cabe ao produtor avaliar o impacto da adoção de novas técnicas e do aumento no RCF sobre os custos e a lucratividade do sistema".


Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

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Comentários

guilherme

Curitiba - Paraná - Produção de caprinos de corte
postado em 25/03/2010

Existem frigorificos de ovinos na região de Curitiba?

Carlos Otavio Lacerda

São José dos Campos - São Paulo - Produção de leite
postado em 26/03/2010

Obrigado, muito boa a explicação. O conceito do cordeiro super precoce pode ser um engano dependendo do modo de produção. Pode valer mais a pena deixar o cordeiro a pasto (bom pasto) engordando um pouco mais e obtendo carcaças maiores para uma produção rústica como a minha. No meu caso o frigorífico com que negocio compra cordeiros até uma ano, desde que terminados em confinamento por um pequeno período, para ter o acabamento de gordura

Maria Angela Machado Fernandes

Curitiba - Paraná - Doutoranda em Ciências Veterinárias pela UFPR
postado em 29/03/2010

Prezado Guilherme,

Existem sim frigoríficos que abatem ovinos e caprinos em Curitiba e na região metropolitana. Abaixo, alguns desses estabelecimento:


FRIGORIFICO JULIATO
Endereço: Rua Dr. Murici, 501, Bairro Costeira
Cidade: São José dos Pinhais/PR
Telefone: (41) 3283-4700

SUINOLIGHT FRIGORÍFICO DE SUÍNOS
Campo Largo/PR (registro estadual)
Responsável: Marlon Cristiano
Fone: (41) 3392-2539 / (41) 3393-5178

FRIGORíFICO ARGUS LTDA.
Br 376 KM 19,5 S/N. - Miringuava
São José dos Pinhais - PR - BRASIL - Cep: 83015-000
Telefone: (041) 3382-3883
Fax: (041) 3382-3992

Sugiro que você entre em contato também com outros frigoríficos próximos ao seu estabelecimento e verifique a possibilidade do abate de seus animais. Estude o preço pago pelo frigorífico, a distância (custo, estresse dos animais, perdas durante o transporte) e o tipo de animais que eles exigem (raça, peso, idade, etc). Assim, você poderá tomar a melhor decisão para obter o menor custo e o maior lucro!

Atenciosamente,
Maria Angela Machado Fernandes

Maria Angela Machado Fernandes

Curitiba - Paraná - Doutoranda em Ciências Veterinárias pela UFPR
postado em 29/03/2010

Prezado Carlos Otaviano Lacerda,

Que bom que conseguimos esclarecer suas dúvidas!
Muito interessante sua experiência na produção de cordeiros para abate. Novamente, quero aproveitar seu exemplo para ressaltar que não existe um sistema de produção padrão. É a relação entre o tipo de animal que o mercado exige (idade, raça, peso, etc.) X o valor da terra X a disponibilidade de mão-de-obra e instalações X custo da alimentação (pastagem, volumoso, concentrado); entre outros fatores, que irá determinar o melhor sistema a ser adotado! Lembre-se que nem sempre o sistema utilizado na fazenda do vizinho ou apresentado em uma revista/jornal será o mais lucrativo em sua fazenda. Na dúvida, consulte um técnico (veterinário, agrônomo ou zootecnista).

Muito obrigada pelos seus comentários! Para nós é muito importante a opinião e participação dos leitores!

Abraço,
Maria Angela Machado Fernandes

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